História, perguntado por po42716, 1 ano atrás

Reforma agrária Roma antiga por que os defensores foram assassinados

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Respondido por jakao0123
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Resposta:

Explicação:

A história da luta pela Reforma Agrária em Roma esteve também ligada a dois Tribunos da Plebe: os irmãos Graco. Tibério e Caio Graco pretenderam amenizar os efeitos das lutas sociais que ocorreram em Roma, após as Guerras Púnicas, através da distribuição de terras entre a população romana. Mas em virtude dos interesses dos grandes latifundiários, os irmãos acabaram assassinados com seus apoiadores.

O objetivo da distribuição de terras era entregá-las aos cidadãos mais pobres de Roma. Isso era necessário para manter uma população de camponeses, a fonte de matéria-prima para a formação dos soldados do exército romano. Com um número maior de camponeses, maior seria a quantidade de soldados para o exército.

Mas as constantes guerras haviam diminuído a quantidade de camponeses, já que eles eram obrigados a abandonar suas terras, deixando mulheres e filhos trabalhando nelas. Com menos braços para o trabalho, as terras eram vendidas para proprietários de terras mais ricos que, dessa forma, cada vez mais aumentavam suas posses. Essas pessoas saíam dos campos e iam para as cidades, aumentando os problemas sociais no espaço urbano.

Assim, a reforma agrária surgia entre parte da população romana como uma solução para esses problemas. Tibério Graco foi eleito Tribuno da Plebe e, em 133 a.C., conseguiu que fosse aprovada uma lei que limitasse a dimensão de terras que cada pessoa deveria ter. Ninguém poderia ter mais de 125 hectares (um hectare é pouco maior que um campo de futebol) e mais de 62,5 hectare por filho.

Quem tinha mais que essa quantidade deveria entregar a diferença de terras ao Estado, que as distribuiria entre a população mais pobre de Roma. Mas o Senado romano era controlado pelos grandes latifundiários, que haviam aumentado suas posses com a expansão romana e enriquecido muito. Eles não tinham interesse em realizar essa distribuição de terras. Em 132 a.C., os opositores de Tibério Graco criaram um tumulto onde o Tribuno da Plebe e cerca de 500 apoiadores da lei agrária foram assassinados.

Dez anos depois, em 123 a.C., Caio Graco, irmão de Tibério, foi também eleito Tribuno da Plebe. Seu objetivo também era realizar a reforma agrária. Caio conseguiu apoio da ordem dos cavaleiros ao aprovar uma lei que aumentava a participação da plebe em cargos públicos. O Tribuno da Plebe conseguiu ainda que fosse aprovada a Lei Frumentária, que garantia a venda de trigo a preços baixos à população pobre de Roma.

Para garantir maior apoio à reforma agrária, Caio Graco apresentou um projeto que estendia aos latinos a cidadania romana. Os senadores e latifundiários romanos opuseram-se à proposta de Caio. O conflito entre os partidários da reforma agrária e os contrários a ela intensificou-se. Como seu irmão, Caio Graco foi assassinado durante um tumulto criado por seus opositores. Mas diferentemente de Tibério, Caio pediu que um de seus escravos o assassinasse, já que era desonroso o suicídio entre os romanos.

Apesar dos assassinatos, a lei aprovada à época de Tibério Graco permaneceu em vigor. Anos depois foi colocada em prática para debelar a chamada Guerra Social que ocorreu em 90 a.C.. Terras fora da Itália, sem muito interesse dos latifundiários, foram parcialmente distribuídas, e algumas terras ocupadas pelos latifundiários foram compradas pelo Estado e distribuídas aos camponeses.

Apesar dessas ações de distribuição, a sociedade romana continuou baseando seu poder na posse de grandes extensões de terra e nas conquistas de novos povos como fonte de escravos, necessários ao trabalho nos grandes latifúndios.

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