Relacione a marcha da Família com Deus pela Liberdade a instituição do período como anos de chumbo
Soluções para a tarefa
Parte da série sobre
Ditadura militar no Brasil
1964–1985
Perspectiva cronológica
Golpe Militar de 1964 Anos de chumbo Desaparecidos políticos Abertura política Retorno do pluripartidarismo
Atos Institucionais
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Marcha da Família com Deus pela Liberdade foi o nome comum de uma série de manifestações públicas ocorridas entre 19 de março e 8 de junho de 1964[1] no Brasil em resposta ao que foi considerado, pelos militares e setor conservador da sociedade, uma ameaça comunista representada pelas ações dos grupos radicais e pelo discurso em comício realizado pelo então presidente João Goulart em 13 de março daquele mesmo ano.[2][3] Na data, o mandatário assinou dois decretos, permitindo a desapropriação de terras numa faixa de dez quilômetros às margens de rodovias, ferrovias e barragens e transferindo para a União o controle de cinco refinarias de petróleo que operavam no país.[4] Além disso, prometeu realizar as chamadas reformas de base, uma série de mudanças administrativas, agrárias, financeiras e tributárias[5], garantindo o que chamava de justiça social. Fundamentados na função social da terra e empreendimentos urbanos, demandas antigas e de ampla penetração na sociedade da época.[2] Com discurso insuflado, promoveu a insubordinação, incitando os sargentos da marinha a amotinar-se nos quartéis, Goulart antecipou uma pretensa reforma urbana e a implementação de um imposto sobre grandes fortunas.[5] No contexto da Guerra Fria e da polarização entre os Estados Unidos e a União Soviética, estas ideias foram vistas como um passo em direção à implementação de uma ditadura socialista.[4]
Vários grupos sociais, incluindo o clero, o empresariado e setores políticos diversos se organizaram em marchas, levando às ruas mais de um milhão de pessoas com o intuito de derrubar o governo Goulart. A primeira das 49 marchas aconteceu no dia 19 de março – dia de São José, padroeiro das famílias – em São Paulo e congregou entre 300 e 500 mil pessoas.[6][7][8] Ela foi organizada por grupos como Campanha da Mulher pela Democracia (CAMDE), União Cívica Feminina (UCF), Fraterna Amizade Urbana e Rural, Sociedade Rural Brasileira, dentre outros grupos,[9] recebendo também o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP)e do controverso Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Na ocasião, foi distribuído o "Manifesto ao povo do Brasil" pedindo o afastamento de Goulart da presidência.[2] Após a deposição do presidente pelos militares em 1 de abril, as marchas passaram a se chamar "Marchas da Vitória".[1] A maior delas, articulada pelo CAMDE no Rio de Janeiro, levou cerca de um milhão de pessoas às ruas em 2 de abril de 1964.[3][10]