Redija dois pequenos textos: no primeiro, faça uma síntese do que Paulo Freire chama de “educação bancária”; no segundo, sintetize o que ele entende por “educação problematizadora”.
Soluções para a tarefa
Texto: “Educação ‘Bancária’ e Educação Libertadora” de Paulo Freire, do livro “Introdução à Psicologia Escolar” organizado por Maria Helena Patto. São Paulo: T. A. Queiroz, 1971. Paulo Freire faz uma crítica à educação que ele metaforicamente denomina de “bancária” e, em contrapartida a esta, descreve a educação libertadora ou problematizadora. Texto bastante inspirador, com idéias esclarecedoras e escrito de forma bastante agradável. Educação “bancária” A educação “bancária” pressupõe uma relação vertical entre o educador e educando. O educador é o sujeito que detêm o conhecimento, pensa e prescreve, enquanto o educando é o objeto que recebe o conhecimento, é pensado e segue a prescrição. O educador “bancário” faz "depósitos" nos educandos e estes passivamente as recebe. Tal concepção de educação tem como propósito, intencional ou não, a formação de indivíduos acomodados, não questionadores e que se submetem à estrutura de poder vigente. É o rebanho que como uma massa homogênea, não projeta, não transforma, não almeja ser mais. “Na verdade, o que pretendem os opressores é transformar a mentalidade dos oprimidos e não a situação que os oprime, e isto para que, melhor adaptando-os a esta situação, melhor os domine”. “A questão está em que, pensar autenticamente, é perigoso”. Mas, perigoso para quem? Apenas para aqueles que vêem como ameaça a transformação, uma vez que são estes os únicos beneficiados pela situação vigente. Sentem-se ameaçados pelo pensar autêntico os dominadores, os que negam a comunicação e que impõem suas concepções aos outros com o propósito único de manter estático o estado de coisas sempre a seu favor. Educação libertadora Paulo Freire chama de educação libertadora ou problematizadora a educação em que não existe uma separação rígida entre educador e educando. Ambos são educadores e educando no processo de ensino e aprendizado. “Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa”. A educação libertadora abre espaço para o diálogo, a comunicação, o levantamento de problemas, o questionamento e reflexão sobre o estado atual de coisas e, acima de tudo, busca a transformação. “O que nos parece indiscutível é que, se pretendermos a libertação dos homens, não podemos começar por aliená-los ou mantê-los alienados. A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo”. “Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais obrigados a responder ao desafio. Desafiados, compreendem o desafio na própria ação de captá-los. Mas, precisamente por que captam o desafio como um problema em suas conexões com outros, num plano de totalidade e não como algo petrificado, a compreensão tende a tornar-se crescentemente crítica, por isto, cada vez mais desalienada”. “Na verdade, diferentemente dos outros animais, que são apenas inacabados, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela têm. Daí que seja a educação um quefazer permanente. Permanente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade”. Reflexão: existe a pedagogia não escolar como, por exemplo, do cinema, televisão, rádio, livros, jornal e revistas. Em todos estes exemplos a pedagogia que elas carregam são “bancárias”, uma vez que aqueles que se submetem a elas atuam apenas como receptáculos sem a oportunidade de interação e diálogo? A educação “bancária” está nos ouvidos do educando ou na voz do educador? Outubro de 2004
O modelo de educação bancária observado por Paulo Freire, estava ligado a transmissão do conteúdo por parte do professor, apenas.
Sendo uma fundamentação limitada para o ensino, não contribuindo para a socialização.
Por outro lado, a pedagogia libertadora, em sua proposta de educação, visava desenvolver o potencial crítico do aluno, para que ele possa contribuir em sociedade não sendo apenas mais um aluno formado, mas sim, um ser social, participativo na democracia e nos diferentes campos sociais.
Assim, a educação problematizadora é aquela que coloca em prática o exercício crítico das observações para ser utilizada na sociedade.
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