Português, perguntado por gomessamuelsamu, 1 ano atrás

Redação sobre o sistema de cotas raciais nas universidades ?

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Respondido por brantlima18p8846q
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O sistema de cotas raciais, aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesse ano, que reserva parte das vagas das universidades e institutos federais para “negros” reascendeu a polêmica sobre o verdadeiro valor que esse acontecimento irá conceber ao Brasil. Se de um lado essas cotas levariam à inserção do “negro” nessas instituições, com sua maior participação nelas, de outro levaria a uma reafirmação da grande desigualdade e a não entrada dessa classe na sociedade, sendo ainda mais subjugados.

É bem verdade que a situação histórica dos “negros” nos Estados Unidos foi bastante conturbada e indignante. Muitos eram tratados como seres inferiores e não merecedores de dignidade. A presença do grupo Klu-Klux-Klan nessa história tendeu a acentuar - e mais do que isso, a adentrar - a inferioridade da pessoa de raça negra. Um sistema de cotas para amenizar as desigualdades a que os “negros” são submetidos, fruto desse caso, por exemplo, contribuiria, sem dúvida, não só para destruir a imagem dessas pessoas, mas também aumentaria a grande desigualdade social e racial, ficando esquecidos nessas sociedades.

Além disso, como se sabe, nas instituições acadêmicas há um forte predomínio de pessoas brancas. Porém, “negros” são vistos e estão cada vez mais presentes e, talvez, mais inseridos nesse “universo de brancos”. Adotar uma política cotista, como a aprovada recente desvalorizaria imensamente essa “inserção pacífica”, e, aumentaria o terrível preconceito contra a raça negra. Ainda que essas pessoas, na situação atual, possam não ter prestígio social, com posições inferiores, no que tece um bom emprego, por exemplo, estamos vivendo, nos últimos tempos, com o aumento dessa colocação na sociedade.

Desde o tempo do Brasil colonial, no qual o sistema escravista de negros africanos era predominante, as desigualdades entre raças eram evidentes. As diferenças encontradas hoje são, sem discordância, originadas desse tempo, refletindo nos mais diversos aspectos da vida daquelas pessoas essas características. O “Movimento dos Acorrentados”, o qual pessoas de cor negra ficaram acorrentadas, protestando, recentemente, na USP, pela aprovação das cotas, refletiu o quanto nosso sistema de governo precisa melhorar, pois aprovar cotas para “negros” pode carregar consigo um terrível – e ameaçador – caminho na busca pela igualdade.

Assim sendo, não é de modo abrupto que diminuiremos as desigualdades entre brancos e negros. É fundamental, por que não essencial, aumentar as vagas nas universidades e institutos federais, além de melhorar todo o ensino no nível médio, para que, assim, todos, sem distinção, possam ter acesso ao conhecimento do ensino superior. Portanto, esperemos que o espírito revolucionário de Luther King (líder da revolução negra nos EUA), no que diz respeito a uma política saudável de integração, possa se sobrepor aos resquícios do preconceito do Klu-Klux-Klan em nossa sociedade, estimulando “um Brasil justo”.

Respondido por Lipewasd1232
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                                   Em virtude do cenário atual da educação, nota-se que as oportunidades para ricos e pobres são absurdamente distintas. Enquanto a classe alta tem condições de frequentar escolas particulares, a classe baixa tem de se contentar com o ensino precário das escolas públicas. Além disso, muitos estudantes de baixa renda tem que trabalhar para ajudar com as despesas de casa, o que prejudica ainda mais o aprendizado. Em vista desses e de outros problemas, fez-se necessário a criação da Lei de Cotas que obriga as universidades e institutos federais a reservarem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes egressos de escola pública, oriundos de família de baixa renda e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.  

Após a lei entrar em vigor em agosto de 2012, dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que o ingresso de estudantes pobres aumentaram 400% entre 2004 e 2013. Isso mostra que o pouco acesso dos desfavorecidos na educação não se dava pela falta de interesse e sim de oportunidades. Apesar disso, muitos brasileiros insistem em ser contra as cotas, alegando que elas contribuem ainda mais com a discriminação racial, no caso das cotas para negros e pardos, além de ser para muitos uma confirmação da segregação social e racial, já que de acordo com a lei, todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza.  

Sabe-se que devido o preconceito racial, brancos e negros pobres jamais serão acometidos da mesma forma, uma vez que além da divergência socioeconômica, o negro ainda tem que enfrentar o racismo de cada dia, seja quando entra em uma loja e é perseguido pelo segurança ou quando se senta ao lado de alguém no transporte público e a pessoa esconde o celular. Ao entrar na faculdade, o branco corre riscos de ser discriminado devido à renda baixa, mas o negro, além disso, será ofendido devido a sua cor, podendo sofrer agressões como aconteceu com estudantes de Direito da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e UFF (Universidade Federal Fluminense) que foram chamados de "macacos" e agredidos com cascas de banana nos Jogos Jurídicos desse ano por alunos da PUC-Rio, de acordo com o Jornal Estado de Minas. Apesar de a cor favorecer sim os brancos, nesse aspecto, ambas as partes sofrem com a pouca condição financeira, tendo dificuldades, por exemplo, de ingressar em um curso preparatório, dedicar somente aos estudos porque precisam trabalhar para ajudar no sustento da família ou olhar os irmãos mais novos enquanto os pais trabalham, se deslocar até a escola, em casos mais severos precisam até escolher entre estudar e passar fome ou trabalhar e ter o que comer, assim acabam optando pela segunda opção por questão de sobrevivência.

Com esses exemplos, percebe-se que as cotas para negros não são de forma alguma uma maneira de contribuir com o racismo, muito pelo contrário, elas favorecem a inclusão e a visibilidade dessa comunidade tão mal vista por muitos, já que está enraizado na sociedade que os negros estão destinados a serem pobres e bandidos. Perante a lei todos são sim iguais, se tratando de direitos e deveres, porém, quando se trata de chances fica claro que os pobres são desfavorecidos em muitos pontos e, portanto, não podem competir igualitariamente, sendo que igualdade não é sinônimo de justiça. Desse modo, vê-se necessário uma intervenção do Governo Federal na educação brasileira para que haja um equilíbrio na formação do aluno de escola pública, se comparado ao do ensino privado. Uma opção viável que o governo brasileiro pode tomar é ampliar a escola integral e subsidiar o aluno da rede pública com ajudas de custo como almoço grátis, apoio na compra de materiais e um salário para que o estudante se mantenha na escola, como ocorre nas federais pelo país. Outra medida cabível é que o Ministério da Educação organize palestras nas escolas que comprovem a importância das cotas e o quanto elas favorecem a educação dos mais pobres, além de conscientizar os pais sobre a importância da aprendizagem dos filhos, independente da condição financeira, pois, através do estudo eles poderão traçar um caminho de sucesso profissional.    

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