ENEM, perguntado por nah299figueiredo, 7 meses atrás

redação sobre o que é o estigma no mínimo 30 linhas​

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Respondido por mariajoao25
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Resposta:

No século XX, a médica psiquiatra Nise da Silveira alterou o paradigma dos tratamentos de pacientes com transtornos mentais no Brasil como resultado da substituição de métodos desumanos e violentos, como eletrochoques e camisas de força, por arte e inclusão social. Contudo, infelizmente, apesar dos esforços de Nise, a marginalização de indivíduos com doenças mentais ainda é uma triste realidade no país. Isso ocorre pois tais pessoas sofrem com estigmas relacionados à falta de reconhecimento de suas patologias e à percepção de que são incapazes.

Boa parte da sociedade não reconhece as doenças mentais a partir de um olhar realmente sério. Apesar de, nos últimos anos, pautas como ansiedade e TOC ganharem mais relevo, muitos veem essa discussão como desimportante por acreditarem, equivocadamente, que as pessoas afetadas estão exagerando ou, ainda, criando formas de ganharem atenção. Essa perspectiva trata de modo superficial o conceito de doença, pois entende que patologias são resultados apenas da ação de vírus e bactérias. Tal ignorância faz com que indivíduos com esses transtornos fiquem desamparados principalmente no que diz respeito aos tratamentos médicos adequados. Além disso, é inegável que os que sofrem com doenças mentais são delegados a um espaço de inutilidade. O hospital psiquiátrico Colônia de Barbacena ficou conhecido como um lugar em que pacientes com variados transtornos eram internados sem qualquer distinção médica ou diagnóstico mais específico. Nessa instituição, em um momento histórico no qual as doenças mentais eram vistas como incapacitantes, milhares de pessoas morreram entre as décadas de 60 e 70. Apesar de certos avanços atuais, como Centros de Atenção Psicossocial, essa noção não se apagou no tempo. Muitos ainda consideram pacientes como inúteis ou incapazes de conviver socialmente, o que os coloca em uma posição de invisibilidade, desprezo e abandono. Nota-se, dessa maneira, que o holocausto brasileiro parece ter deixado marcas profundas a serem superadas.

Verifica-se, assim, a necessidade de combater as perspectivas reducionistas em relação às patologias mentais. Dessa maneira, a mídia deve fomentar o debate sobre a seriedade e a diversidade dessas doenças. Isso pode ocorrer com séries, filmes, programas de auditório e reportagens, que contem com a participação de especialistas na área. Será possível, com isso, elevar a discussão ao nível de saúde pública. Ademais, o Estado deve aumentar o número de Centros de Atenção Psicossocial, a fim de oferecer aos pacientes possibilidades de tratamento que os retirem da condição imposta de inutilidade. Com tais medidas, será possível criar um legado necessário aos ensinamentos de Nise da Silveira.

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