Português, perguntado por tassyb, 7 meses atrás

QUESTÃO 1
RACISMO: À FLOR DA PELE

Texto I
A revista Superinteressante publicou, em 1 de junho de 2020, um texto denominado “Letalidade policial no Brasil é cinco vezes maior que nos EUA” devido à morte do segurança George Floyd, 46 anos, asfixiado por um policial branco, pelo uso de uma nota falsa de US$ 20, na cidade americana de Minnesota, em 25 de maio de 2020. Um acontecimento que fez retornar o tema “racismo” nas redes sociais, instituições acadêmicas e manifestações nas ruas. No Brasil, o racismo explícito não nega suas raízes escravocratas, pois segundo o Núcleo de Estudos da Violência, da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em 2019, 5.804 pessoas foram mortas por policiais (lembrando que estes também são vítimas de violência, pois 159 perderam suas vidas, no mesmo ano). Contextualizamos a temática com a morte de João Pedro Mattos (14 anos), morto, em 18 de maio de 2020, por um tiro de fuzil (calibre 556), durante um confronto entre policiais e líderes criminosos, no Morro do Salgueiro, São Gonçalo (RJ).
Abordando outros segmentos que atingem a população negra e parda, a revista Exame afirma que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acesso ao saneamento básico pela população negra é precário e a torna mais vulnerável a vetores de doenças. Em 2017 “era a maior proporção da população preta ou parda residindo em domicílios sem coleta de lixo (12,5%, contra uma fatia de 6% da população branca), sem abastecimento de água por rede geral (17,9%, contra 11,5% da população branca), e sem esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial (42,8%, contra 26,5% da população branca)”.
Em relação à representatividade eleitoral, embora 55,9% da população brasileira seja negra e parda, apenas 24,4% dos candidatos a deputados federais negros e pardos foram eleitos, nas eleições de 2018. Além disso, enquanto 9,7% dos candidatos brancos, para o cargo de deputado federal receberam receita igual ou superior a 1 milhão de reais, apenas 2,7% dos candidatos negros ou pardos contaram com pelo menos esse valor.
Segundo a Exame, a origem da desvantagem no mercado de trabalho, distribuição de rendas, condição de moradia, educação, violência e representação política da população negra ou parda pode ser historicamente contada nos 300 anos de escravidão no Brasil (1550 a 1888) que serviram de pilar para o “crescimento econômico” do País.

Referências:
Letalidade policial no Brasil é cinco vezes maior que nos EUA. Disponível em: . Acesso em 30 junho 2020.
IBGE: População negra é principal vítima de homicídio no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 30 jun
A partir da leitura dos textos I e II e considerando a teoria da Análise do Discurso (AD), produza uma análise discursiva de 10 a 15 linhas fundamentada na unidade IV do seu material de estudo sobre o enunciado “vidas negras importam”, pichado em um muro. Sabemos que há outros dizeres (outros sentidos) produzidos nesse discurso que não foram ditos e que podem ser observados pela forma como se define a língua. Para essa teoria, a língua se inscreve na história e dá lugar à interpretação, é heterogênea e considera a exterioridade (os acontecimentos sociais e históricos), desliza na sua opacidade e é o lugar material onde se realiza os efeitos de sentidos.

Sugestão para a realização dessa atividade: assista à aula de estudo de caso da disciplina, além de ler a unidade IV do livro e assistir à aula conceitual correspondente.


tassyb: ALGUEM PODE ME AJUDAR?

Soluções para a tarefa

Respondido por deisenunessesau
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Resposta:

Use como referência esse texto abaixo, pois foi o que me ajudou a nortear minha resposta. Mas em resumo faça uma contextualização com o racismo nos dias atuais aqui no Brasil, tendo em vista que moramos em um pais miscigenado e com a cidade mais negra fora da África, que é a Bahia.

