Questão:
Vocês que fazem parte dessa massa/ Que passa nos projetos do futuro/ É duro tanto ter que caminhar/ E dar muito mais do que receber/ E ter que demonstrar sua coragem/ À margem do que possa parecer/ E ver que toda essa engrenagem/ Já sente a ferrugem lhe comer/ Ê, ô, ô, vida de gado/ Povo marcado, ê!/ Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado/ Povo marcado, ê!/ Povo feliz!/ Lá fora faz um tempo confortável/ A vigilância cuida do normal/ Os automóveis ouvem a notícia/ Os homens a publicam no jornal/ E correm através da madrugada/ A única velhice que chegou/ Demoram-se na beira da estrada/ E passam a contar o que sobrou!/ O povo foge da ignorância/ Apesar de viver tão perto dela/ E sonham com melhores tempos idos/ Contemplam essa vida numa cela/ Esperam nova possibilidade/ De verem esse mundo se acabar/ A arca de Noé, o dirigível/ Não voam, nem se pode flutuar/ Não voam, nem se pode flutuar/ Não voam, nem se pode flutuar
Mito da Caverna de Platão:
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
Perguntas:
1. Leia os dois textos e faça uma comparação. De modo argumentativo.
2. Identifique: os prisioneiros, a caverna no primeiro texto e sua condição em comparação com o mito da caverna de plutão. (Modo Argumentativo)
3. Usando seus conhecimentos sobre Platão, apresente a solução do problema, se for o caso no primeiro texto.
4. No segundo texto faça uma argumentação sobre o problema do conhecimento herdado por Platão dos pré-socráticos.
5. Apresente a teoria de Platão para o problema do conhecimento:
6. Como as teorias dos pré-socráticos, no caso Parmênides e Heráclito se manifestam no nosso mundo?
7. Podemos partir do mito da caverna, compreender o problema do conhecimento? Como?
8. Apresente um exemplo no nosso mito da caverna.
Soluções para a tarefa
1. Temos como comparação o fato de que em ambos os textos o "povo", os homens, de forma geral, acabam sendo enganados e distanciam-se da realidade.
2. A condição dos prisioneiros da caverna do texto em relação ao mito da caverna de Platão estão relacionadas, visto que a ignorância é para os homens a sua maior prisão. Essa é a ideia que o Mito da caverna e esse texto novo trazem.
3. A solução para o problema da caverna segundo a ótica de Platão seria o questionamento, a reflexão, a busca pela verdade por meio da experimentação.
4. O problema do conhecimento herdado por Platão dos pré-socráticos advinha em grande parte de sua limitação ao mundo sensível, além do dualismo que buscava uma relação entre realidade empírica e o Absoluto, o divino. Platão buscou retirar a influência da religião da filosofia.
5. Platão resolve o problema do conhecimento por meio da ideia de que é preciso superar a transitoriedade das coisas sensíveis, por isso ele aponta que todo conhecimento só é atingido por meio do raciocínio que chega à forma dos objetos, que possuem uma identidade atemporal que não pode ser destruída.
6. Vemos heranças do pensamento de Parmênides e Heráclito como as respectivas ideias de um mundo único e imóvel, enquanto que Heráclito defendia a ideia de um mundo contínuo. Vemos ambas se manifestarem na religião e na cultura das sociedades.
7. Sim, podemos partir do mito da caverna, compreender o problema do conhecimento ao perceber que nossos sentidos podem nos enganar; por isso o mundo sensível não é fonte de conhecimento; apenas o pensamento racional.
8. Atualmente o nosso mito da caverna são as redes sociais, onde as pessoas acreditam estar vivendo a realidade, quando na verdade estão afogadas em um mar de aparências.