REGIME ESCRAVOCRATA NO BRASIL DE HOJE
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De 1995 quando o Brasil reconheceu a escravidão contemporânea em seu território até 2016, mais de 50 mil trabalhadores foram libertados de situações de escravidão, que se baseia no trabalho forçado (ameaça ou violência física e psicológica, retenção de documentos, sem poder deixar o local), jornada exaustiva, servidão por dívidas e condições degradantes de trabalho. Normalmente os aliciadores pegam pessoas de regiões distantes do local em que irão trabalhar, e para “conquistarem”, oferecem adiantamentos e transporte gratuito mas, ao chegar lá se deparam os patrões alegando que o trabalhador possui dívidas e que não pode ir embora até pagá-las.
Geograficamente, os estados com maior número de casos em 2016 foram: BA (14), MG e PA (13 cada), MA (11), MT, PI e RJ (6 cada), SP e MS (4 cada). Os casos são mais graves no Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Os setores de atividade afetados por trabalho escravo foram majoritariamente rurais em 2016: 70% dos casos, 72% dos resgates, com predominância na pecuária (193 libertados), na cultura do café, no extrativismo vegetal (madeireira e no carvão vegetal); ocorreu também na construção civil, no comércio e serviços. Também ocorre casos em grandes metrópoles como São Paulo, de trabalho escravo de imigrantes principalmente latino-americanos na confecção têxtil.
É necessário por parte do Estado brasileiro mais prevenção, fiscalização, punição e reparação; como adoção satisfatória de políticas públicas de assistência à vítima e a volta da divulgação da lista suja do trabalho escravo (criada em 2003 e suspensa em dezembro de 2014), que mostra o cadastro de empregadores flagrados usando trabalhadores escravos.
O dia 28/01 é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, foi escolhido em homenagem a três auditores fiscais do trabalho e um motorista, assassinados quando investigavam denúncias de trabalho escravo na zona rural do município de Unaí (MG) no ano de 2004. A data foi oficializada em 2009.