Explicação:

O brasileiro tem uma forma bastante peculiar para discutir a questão do racismo. Para muitos, essa descoberta aconteceu em alguns momentos deste 2020, uma delas foi por meio do Big Brother, e recentemente precisou morrer um homem negro lá nos Estados Unidos.  Na percepção de uma pessoa com a mente sã, tudo isso parece bastante bizarro, se tratando de um país em que 56% da população é formada por pretos e pardos. Esse é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.

Para tratar deste problema na base, o espaço ideal para discutir o racismo, seus desdobramentos e formas de superação deveria ser o ambiente escolar. Existe até legislação para isso, basta apenas ser cumprida. A Lei 10.639, que completou 17 anos em janeiro, entrou em vigor com o objetivo de promover uma importante mudança de perspectiva na educação do país, por meio da obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana.

Se a discussão sobre o racismo não é feita em casa e nem nas escolas, o que resta são os veículos de comunicação de massa, onde a maioria da população tem acesso, isso explica o papel didático do Big Brother. Mesmo assim, um problema sério a ser tratado no Brasil, diz respeito à comoção seletiva. Por que foi preciso morrer um homem negro nos Estados Unidos, para que brasileiro fosse dar atenção aos dados do mapa da violência? Os dados publicados em 2017, demonstram que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. De cada 100 pessoas assassinadas, 71 são negras no Brasil.

Sem dúvida o Brasil está entre os países mais racistas do mundo. A negação do racismo, faz adiar ainda mais o entendimento sobre a necessidade de aprofundar as discussões sobre este fato. Durante décadas, vende-se o discurso de democracia racial, a miscigenação que é resultado do estupro de mulheres negras e indígenas, é romantizada o tempo todo.

A falta do debate racial causa enormes confusões, como citar o movimento negro no singular, como uma corrente de negras e negros com uma única linha de pensamento e de ação. Os movimentos são vários, as pautas e formas de luta são diversificadas.

O fato de ser o país mais miscigenado do mundo, traz ainda como agravante a questão da identidade. Temos um problema sério de afirmação da identidade, que precisa ser resolvido. O racismo não pode ser tratado como uma pauta exclusiva dos movimentos sociais negros, é uma pauta de responsabilidade do conjunto da sociedade brasileira.

Não haverá ambiente para a conquista da justiça social, enquanto o racismo não for definitivamente vencido.

Rafael Aquino é cientista político.

Edição: Elis Almeida

Espero ter ajudado.


carolinifeijo: Agradeço sua ajuda, mas a cidade mais negra fora da África é Salvador que fica no estado Bahia.
Respondido por ElvisXavier
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Resposta:

O enunciado “Vidas Negras Importam”, muito além do sentido singular de suas palavras, traz consigo toda uma trajetória e histórico de luta contra o preconceito racial. Teve como condição de produção o movimento “Black Lives Matter”, iniciado nos Estados Unidos a partir da comoção mundial em torno da morte do segurança George Floyd, de 46 anos, que foi contido por um policial branco de maneira agressiva, pressionando seu joelho contra o pescoço de Floyd impedindo-o de respirar. Nesse contexto, surgiu então as manifestações que propagaram o enunciado que estamos analisando, sendo aqui no Brasil dito como, “Vidas Negras Importam”. Com uma Formação Discursiva antirracista, o termo “IMPORTAM” vem com o objetivo de expor a desmedida violência com a qual pessoas negras, diferentemente das brancas, são abordadas pela polícia dos Estados Unidos. Esse enunciado carrega como chamamento específico “VIDAS NEGRAS” para não desfocar o olhar sobre o problema da desigualdade racial, ou seja, é um enunciado que direciona especificamente ao problema do racismo estrutural na atualidade e que abrange todos os setores da sociedade. Ainda que num momento específico e, a princípio, relacionado ao tratamento da polícia para com negros, “Vidas Negras Importam” é uma denúncia atual a população mundial de um problema que precisa acabar.

Explicação:

Procurei trazer luz a resposta com informações do capítulo 4 do livro e pegando exemplos do estudo de caso. Espero ajudar.

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