REI: Não aguento mais isto, Ministro. Me pesa demais. Mande fabricar uma mais leve...
MINISTRO: Pois não, Majestade.
RAINHA: Aguenta, Dagoberto! Aguenta!
BOBO: Aguenta, Dagoberto! Aguenta!
REI: Tenho que aguentar, Fininha?
RAINHA: Claro, Dagoberto.
BOBO: Claro, Dagoberto.
REI: Então, vamos aos assuntos do dia, Ministro.
MINISTRO (desabafando): Desta vez, Majestade, ele abusou. Comeu seis damas da corte, cinco deputados federais, um vereador municipal, dois tenentes, quatro crianças inteligentíssimas e um bispo aposentado.
REI (quase chorando): Não aguento mais... Pobre povo, pobre reino. Se isto continuar, acabaremos um deserto. Estou cansado de lutar... Estou velho... (Começa a chorar.)
RAINHA: Pare de chorar, Dagoberto. Isto são maneiras de se comportar?
REI: Temos que matar este dragão!
MINISTRO: E se convocarmos o nosso exército de novo contra ele?
REI: Não adianta e você sabe disto. Da última vez que convoquei a infantaria, a metade de nossos bravos soldados foi tragada numa nuvem de fogo. Um horror!
MINISTRO: E a artilharia?
REI: As balas pareciam bolas de gude. A casca do Dragão é intransponível!
MINISTRO: Aviões?
REI: Ele estraçalhou um jumbo com uma rabada só. Nada vence o Dragão!
MINISTRO: Temos que encontrar um herói.
REI: É isto, Ministro. Um herói! Só um herói é capaz de enfrentar este dragão. Mas onde? Onde encontrar este herói? Estão todos tão ocupados nas suas lutas particulares... íntimas... já se foi o tempo...
MINISTRO: E se déssemos um prêmio ao vencedor? O senhor sabe, Rei, um pouco de incentivo não faz mal a ninguém, e o povo adora prêmios.
REI: Você quer dizer incentivos fiscais?
MINISTRO: Não.
REI: Uma televisão a cores, carros, bicicletas... Coisas assim?
(Bobo ri e bate palmas.)
MINISTRO: Não. Isto já está muito gasto. Batido. Tem que ser um prêmio maior.
REI: Uma viagem ao estrangeiro?
(Bobo ri e bate palmas.)
MINISTRO: Não.
REI: Um emprego na câmara dos vereadores?
(Bobo ri e bate palmas.)
MINISTRO: Não.
REI: Claro. Já sei. Um prêmio tão velho como o mundo! Aquele que vencer o Dragão Verde ganhará a mão de minha filha, a Princesa Filosel Aurora!
(Filosel se sobressalta e fica em pé.)
FILOSEL: Eu?
REI: Filha, você seria capaz de se sacrificar pelo povo?
FILOSEL: Como, pai?
REI: Se casando com o herói que vencer o Dragão Verde.
FILOSEL: É preciso, Rei-pai?
REI: É.
FILOSEL: Então, eu caso. (Suspiro. Filosel se abraça à Ama.)
Maria Clara MaChado. O Dragão Verde. Os cigarras e os formigas e outras peças.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
atividades
1 _O Rei afirma não aguentar mais determinada coisa.
a) A que coisa ele se refere? Por que ela o incomoda?
b) O que essa coisa simboliza?
c) Quem estimula o Rei a prosseguir?
Soluções para a tarefa
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Explicação:
O exercício é interpretação de texto
1 _O Rei afirma não aguentar mais determinada coisa.
a) A que coisa ele se refere? Por que ela o incomoda?
um dragão, porque come as pessoas
b) O que essa coisa simboliza?
um perigo que ele não vê como vencer
c) Quem estimula o Rei a prosseguir?
a Rainha
Sucesso nos estudos!!!
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Resposta:
_O Rei afirma não aguentar mais determinada coisa.
a) A que coisa ele se refere? Por que ela o incomoda?
um dragão, porque come as pessoas
b) O que essa coisa simboliza?
um perigo que ele não vê como vencer
c) Quem estimula o Rei a prosseguir?
a Rainha
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Explicação:
sandra3221:
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