História, perguntado por Milly755, 1 ano atrás

Redija um pequeno texto sobre as mudanças que ocorreram nas políticas interna e externa dos Estados Unidos no início do século XX.

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Respondido por SamelaaVitttoria
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O núcleo histórico, os elementos permanentes da política externa estadunidense que a autora identificou são: manutenção e propagação do experimento republicano e democrático; manutenção de um ambiente internacional estável como condição para o desenvolvimento doméstico; isolacionismo e unilateralismo e expansão das fronteiras como garantia da estabilidade interna. Cada um desses elementos tiveram e têm inúmeras repercussões, que serão pelo menos indicadas aqui.

Talvez os dois elementos mais notados na conduta da superpotência sejam o isolacionismo e o unilateralismo. Formulados de maneira exemplar por George Washington em sua "Carta de despedida" da presidência dos Estados Unidos, no final do século XVIII, o estadista preconizava que o país deveria buscar sempre sua autonomia, isto é, sua capacidade de decisão isenta de constrangimentos externos, causados por potências estrangeiras. Nesse sentido, as eventuais alianças militares deveriam ser mantidas apenas pelo tempo necessário para a consecução de seus objetivos, e o relacionamento com outros países deveriam limitar-se às questões econômicas, distanciando-se das políticas.

Ora, o isolacionismo e o unilateralismo andam juntos, pois um é condição do outro: manter-se longe de alguns círculos era a garantia da margem de manobra desejada. A percepção da autora, a respeito, é muito esclarecedora, ao demonstrar como esses elementos não significam, de maneira alguma, um afastamento completo das relações internacionais: "na história norte-americana, o isolacionismo nunca significou uma retirada dos assuntos mundiais, mas a manutenção da máxima quantidade de margem de manobra [sic] que, por vezes, faz uso de posturas unilaterais e intervencionistas" (p. 50). Além disso, deve-se levar em conta que muito do que se entende pela expressão "relações internacionais" significa "política européia", ou seja, os norte-americanos procuravam manter-se afastados da política do Velho Mundo, vista como perversa, má, intrinsecamente corrupta e corruptora, reservando ao Novo Mundo a possibilidade de uma nova política e de um novo ser humano. Evidentemente essa forma de pensar está na origem do conhecido messianismo norte-americano, justificativa de suas várias intervenções no mundo.

Assim, enquanto as relações com a Europa consistiam principalmente em intensas trocas comerciais, com os países latino-americanos havia bastante contatos políticos – basta lembrarmo-nos de que foram os Estados Unidos os primeiros a reconhecer a independência dos países latino-americanos (em cuja esteira, aliás, lançou-se a famosa Doutrina Monroe). Na verdade, o padrão de comportamento norte-americano é, em certo sentido, dúplice, pois implicou, até a Segunda Guerra Mundial, um afastamento da Europa e um intervencionismo na América Latina.

O que ocorre, todavia, é que a expansão das fronteiras sempre foi vista como condição para segurança e prosperidade da república: assim é que se explica o contínuo crescimento territorial, passando de uma estreita faixa de terra no Leste da América do Norte para um país de dimensões continentais, em pouco mais de cem anos2– e, além disso, para um país imperial, com a obtenção das ilhas Filipinas após a vitória sobre a Espanha na guerra de independência de Cuba, em 1898.

A expansão das fronteiras tem duas conseqüências: por um lado, significa que as relações comerciais devem expandir-se continuamente, atingindo países cada vez mais distantes – em fins do século XIX, a política das "portas abertas" obrigou a China a aceitar um acordo comercial com os Estados Unidos. Por outro lado, a América Latina, especialmente a América Central, é vista como parte do Novo Mundo e área importante para a segurança nacional estadunidense.

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