Redação sobre a vida da mulher negra no Brasil !
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Título: A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA: O DESAFIO DE SER MULHER NEGRA NO BRASIL
Num país onde 23 mil jovens negros são mortos por ano segundo o Mapa da Violência, esse é um questionamento fundamental para se entender os recentes dados divulgados no Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) 2017, lançado no Dia Internacional dos Direitos Humanos pela UNESCO. O relatório, que pela primeira vez abordou questões de gênero, revela uma realidade brutal sobre o espaço ocupado pelas mulheres negras na sociedade brasileira ao evidenciar que uma mulher jovem e negra tem mais que o dobro de possibilidade de ser vítima de homicídio em relação a uma jovem mulher branca. No Rio Grande do Norte essa diferença chega a ser oito vezes superior as chances de jovens brancas serem assassinadas.
Tais dados demonstram ser impossível dissociar a realidade vivida por jovens negras hoje – e consequentemente a perversa vulnerabilidade social a qual estão submetidas no Brasil – do fato deste ter sido o último país do mundo a abolir oficialmente a escravidão, instituição específica de raça, classe e gênero, como define a socióloga feminista estadunidense Patricia Hill Collins, que fundamentou a natureza das relações de dominação e subordinação que operavam na escravidão e que refletem até hoje os índices de assassinato das mulheres negras.
Nesse breve período de 129 anos de “liberdade”, pouco se avançou em políticas públicas para uma ampla conscientização antirracista – como defende Angela Davis enquanto fundamental para acabar com o racismo – e tal omissão é conveniente com a continuidade da exploração da classe trabalhadora, que é em sua maioria preta, periférica e “não abastada”. Os dados recentes do IBGE em 2016 demonstram que, de forma não acidental, negros estão muito aquém de uma equiparidade salarial no mercado de trabalho, ganhando somente 59% em média do rendimento de pessoas brancas. Já as experiências violentas a qual a juventude negra é exposta devido ao racismo estrutural enraizado política, econômica e institucionalmente na sociedade, se acentuam devido ao processo de retirada de direitos e abandono total do Estado, que ignora as condições precárias da educação pública, do sistema de saúde público e os índices de encarceramento e extermínio das juventudes nas periferias.
Nesse cenário, são as mulheres negras que de forma acentuada sentem o impacto dessas políticas, interseccionando em si as estruturas racistas, patriarcais, sexistas e heteronormativas, pois há uma questão de gênero fundamental nessa equação – a qual coloca as mulheres numa condição subalterna e passível de objetificação. Como o próprio levantamento do IVJ 2017 aponta, os índices evidenciam a brutal desigualdade que atinge negros e negras até na hora da morte. E essa desigualdade é sentida de forma substancial pelas mulheres negras, uma vez que políticas reacionárias de criminalização do aborto, como a PEC 181 e o estatuto do nascituro, somadas ao descaso com as políticas já implementadas contra a violência doméstica, por exemplo, resultam numa conta cara e inacessível, que as mulheres negras infelizmente pagam com a vida.
Caminhos para o combate da exploração da mulher negra
“O ponto de partida de qualquer exploração na vida das mulheres negras na escravidão seria uma avaliação de seu papel enquanto trabalhadora” Angela Davis – Mulheres, raça e classe.
Num país onde 23 mil jovens negros são mortos por ano segundo o Mapa da Violência, esse é um questionamento fundamental para se entender os recentes dados divulgados no Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) 2017, lançado no Dia Internacional dos Direitos Humanos pela UNESCO. O relatório, que pela primeira vez abordou questões de gênero, revela uma realidade brutal sobre o espaço ocupado pelas mulheres negras na sociedade brasileira ao evidenciar que uma mulher jovem e negra tem mais que o dobro de possibilidade de ser vítima de homicídio em relação a uma jovem mulher branca. No Rio Grande do Norte essa diferença chega a ser oito vezes superior as chances de jovens brancas serem assassinadas.
Tais dados demonstram ser impossível dissociar a realidade vivida por jovens negras hoje – e consequentemente a perversa vulnerabilidade social a qual estão submetidas no Brasil – do fato deste ter sido o último país do mundo a abolir oficialmente a escravidão, instituição específica de raça, classe e gênero, como define a socióloga feminista estadunidense Patricia Hill Collins, que fundamentou a natureza das relações de dominação e subordinação que operavam na escravidão e que refletem até hoje os índices de assassinato das mulheres negras.
Nesse breve período de 129 anos de “liberdade”, pouco se avançou em políticas públicas para uma ampla conscientização antirracista – como defende Angela Davis enquanto fundamental para acabar com o racismo – e tal omissão é conveniente com a continuidade da exploração da classe trabalhadora, que é em sua maioria preta, periférica e “não abastada”. Os dados recentes do IBGE em 2016 demonstram que, de forma não acidental, negros estão muito aquém de uma equiparidade salarial no mercado de trabalho, ganhando somente 59% em média do rendimento de pessoas brancas. Já as experiências violentas a qual a juventude negra é exposta devido ao racismo estrutural enraizado política, econômica e institucionalmente na sociedade, se acentuam devido ao processo de retirada de direitos e abandono total do Estado, que ignora as condições precárias da educação pública, do sistema de saúde público e os índices de encarceramento e extermínio das juventudes nas periferias.
Nesse cenário, são as mulheres negras que de forma acentuada sentem o impacto dessas políticas, interseccionando em si as estruturas racistas, patriarcais, sexistas e heteronormativas, pois há uma questão de gênero fundamental nessa equação – a qual coloca as mulheres numa condição subalterna e passível de objetificação. Como o próprio levantamento do IVJ 2017 aponta, os índices evidenciam a brutal desigualdade que atinge negros e negras até na hora da morte. E essa desigualdade é sentida de forma substancial pelas mulheres negras, uma vez que políticas reacionárias de criminalização do aborto, como a PEC 181 e o estatuto do nascituro, somadas ao descaso com as políticas já implementadas contra a violência doméstica, por exemplo, resultam numa conta cara e inacessível, que as mulheres negras infelizmente pagam com a vida.
Caminhos para o combate da exploração da mulher negra
“O ponto de partida de qualquer exploração na vida das mulheres negras na escravidão seria uma avaliação de seu papel enquanto trabalhadora” Angela Davis – Mulheres, raça e classe.
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