Química, perguntado por brunadossantosferrei, 11 meses atrás

referente a piscina e tal que aconteceu no século XIX Na tentativa de entender o fenômeno?

Soluções para a tarefa

Respondido por 1Estudante12
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A história da psicologia, a rigor, não existe, ao menos no singular.

Existem, sim, inúmeras maneiras de conceber o campo do “psicológico” e

outras tantas maneiras de se inserir nesse campo, intervindo nele, praticando

“psicologia”. Entre as maneiras de pensar o “psicológico” há mesmo quem

pretenda descartar-se desta denominação e dar preferência a outros conceitos,

como “conduta” ou “comportamento”. Entre os que se situam no campo

do psicológico, há também os que pretendem fazer outra coisa que não

“psicologia” como, por exemplo, “psicanálise”. Reunir essa ampla gama de

perspectivas não é tarefa fácil e pode ser, inclusive, considerada impossível:

inevitavelmente, em qualquer exposição desse conjunto algo caótico, qualquer

aparência de unidade será conquistada com base em vieses e preferências

pessoais, dando-se relevo a certos elementos, deixando outros na sombra ou

mesmo de fora.

Além dessa variedade, as histórias das psicologias podem focalizar os

conceitos e as teorias ou podem se dedicar às práticas psicológicas. Mesmo

sabendo o quanto esses dois pólos podem estar entrelaçados, não resiste a uma

visão crítica da área a suposição de que teorias e práticas correspondam-se

umas às outras de forma muito simples. Isto é verdadeiro em qualquer área

de saber e mais ainda na nossa. Podem ocorrer imensas desproporções entre

os avanços práticos, por exemplo, e as conquistas da reflexão teorizantes, e

vice-versa.

Finalmente, seja no campo das idéias psicológicas ou afins, seja no

campo das práticas, técnicas e instrumentos psicológicos, e principalmente

neste segundo caso, a determinação histórico-social e a incidência na vida da

cultura e da coletividade precisam ser consideradas, mesmo que se admitam

determinações internas a cada um desses sistemas. Ou seja, podemos,

certamente, contar histórias “internas” das psicologias – enfatizando as relações

entre conceitos, entre conceitos e técnicas etc. –, mas também podemos e

devemos investir em histórias “externas” das psicologias, em que idéias e

práticas sejam estudadas à luz da história social e cultural. Conclusão: não

há, como dissemos na abertura, uma história das psicologias, mas inúmeras

histórias e modos de narrá-las.  

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Não obstante, é indispensável incluir no processo de formação do

psicólogo essa dimensão histórica com toda a complexidade acima mencionada.

Aliás, há um último elemento que também não pode ser esquecido: além da

inserção social das psicologias em suas origens, o processo de formação deve

levar em conta a dimensão social e histórica das difusões: não é o mesmo

entrar em contato com a psicanálise, por exemplo, no Brasil urbano e na

Argentina e fazer esse mesmo contato em certas regiões em que a psicanálise

não penetrou nem, muito menos, passou a integrar uma certa camada da

cultura urbana de massas. Nesta medida, é também preciso levar em conta

os processos de difusão que condicionam, para o bem ou para o mal, as

possibilidades de encontro do psicólogo em formação com as teorias e os

sistemas que lhe são apresentados. Muitos estudantes, se não todos, entram

nos cursos de psicologia com visões bastante estreitas e preconceituosas da

psicologia, “amando” antecipadamente certas tendências e “odiando” outras,

e um dos objetivos das disciplinas formadoras – como “História da Psicologia”

– será o de enfrentar tais preconceitos. Novamente nos deparamos aqui com

o paradoxo: não há uma história da psicologia, mas é indispensável que se

apresente ao psicólogo em formação a dimensão histórica dessa área de saberes

sem reduzir sua complexa e intrincada tessitura.

A solução encontrada nesta coletânea foi o recurso a uma pluralidade

de estudos de diversos autores com formações e visões distintas, todos, porém

ao que parece, dispostos a enfrentar as agruras da convivência com seus pares

diferenciados. Não se pode esperar deste volume uma falsa unidade, uma

unificação falsificada pela imposição de trilhos interpretativos excludentes.

É toda a psicologia contemporânea – e, em alguns capítulos, seus antecedentes

modernos – que se fazem presentes a partir de muitos pontos de vista. O que

falta em unidade sobra em riqueza, tornando este livro único em seu gênero

na literatura nacional e internacional. Aqui o leitor encontrará capítulos

versando sobre os mais diferentes temas e segundo os mais diferentes ângulos

de abordagem com as mais diferentes metodologias de interpretação. A “unidade”, enfim, é garantida pela… isenta apresentação da diversidade, o que

parece ter sido o objetivo dos organizadores, de resto, muito bem-sucedidos

na seleção de temas e autores.

Este livro terá, certamente, um lugar de destaque nos cursos de

psicologia e poderá funcionar, dada a vastidão da bibliografia citada, como

uma fonte inesgotável de novos estudos e aprofundamentos.

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