Quinta-feira, primeiro dia de Expoeste e eu ansiosa e toda produzida de calça, botina e chapéu. Aguardava o dia passar para chegar a noite d o mais esperado show, nada mais nadal menos do que Manutti. Minha ansiedade crescia a cada minuto do anúncio do carro de som pelas ruas
Cai a noite, e eu mais cinco amigas seguimos rumo à praça municipal para esperarmos o circular que faz o trajeto do centro ao parque de exposição Laurindo Chapéu de Couro. Ao chegarmos logo ali na subida do morro da Avenida 7 de Setembro, exatamente na faixa de pedestre em frente ao Sorvetio, percebi algo chamando a minha atenção, pois pessoas começavam a se aglomerar, e eu, que não sou gato e só tenho uma vida, não quis morrer de curiosidade e fui lá. Nesse instante, foi imediata a lembrança das aulas de História e viajei direto para o Antigo Egito, pois aquilo que eu vira ali era a cópia fiel dos braços de uma dançarina egipcia, mas ao observar com mais atenção, percebi que essas dançarinas não tinham todo aquele molejo e comecei a reparar melhor e, se não fosse pela indumentária, poderia dizer com toda a convicção que Michael Jackson não havia morrido e tinha vindo se esconder nessas bandas do Norte do Brasil.
Aos poucos aquela aglomeração já havia virado uma multidão e não parava de chegar gente. Cada uma com um tipo de reação, algumas ficavam estáticas, outras boquiabertas, alguns assobiavam e, por incrivel que pareça, todas sequer piscavam. Eis que de um salto majestoso do chão para o banco, ao som de assobios. gritos e aplausos, o espetáculo toma uma proporção gigantesca, e a empolgação do público faz com que aquele banco se torne a miniatura do palco da Broadway e, all mesmo, sem aqueles sapatos brilhantes, mas de bermuda listrada, camisa floral abotoada até o pescoço e de gravata laranja, o dançarino. desliza de um lado para o outro, joga os ombros para cima e para baixo, sobe e desce, rodopia, segura com uma das mãos na cintura e dá uma sarrada no ar, para e depois acena com as mãos. O público enlouquece e se eleva em gritos è assobios. Pensa que o show acabou? Engano seu. Também havia pensado.
Mas não, foi somente o primeiro ato do espetáculo e para o espanto da plateia, o artista dá um salto mortal carpado triplo de costas e, de pés no chão, deixa o banquinho ao lado do busto da praça Nilo Paulo Balbinot e atravessa a rua virando estrelinhas. Foi esse o momento de maior agitação, pois os gritos e assobios parecem ter triplicado. Ao chegar em frente à loja Varuna, o show recomeça, mas agora o próprio artista escolhe seus espectadores: os manequins, e assim ignora toda aquela gente que também atravessou a rua para segui-lo. No entanto, como uma surpresa, vira de costas para a loja e seus espectadores escolhidos e, de forma esquia e elegante, curva-se e roda as mãos três vezes reverenciando o público e finaliza fazendo um coração com as mãos, depois desce a avenida com rumo ignorado. C público vai ao delirio!
All estava eu, juntamente com aquele respeitável público, saindo de um estado de éxtase e entrando no circular, mas confesso, meus caros, perdi até a vontade de ir ao show do Manutti, pois imaginava que não seria mais animado do que aquele espetáculo de graça na rua
Você pode até pensar que cidades pequenas são todas iguais, que tem apenas praça. loja, lanchonete e posto de gasolina, que as pessoas só falam mal da vida alheia e que sabem mais da nossa vida do que nós mesmos. Se você pensa assim, até certo ponto eu posso concordar, mas a minha cidade é mais que isso, a minha tem o Fu, o dançarino da praça..
2) A crônica apresenta uma LINGUAGEM *
A) Extremamente difícil de ser compreendida.
B) Simples de ser entendida.
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Explicação:
Simples de ser entendida
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