(questão 3, de filosofia) voce concorda que, nos governos em que as leis impedem o acesso de todos a riqueza, n pode haver justiça?
Soluções para a tarefa
Não sei a resposta fhctxmbjdfhctxmbjfhfhctxmbjdtdkgmjgfguugffvioiytedcbntskgydlhifpjdjugctxmbjdtdkgtskgyddtdkgts nbffvjjuffghkg
Resposta:
Nossos problemas não resultam da falta de recursos e sim da sua má alocação. O mundo produz anualmente 80 trilhões de dólares de bens e serviços. Divididos por 7,6 bilhões de pessoas, isso representa 3.500 dólares por mês por família de quatro pessoas. É bem suficiente. Com um PIB de 6,5 trilhões de reais e uma população de 208 milhões, o Brasil está precisamente na média mundial. Uma distribuição mais justa asseguraria 11 mil reais por mês por família de 4 pessoas. Daria para todos viverem de maneira digna e confortável. Reduzir a desigualdade é o principal caminho para uma sociedade mais decente e mais produtiva. Nosso problema não é econômico, é político.
A grande riqueza e a grande pobreza são igualmente patológicas para a sociedade. A pobreza porque é eticamente e economicamente prejudicial para toda a sociedade. E a riqueza porque os muito ricos não sabem parar, transformam poder econômico em poder político, corroem a democracia. Assegurar a renda mínima e taxar os excessos são duas facetas do equilíbrio necessário. Em paraísos fiscais temos entre 21 trilhões e 32 trilhões de dólares para um PIB mundial de 73 trilhões (dados de 2012). Resultam essencialmente de evasão fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção e atividades ilegais como tráfico de armas e drogas. Os judiciários fazem o quê? Estão a serviço de quem?
O problema central da política é simples: os privilegiados adquirem progressivamente o poder de aumentar os seus privilégios. E o processo se agrava até atingir pontos de ruptura, com violência e tensões generalizadas. A desigualdade econômica e política – e a inoperância dos sistemas jurídicos – fazem parte de um mesmo processo de desequilíbrio social generalizado.
O combate à desigualdade é uma necessidade ética. Não é concebível que no século XXI tenhamos manifestações trágicas de pobreza e miséria. O básico, numa sociedade civilizada, não pode faltar a ninguém, e muito menos às crianças que não têm nenhuma responsabilidade pelo caos em que são jogadas. Não é uma questão de esquerda e direita, e sim de elementar decência humana. A dimensão ética se apresenta tanto no sofrimento dos pobres, que não são responsáveis pela sua pobreza, como na prepotência dos ricos, que vivem de rentismo improdutivo e da corrupção política.
O combate à desigualdade é também uma necessidade política. Nenhuma sociedade se governa de maneira equilibrada e democrática quando sofre com as inevitáveis tensões e conflitos que a desigualdade gera. Em vez de construir muros entre nações, de multiplicar condomínios de luxo como guetos de riqueza nas cidades, temos de enfrentar a tarefa organizada e sistemática de inclusão dos pobres. Uma sociedade em conflito social permanente termina não funcionando para ninguém. Os países menos desiguais são mais pacíficos e equilibrados. Não se trata de distribuir armas e sim de equilibrar recursos.
Sai mais barato tirar as famílias da miséria e acabar com a pobreza do que arcar com as consequências em termos de doenças, insegurança e baixa produtividade, além do sofrimento gerado. É bom senso, não é caridade. Ampliar o bem-estar funciona para todo mundo.
O aumento de renda nas famílias pobres gera melhoria radical da qualidade de vida e muita felicidade. Um milhão a mais nas mãos do milionário gera apenas mais poder para buscar mais milhões. Em termos de utilidade social e dinamização econômica, o dinheiro é mais produtivo na base da sociedade.
Hoje 26 bilionários no planeta têm mais patrimônio acumulado do que 3,8 bilhões de pessoas, a metade mais pobre da população mundial. Não produziram essa riqueza, mas dela se apropriaram. Maior desigualdade da história. Milagre da intermediação financeira, tragédia para o sistema. Em vez de apenas criticar os ricos, temos de entender os mecanismos que geram a riqueza improdutiva. Taxar a riqueza, distribuir para a base da sociedade.
Explicação:
não