Sociologia, perguntado por ryanalencarvang, 10 meses atrás

Questões simples de sociologia 3 ano

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Respondido por jessicahengen
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Semelhante movimento, Tarrow também admite, raramente atua de maneira concertada e sua existência deve ser inferida das atividades de organizações que reivindicam representá-lo (Tarrow, 1983: 5).  Mas como saber que existe um movimento atrás do protesto ativo? Aparentemente é uma presença metafísica atrás da cena, que é ocupada pelas organizações de protesto e pelos eventos de protesto. A abordagem de mobilização de recursos, assumindo uma definição empírica, parece chamar toda forma de ação política não-institucional como movimento social. A palavra "movimento" tem o perigo de se tornar sinônimo de tudo que muda na sociedade. O próprio conceito de protesto tem fracas bases analíticas. O protesto poderia ser definido como toda forma de denúncia de um grupo lesado? Como uma reação que rompe as regras estabelecidas? Como um confronto com as autoridades? Ou como tudo isso?  Estas proposições evidenciam a mesma falta de distinção entre uma generalização empírica e uma definição analítica. Como se diferenciar entre um tumulto antigovernamental de bêbados, uma greve sindical e uma ampla mobilização contra a política nuclear? Todos eles podem ser empiricamente considerados como protestos, mas cada um deles tem um significado e uma orientação significativamente diferentes. A definição de protesto como um comportamento disruptivo demonstra as impropriedades das generalizações empíricas. Tal definição implica um sistema de referência, um conjunto de limites ou fronteiras que são rompidas. De fato, aqueles que escrevem sobre o protesto fazem implicitamente referência ao sistema político. O único sistema possível de referência torna-se o confronto com as autoridades e a ação coletiva é simplesmente reduzida à ação política. Esta sobrecarga política, como já se destacou, é analiticamente sem base, particularmente quando referida aos movimentos contemporâneos.É necessária uma mudança das definições empíricas para as analíticas. As linhas seguintes indicarão, se não uma solução satisfatória desse problema, uma direção em que a pesquisa poderia avançar.A abordagem atual dos movimentos sociais está baseada na suposição de que os fenômenos empíricos de ação coletiva são um objeto de análise que é unificado e significativo em si próprio e que pode dar, quase diretamente, explicações satisfatórias sobre as origens e a orientação de um movimento. Um movimento é visto (como diria um francês) como um personagem que atua na cena histórica com uma unidade de consciência e ação que está longe de se afastar da fragmentação atual e da pluralidade de um movimento social empírico. Os movimentos dispendem uma grande parte de seus recursos tentando manter sua unidade e conseguir uma certa homogeneidade com um campo social composto de vários elementos.Ao considerar um movimento como um personagem, a análise ignora que a unidade é mais um resultado do que um ponto de partida; portanto, deve-se assumir que há uma espécie de "espírito" oculto do movimento, ao invés de considerá-lo como um sistema de relações sociais. Uma ação coletiva não pode ser explicada sem levar em conta como os recursos internos e externos são mobilizados, como as estruturas organizacionais são constituídas e mantidas, como as funções de liderança são garantidas. O que é empiricamente chamado de "movimento social" é um sistema de ação que liga orientações e significados plurais. Uma ação coletiva singular ou um evento de protesto, além disso, contêm tipos diferentes de comportamento e as análises têm de romper sua aparente unidade e descobrir os vários elementos nela convergentes e possivelmente tendo diferentes conseqüências. O significado de uma ação coletiva depende, portanto, de seu sistema de referência e de suas dimensões analíticas. O mesmo comportamento empírico pode ser visto de maneiras diferentes, se ele se refere ou não a um sistema organizacional, a um sistema político, a um modo de produção (Melucci, 1977 e 1980). Ao usar o conflito, a solidariedade e o rompimento dos limites do sistema como dimensões analíticas básicas (Melucci, 1980, 1982 e 1983), diferenciei entre vários tipos de ação coletiva. Defino conflito como uma relação entre atores opostos, lutando pelos mesmos recursos aos quais ambos dão um valor. A solidariedade é a capacidade de os atores partilharem uma identidade coletiva (isto é, a capacidade de reconhecer e ser reconhecido como uma parte da mesma unidade social). Os limites de um sistema indicam o espectro de variações tolerado dentro de sua estrutura existente. Um rompimento destes limites empurra um sistema para além do espectro aceitável de variações.

OLHA SE TIVER ERRADO DESCULPA É PQ EU SOU DO NONO

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