Português, perguntado por greizielemelo, 6 meses atrás

Redação meu Brasil brasileiro

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Respondido por mv8117548
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Resposta:

Meu Brasil brasileiro

Existe, de fato, uma “cultura do estupro” no Brasil? É muito difícil responder a esta [essa]questão, mesmo com os dados que [dados] apresentados nos últimos dias, alguns dos cujos [quais] , apesar de escandalosamente errados, terem provocado comoção nacional. O repúdio manifestado à divulgação dos dados iniciais e incorretos da pesquisa do Ipea leva a crer que é um exagero falar em cultura do estupro, ainda que a prática, abominável, ainda seja muito frequente no país. Façamos algumas ponderações.

Não há dúvida que o machismo vigora no Brasil e é uma herança maldita da colonização ibérica. Por outro lado, convem [convém] observar um paradoxo: com a industrialização do país, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, com a revolução de costumes dos anos 1960, o sexo feminino passou a gozar de uma liberdade que contrasta com essa mentalidade machista. Além disso, vigora no país, para o bem e para o mal, um sensualismo exagerado, que tem como manifestação mais evidente o exibicionismo do corpo da mulher (vejam-se os casos do carnaval e da publicidade, por exemplo).

Está [Estão] aí os ingredientes implosivos e explosivos do problema no nosso modo de ver: o conflito de mentalidades, o choque entre o machismo retrógrado e os avanços do sensualismo. O choque, naturalmente, não havia de ficar no plano das ideias, num país cujos habitantes costumam agir duas vezes antes de pensar. E o resultado é a violência do estupro, mais uma das violências que desfiguram o cotidiano no país. A propósito, a [há] mais um elemento que não deve ser desprezado, para confirmar essa realidade paradoxal: o estupro é um crime que ofende aos outros criminosos (assassinos, ladrões, traficantes...), sendo notório que os estupradores, tão logo presos, acabam estuprados – o que provoca um saboroso gostinho de vingança aos espectadores do programa do Datena.

Tem [Há] solução para essa realidade? Tem de haver, claro, e a primeira medida a ser apontada é o combate eficiente à criminalidade de um modo geral. Em segundo lugar, deve-se procurar reduzir a sensação de impunidade, bem como a própria impunidade, pois também para o crime vigora a relação custo/benefício. Finalmente, em vez de fazer propaganda de inaugurações de obras faraônicas inacabadas, o governo podia investir em propagandas educativas incentivando o respeito à vida, ao sexo, ao homem e à mulher.

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