Quixote e Sancho, de Portinari
VI. O derrotado invencível
— Gigantes!
(Moinhos
de vento ...)
— Malina
mandinga,
traça
despavento!
(Moinhos e moinhos
de vento...)
— Gigantes!
Seus braços
de aço
me quebram
a espinha,
me tomam
farinha?
Mas brilha
divino
o santelmo
que rege
e ilumina
meu valimento.
Doído,
moído,
caído,
perdido,
curtido,
morrido,
eu sigo,
persigo
o lunar
intento:
pela justiça no mundo
luto, iracundo
(VI / 0 DERROTADO INVENCÍVEL - In: As impurezas do Branco,
de Carlos Drummond de Andrade. Companhia das Letras, São Paulo; Carlos Drummond de Andrade © Grana Drummond www.carlosdrummond.com.br.)
1. Analise o modo como Drummond tratou a personagem Quixote de Cervantes e de Portinari. Para isso, observe
como o eu poético recupera a figura de Dom Quixote e dos moinhos de vento.
a) Note a forma de composição do texto e identifique a distribuição dos versos na página e sua pontuação. Que
sentido conferem ao poema?
b) Identifique os substantivos, os pronomes e os verbos que constroem a figura de Quixote. O que resulta dessa
construção?
c) Explique o sentido do título do poema.
2. Que sentimentos revelam a figura de Quixote, seu cavalo Rocinante e os moinhos de vento?
3. De que forma o pintor e o poeta dialogam com Quixote, de Cervantes?
Anexos:
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1.a) Os versos curtos reproduzem os movimentos de uma luta sem fim, que não pode ser vencida pelo cavaleiro "torto" e mais fraco do que os "moinhos de vento" imaginários.
1.b) Sobre Quixote:
- o derrotado invencível;
- me quebram a espinha
me tornam farinha?
- Doído, moído, caído, perdido, curtido, morrido
- eu sigo, persigo.
Os verbos e os adjetivos mostram um lutador sem sucesso, ferido, muito abatido, mas que não desiste da luta.
1.c) O título faz referência a duas formas de mostrar o anti-herói Dom Quixote: a obra de Cervantes escrita e a imagem de Portinari. Carlos Drummond usa o jeito de Portinari para falar dessa luta sem fim, com expressões diretas e sem elegância, quase falando de um "desastrado".
2. São sentimentos difusos, a Dom Quixote a insistência, mesmo que já derrotado, a Rocinante a fidelidade e aos moinhos de vento, a vitória impossível.
3. Sempre mostrando-o "desastrado", já derrotado, mas insistente e um combatente formal.
Mesmo quando Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote, a ideia era fazer uma pesada crítica às novelas de cavalaria, muito lidas em seu tempo.
Buscou, assim, pelo anti-herói, pelo que seria sempre derrotado mas que insistiria por uma causa nobre, apesar de "enlouquecida".
1.b) Sobre Quixote:
- o derrotado invencível;
- me quebram a espinha
me tornam farinha?
- Doído, moído, caído, perdido, curtido, morrido
- eu sigo, persigo.
Os verbos e os adjetivos mostram um lutador sem sucesso, ferido, muito abatido, mas que não desiste da luta.
1.c) O título faz referência a duas formas de mostrar o anti-herói Dom Quixote: a obra de Cervantes escrita e a imagem de Portinari. Carlos Drummond usa o jeito de Portinari para falar dessa luta sem fim, com expressões diretas e sem elegância, quase falando de um "desastrado".
2. São sentimentos difusos, a Dom Quixote a insistência, mesmo que já derrotado, a Rocinante a fidelidade e aos moinhos de vento, a vitória impossível.
3. Sempre mostrando-o "desastrado", já derrotado, mas insistente e um combatente formal.
Mesmo quando Miguel de Cervantes escreveu Dom Quixote, a ideia era fazer uma pesada crítica às novelas de cavalaria, muito lidas em seu tempo.
Buscou, assim, pelo anti-herói, pelo que seria sempre derrotado mas que insistiria por uma causa nobre, apesar de "enlouquecida".
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