História, perguntado por daGabriel11, 1 ano atrás

relação entre a medicina e a igreja ao longo da idade média

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Respondido por vibesnah
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A medicina medieval cresceu ligada à Igreja, sendo fortemente influenciada pelas convicções religiosas. Os religiosos assumiram o controle da arte de curar através de medicamentos e deixaram para os barbeiros, que já lidavam com a navalha, a arte de drenar abcessos e retirar pequenas imperfeições da pele.

No século VI, em Monte Cassino (entre Roma e Nápoles), um nobre italiano chamado Benedito de Nursia fundou uma comunidade monástica denominada Ordem Beneditina. Seus membros faziam votos de pobreza, castidade e obediência, aperfeiçoaram o ofício da caligrafia e do iluminismo, e transcreveram textos gregos e latinos remanescentes. Em Monte Cassino, como em toda a Europa, o primeiro médico medieval foi um padre ligado a alguma ordem religiosa.
Respondido por anacarla838
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Na Idade Média, as cirurgias eram procedimentos grosseiros, que exigiam 1. dos pacientes, a capacidade de suportar a extrema dor; 2. dos "médicos" a capacidade de praticar a crueldade.   Os doutores tinham pouco entendimento da anatomia humana e menos ainda sabiam sobre técnicas de anestesia e assepsia. Muitas vezes, as infecções eram mais mortais que a doença original.Para aliviar a dor, os pacientes eram submetidos a mais sofrimentos.     [Hoje tudo mudou!? Os pacientes continuam sofrendo, sim, para aliviar a dor, mas trata-se de um sofrimento civilizado, envernizado: sofre com o difícil acesso aos recursos médicos, dormindo e morrendo nas sarjetas, nas filas da previdência; e sofre, também, com a peregrinação aos consultórios de especialistas que se especializam tanto que nada reconhecem e nada vêem fora de sua especialidade e, depois de passar os olhos 15 segundos pelas folhas diagrâmicas e tabeladas dos laboratórios, emitem pareceres duvidosos, receitam substâncias caríssimas para, não raro, concluir, que houve "erro de diagnóstico". Além disso, embora as técnicas contemporâneas sejam bem mais delicadas que as medievais, continua sendo um suplício ser amassado por prensas e invadido por sondas que são enfiadas nas cavidades mais melindrosas.]     Durante muito tempo os médicos medievais eram, principalmente, monges que tinham acesso à melhor literatura médica da época. Entre os autores mais prestigiados, estavam os estudiosos árabes. Em 1215, o Papa proibiu os monges de praticar cirurgias.   Os religiosos, então, passaram a instruir fiéis, simplórios camponeses, para que eles mesmos pudessem operar. Fazendeiros que somente tinham experiência em castrar animais começaram a ser requisitados para todo tipo de intervenção: desde a extração de um dente até uma operação de catarata.   Apesar da cena macabra, havia um certo número de casos bem sucedidos. Na Inglaterra, arqueólogos encontraram o crânio de um homem dos anos 1.100 [século 12]. Havia uma lesão feita com objeto perfurante; um buraco na cabeça. O homem tinha sido submetido a uma trepanação, que serve para aliviar a pressão sanguínea no cérebro. Análises mostraram que ele sobreviveu ao procedimento.       Dwala, a Belladonna: Anestésico Letal   Pelas condições, tão precárias, na Idade Média as cirurgias somente eram realizadas em última instância, caso de vida ou morte. Sobre anestésicos, algumas das fórmulas usadas para aliviar a dor e/ou provocar induzir ao sono, eram potencialmente letais.   Como esta, que utilizava os seguintes ingredientes: suco de alface, fel [bílis] de um javali castrado, vinho de de Briônia [colubrina - trepadeira que dá pequenos frutos macios e lisos; a planta é toda venenosa até a raiz], ópio, Meimendro negro [Hyoscyamus niger], que é extremamente tóxica, cicuta-verdadeira [Conium maculatum] ─ analgésica e vinagre. Tudo isso, misturado com vinho, compunha a beberagem de má cara que o paciente tinha de beber sem saber se ia acordar do "nocaute" [do desfalecimento].   Para o inglês medieval, a palavra belladonna [dwale ─ pronunciada dwaluh] servia como sinônimo para indicar qualquer poção anestésica. O meimendro negro, sozinho, é suficiente para matar. A intenção era fazer o paciente dormir profundamente permitindo, desse modo, a realização da cirurgia. Porém, a fórmula podia desandar e provocar a suspensão da respiração [do paciente, claro].Encantamentos: Rituais Pagãos & Penitências ReligiosasEssa medicina primitiva era uma combinação de saberes pagãos, crenças religiosas e uma pequena porção de ciência. Com a Europa ocidental sob total controle da Igreja Católica, os rituais pagãos era criminalizados, sujeitos a punições. Uma destas práticas proibidas era uma simples superstição:   Quando o [o curandeiro] se aproxima da casa da pessoa doente, se [ele, ela, curandeiro] encontra uma pedra na vizinhanças, voltará, examinará a pedra e se alguma coisa viva for encontrada ali, debaixo da pedra ou escondida em suas reentrâncias, seja um verme ou um inseto, isso significa que o doente vai se recuperar. [The Corrector & Physician]   Um tratamento padrão para vítimas da peste negra, a peste bubônica que assolou as nações européias, era a confissão dos pecados e o cumprimento da penitência prescrita pelo padre, que explicava que com este procedimento talvez o cristão escapasse da morte.    Paracelso, médico suíço medieval, foi o primeiro a usar éter para anestesiar. Mas o éter não foi bem aceito pelos conservadores e seu uso caiu em declínio. O éter somente foi redescoberto na América do Norte, 300 anos depois. Paracelso também usava o láudano e a tintura de ópio como analgésicos.
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