redacao racismo alelo
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Resposta:
O período de colonização do Brasil foi marcado por práticas violentas e consideradas, atualmente, como um crime aos direitos inerentes a todo ser humano, como foi o caso dos indígenas nativos do território e negros africanos, trazidos ao país, escravizados nos engenhos e submetidos a tratamentos degradantes e cruéis. Mesmo após a abolição da escravatura, em 1888, por meio da Lei Áurea, não houve qualquer tentativa do Estado de inserir os ex-escravos com equidade no mercado de trabalho e garantir-lhes bem-estar social. Dessa forma, uma discriminação racista histórica persiste no Brasil contemporâneo, causando pobreza e falta de oportunidades justas a essa parcela populacional e requerendo, portanto, um combate enérgico.
Inicialmente, é por conta dessa situação histórica mal resolvida que grande parte dos indivíduos negros sofre com a pobreza no século XXI. De acordo com o IBGE, entre as pessoas mais pobres do Brasil, 3 em cada 4 são negras, revelando uma desigualdade social que torna-se, também, racial. Diante desse cenário, há a manutenção contínua dessa conjuntura, pois, sem acesso a escolaridade, por exemplo, tal população se submete a empregos informais, abusivos ou que não são suficientes para a garantia de uma qualidade de vida digna. A partir disso, é muito presente a ideia de que a figura negra se associa à criminalidade, desconsiderando-se o fator da pobreza como impulsionador de tal contexto e, ainda, generalizando o comportamento de toda uma etnia.
Além disso, apesar das ações afirmativas aplicadas com o objetivo de garantir maior inclusão social, escolar e profissional aos negros, há resistência em aceitar figuras negras como merecedoras de reconhecimento. Em assuntos que são referentes às próprias escolas, não é incomum ver o “embranquecimento” de figuras notáveis que foram negras, como o jornalista Luiz Gama e inclusive o grande escritor Machado de Assis, o qual aparece em diversas capas de livros com a pele de tom claro. Tal negação da figura negra desestimula a parte da população que poderia se inspirar nesses nomes para buscar o sucesso, uma vez que também segundo o IBGE, 54% da população brasileira se identifica como negra ou parda. Assim, a consequência é clara: grupos de pessoas que não enxergam em si a possibilidade de crescimento, pois desconhecem outros que alcançaram tais objetivos.
Portanto, é essencial a expansão de programas que, de fato, modifiquem a pouca aceitação negra na sociedade como forma de combater o racismo. Para isso, é preciso que o Ministério da Educação, junto a grandes editoras brasileiras, dê mais foco a assuntos que demonstrem os grandes notáveis da cultura negra e incentive a escolarização desse percentual social, por meio da reformulação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), inclusão de livros recém-lançados que abordem especialmente o assunto e oferecimento de bolsas de estudo para pessoas negras que têm o risco de evasão escolar. Dessa forma, ao mesmo tempo em que combate-se o racismo na teoria histórica, ele será combatido socialmente, por meio da inclusão.