QUESTÃO 18
XIII
“Ora (direis) ouvir estrelas!”
Olavo Bilac
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
(www.revista.agulha.nom.br. Acesso: 11/03/2010.)
Sobre esse poema, são feitas as seguintes afirmativas:
I. As estrelas sofrem um processo de personificação, uma vez que o poeta as tem, muitas vezes, como suas interlocutoras.
II. A cena é descrita de modo subjetivo, com forte interferência da subjetividade do eu poético.
III. A visão de mundo melancólica e transfigurada do poeta projeta-se sobre o objeto poetizado, numa atitude de desvario.
Estão corretas as afirmativas:
A)
I e III, apenas.
B)
I e II, apenas.
C)
III e II, apenas.
D)
I, II e III.
Soluções para a tarefa
Resposta:
III e II, apenas
Explicação:
espero ter ajudado
Resposta:
Alternativa d: I, II e III.
Explicação:
Por que I?
A personificação (aka prosopopeia) é uma figura de linguagem que consiste em atribuir comportamentos humanos a seres inanimados ou irracionais. "Tá, mas o que isso tem a ver?" Ora, meu ilustre camarada: quando o eu lírico diz que com conversa com as estrelas e ela entendem, isso é uma prosopopeia, pois só os humanos podem entender a fala de outros humanos. Logo, a primeira afirmação está certa.
E a II?
Eu escrevo um texto subjetivo quando coloco a minha opinião nele. O eu lírico (aka eu poético) acha estranho que alguém não fale com as estrelas, colocando sua subjetividade no soneto. Portanto, a segunda frase também diz a verdade.
Mas o que dizer da III?
O eu lírico aparenta não ter muitas amizades, por isso conversa com as estrelas, na falta de um bom ouvinte, dando uma visão melancólica de mundo da parte do eu poético. Assim, a última sentença de forma nenhuma é falsa.
E aí está a resposta!