||| reforçar que as pessoas reclamar muito
Soluções para a tarefa
Resposta:Reclamar é um comportamento mantido pelas consequências. Entenda.
Há um tempo atrás, publiquei aqui no site o desafio de ficar 21 dias sem reclamar. O objetivo não seria tanto criar um comportamento governado por regras, mas sim provocar o autoconhecimento, a percepção dos momentos em que há a probabilidade de reclamar, bem como as causas de agir desta forma.
Neste texto, vamos analisar porque o comportamento verbal de reclamar pode ser tão frequente, ainda que geralmente não traga quase nunca nenhuma mudança sobre o que se reclama.
Comportamento verbal: mando
Em resumo, o operante verbal definido por Skinner como mando consiste no tipo de comportamento verbal que altera o meio com o intermédio de uma outra pessoa. Geralmente sob uma privação, a pessoa fala para a outra é é reforçada pela ação dessa outra pessoa.
Por exemplo, se estou com fome, posso pedir para alguém me trazer uma fruta. O mando é o mandar, mas também o solicitar, o pedir, assim como o exigir, o demandar. Existem mandos que são mandos disfarçados, quase como uma sugestão: “hum, uma lasanha agora cairia bem” e o nosso ouvinte é capaz de fazer essa lasanha e faz.
Quando crianças, dizemos muitos mandos porque na maior parte das vezes somos reforçados, ou seja, recebemos aquilo que pedimos. Com o tempo, e dependendo da história e do ambiente de cada um, podemos não receber mais tanto o que queremos ou precisamos.
Acontece que o comportamento verbal tem, digamos, um baixo custo. Afinal, é mais fácil dizer sobre a lasanha do que fazer a lasanha. Além do que o comportamento reforçado às vezes sim e às vezes não tende a se manter por bastante tempo.
Uma reclamação, não raro, apresenta-se como um mando disfarçado: “tenho tanta conta para pagar” (dizendo para alguém que pode emprestar ou dar dinheiro).
Comportamento verbal: tacto
O tacto, por sua vez, é um operante verbal que está sob o controle de estímulos e o reforço é geralmente a aprovação: mexer a cabeça de cima para baixo, sorrir, dizer aham, sim, é…
Quando uma criança vê um relógio e diz: “um relógio” ela está “tacteando” o ambiente e “descrevendo-o”. Se escondemos o relógio e perguntamos o que ela viu e ela diz que “era um relógio” ela também está tacteando, apenas o estímulo não encontra-se mais presente.
Uma reclamação também pode ser um tacto. Se alguém descreve para nós uma briga com o chefe que aconteceu de manhã, ela estará apenas descrevendo algo que viu, ouviu e sentiu como a criança que fala sobre o relógio. E estes comportamentos são mantidos por reforço não de mudarem um estado de privação como no mando, mas pela aprovação de um auditório.
Explicação: