Sociologia, perguntado por tadtcheka, 8 meses atrás

reflexao sobre o filme era uma vez em nova york

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Respondido por Usuário anônimo
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Resposta:SINOPSE

Em busca de um novo começo em meio ao sonho americano, Ewa Cybulski e sua irmã Magda partem da sua Polônia natal para Nova York no ano de 1921. Ao chegarem em Ellis Island, os médicos descobrem que Magda está doente, e as duas mulheres são separadas. Liberada, Ewa vaga pelas ruas de Manhattan enquanto sua irmã permanece em quarentena. Sozinha e desamparada, Ewa cai rapidamente nas presas de Bruno, um homem encantador, mas perverso, que tenta forçá-la a se prostituir.

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Constantemente destacado entre os maiores realizadores norte-americanos da contemporaneidade, James Gray já declarou que deveria fazer cinema nos anos 1970, uma vez que sua filmografia prima pela continuidade das maiores obras de cineastas que ele admira: Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Robert Altman e Stanley Kubrick. O contato com qualquer um de seus filmes ratifica o êxito do diretor em emular os grandes mestres supracitados, feito também evidente em seu mais recente trabalho, Era Uma Vez em Nova York (2013).

Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, o melodrama à moda antiga de Gray é ambientado numa atmosfera e época diferentes dos outros filmes do diretor. Ainda que igualmente situado na Nova York fria e pouco receptiva que Gray retrata singularmente, Era Uma Vez em Nova York se passa em 1921, quando duas irmãs chegam da Polônia prontas para conquistar o sonho americano, mas descobrem uma realidade desoladora. Enquanto Magda é colocada em quarentena pelo departamento de imigração por conta de seu estado de saúde, Ewa desperta a simpatia de Bruno, desconhecido que a oferece ajuda por um custo evidentemente alto.

Ainda que esta seja sua quarta parceria com o ator Joaquin Phoenix, magistral alter ego e habitual colaborador do cineasta, Grey dedica todo seu filme para Marion Cotillard. Ironicamente, o diretor sequer conhecia o trabalho da atriz francesa e o fez por acaso, quando colaborava com o marido dela, Guillaume Cantet, no roteiro do ainda inédito Blood Ties (2013).

Instantaneamente apaixonado pela expressão e magnetismo de Marion, escreveu Era Uma Vez em Nova York especialmente para ela e confessou posteriormente que foi sua melhor experiência com um ator. Ainda colhendo louros por seu arrebatador desempenho em Ferrugem e Osso (2012), Cotillard reitera seu status como uma das maiores atrizes de sua geração e justifica toda a superlatividade das declarações de James Gray numa composição contida, profunda e extremamente sofrida como Ewa.

Numa reconstituição de época que evita as armadilhas do exagero ou caricaturismo, Gray e o diretor de fotografia Darius Khondji guiam o espectador por uma ameaçadora Nova York, na região do Lower East Side, retratada em tons de sépia e permeada por imigrantes iludidos por aqueles que já se habituaram ao sistema capitalista americano, imperativo após a 1º Guerra Mundial. Com Era Uma Vez em Nova York, o cineasta se impõe como um realizador autoral, dedicado aos dramas sombrios e filmes sobre crimes que combinam seu classicismo à atmosfera noir em narrativas que flertam com aspirações literárias.

Era Uma Vez em Nova York é uma história densa sobre a falha da humanidade em conceber expectativas vazias e de seus inúteis esforços em conquistar o sucesso fazendo tudo “direito”, apesar dos códigos e valores corrompidos do mundo em que vivemos. Talvez seu defeito mais latente esteja no distanciamento passível ao espectador para com a obra, que com seu ritmo cadente e visual distrativo pode antipatizar com o drama de seus personagens. Ainda assim, como um dos trabalhos mais honestos e pessoais de Elia Kazan, Terra do Sonho Distante (1963), o filme de James Gray é soberbo, e também rememora a dura realidade de imigrantes, em especial nos Estados Unidos – fato que torna o filme extremamente atual.

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