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Sobre o autor
Gonçalves Dias foi um importante poeta do romantismo brasileiro. Estudante de Direito em Portugual, Dias escreveu o famoso “Canção do Exílio” influenciado pela saudade que sentia do Brasil. O sentimento nacionalista, inclusive, era uma marca da sua escrita. A visão indianista também estava presente na sua obra, que costumava idealizar o índio. I-Juca Pirama é uma obra que pode ser inserida nesse estilo.
Importância do livro
I – Juca Pirama é um marco da poesia indianista no romantismo brasileiro. O indianismo, na poesia romântica, é a afirmação da nacionalidade e coloca o índio como heroi. Publicado em 1851 no livro Últimos Cantos, é considerado a obra-prima do autor pela excelência tanto da forma quanto do conteúdo.
Período histórico
O Romantismo teve início na 1ª metade do século XIX e foi um movimento literário marcado por três gerações com características específicas. Gonçalves Dias foi um dos principais representantes do indianismo da 1ª geração, o autor exaltava as qualidades nacionais.
ANÁLISE
Embora possa ser considerado um poema narrativo por ter uma história com começo, meio e fim, I-Juca Pirama tem no lirismo o seu ponto forte. A musicalidade está presente, alternado versos curtos e longos com rimas que ajudam a dar ao poema o ritmo da aventura narrada. A métrica também é variada ao longo da obra, o que reforça essa ideia de alternância.
PERSONAGENS
I – Juca Pirama: índio que segue as tradições, defendendo a honra de seu povo e do seu pai.
Pai de Juca Pirama: um homem cego e velho, fiel às tradições do povo tupi. Exige que o filho volte para a aldeia dos timbiras e honre os tupis.
Velho índio timbira: o narrador da história, é quem conta a história de I – Juca Pirama como um lenda.
Um dos temas centrais do romantismo é a busca das origens da nacionalidade. No caso brasileiro, os autores foram buscar essa referência nos povos indígenas. Seus valores e códigos de honra foram exaltados. Como vemos no poema, a história do guerreiro tupi torna-se uma lenda, recordada muitos anos depois por um velho timbira. Tanto tupis quanto timbiras só têm bons sentimentos: honra, bravura, amor filial, piedade. Não somente a honra pessoal, mas a honra de um povo, de uma nação, ainda que praticamente dizimada. O índio tupi sacrifica conscientemente a própria vida para que o povo tupi seja lembrado como um povo de bravura incontestável.
A idealização construída não permite que valores contrastantes com a civilização do século XIX, como por exemplo o canibalismo, influenciem negativamente nessa visão idealizada. Fica implícito que mesmo depois de toda a conciliação, o guerreiro tupi foi realmente submetido ao ritual do sacrifício, o que parece natural aos olhos do poeta, mas certamente muito estranho aos nossos. Devemos, portanto, ler o poema levando em consideração o contexto cultural da época em que foi escrito e as tradições indígenas.
AUTOR
Gonçalves Dias
10 de Agosto de 1823
03 de Novembro de 1864 (41 anos)
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