Português, perguntado por marcosviniciusferrei, 10 meses atrás

redacao sobre democratizacao do acesso ao cinema no brasil

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Respondido por sofiameireles
7

Resposta:

O filme brasileiro “O Auto da Compadecida”, inicia-se a partir de uma apresentação cinematográfica para a população da pequena cidade onde ocorre a trama, demonstrando, assim, a importância do cinema como elo entre sociedade e cultura. No entanto, na realidade brasileira, a democratização do acesso a ele tem se configurado como problema a ser superado. Nesse sentido, cabe a discussão sobre a influência histórica do processo de ocupação do território brasileiro, bem como da negligência contemporânea do Estado como genitores da referida problemática.

A priori, a segregação socioespacial advinda dos processos de ocupação do território brasileiro, desde o início de sua colonização, configura-se como uma das principais causas do problema, à medida que regiões interioranas apresentam, geralmente, discrepância quanto ao desenvolvimento econômico, favorecendo, portanto, desigualdade da população à bens de consumo. Nesse contexto, dados da ANCINE apontam que regiões brasileiras como a Nordeste e a Norte sofrem com o baixo acesso a conteúdo cinematográfico, ficando evidente, dessa forma, os prejuízos gerados pelo tipo de ocupação territorial neste âmbito de desenvolvimento do país.

Ademais, cabe destacar a necessidade de que direitos, como o acesso à cultura por parte dos cidadãos, sejam resguardados. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 destaca o lazer e a cultura como direitos sociais a serem ofertados e resguardados. Entretanto, o Estado brasileiro tem sido omisso para com a problemática, ao passo que, segundo dados da ANCINE, a maior parcela de salas de cinema se encontram em grandes centros urbanos. Desse modo, fica evidente que o acesso ao cinema não ocorre de forma equânime, sendo a Constituição, portanto, negligenciada.

Em suma, percebe-se que o quanto que heranças históricas, bem como a omissão do Estado têm contribuído para a falta de democratização do cinema no Brasil. Logo, cabe ao Governo Federal, por meio de um plano de incentivo fiscal, estimular estados e municípios à criação de salas de cinema, sendo destinado 50% valor necessário, transferidos fundo a fundo, mediante comprovação por documentos e fotografias. Assim, os demais entes federativos seriam estimulados à superação do problema, bem como formas de tornar o acesso equânime em todo o país incentivadas, tornando a ficção da obra de Ariano Suassuna, uma realidade a todo o Brasil.


icaro112012: posso usá-lo para uma redação dissertativa?
Respondido por pedrocf808
3

"Ao longo do processo de formação da sociedade, o pensamento cinematográfico consolidou-se em diversas comunidades. No iniício do século XX, com os regimes totalitários, por exemplo, o cinema era utilizado como meio de dominação à adesão das massas ao governo. Embora o cinema tenha se popularizado, posteriormente, como entretenimento, nota-se, na contemporaneidade, a sua limitação social, em virtude do discurso elitizado que o compõe e da falta de acesso por parte da população. Essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, desde que acompanhada da desconstrução coletiva, junto à redução do custo do ingresso para a maior acessibilidade. Em primeira análise, é evidente que a herança ideológica da produção cinematográfica, como um recurso destinado às elites, conservou-se na coletividade e perpetuou a exclusão de classes inferiores. Nessa perspectiva, segundo Michel Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em uma linguagem que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação. Sob essa ótica, constata-se que o discurso hegemônico introduzido, na modernidade, moldou o comportamento do cidadão a acreditar que o cinema deve se restringir a determinada parcela da sociedade, o que enfraquece o princípio de que todos indivíduos têm o direito ao lazer e ao entretenimento. Desse modo, com a concepção instituída da produção cinematográfica como diversão das camadas altas, o cinema adquire o caráter elitista, o qual contribui com a exclusão do restante da população. Além disso, uma comunidade que restringe o acesso ao cinema, por meio do custo de ingressos, representa um retrocesso para a coletividade que preza por igualdade. Nesse sentido, na teoria da percepção do estado da sociedade, de Émile Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se duas divisões: "normal e patológico". Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que um ambiente patológico, em crise, rompe com o seu desenvolvimento, visto que um sistema desigual não favorece o progresso coletivo. Dessa forma, com a disponibilidade de ir ao cinema mediada pelo preço – que não leva em consideração a renda regional –, a democratização torna-se inviável. Depreende-se, portanto, a relevância da igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para que isso ocorra, é necessário que o Estado proporcione a redução coerente do custo de ingressos por região, junto à difusão da importância da produção cinematográfica no cotidiano, nos meios de comunicação, por meio de anúncios, a fim de colaborar com o acesso igualitário. Ademais, a instituição educacional deve proporcionar aos indivíduos uma educação voltada à democratização coletiva do cinema, como entretenimento destinado às elites, por intermédio de debates e palestras, na área das Ciências Humanas, como forma de esclarecimento populacional. Assim, haverá um ambiente estável que colabore com a acessibilidade geral ao cinema no país."

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