Português, perguntado por emanoelyvitoria13, 5 meses atrás

QUESTÃO 03 - Perceba no texto a seguir de Monteiro Lobato o que ele nos diz sobre o caipira do interior paulista. Depois compare a visão do autor de Urupês com a de Lima Barreto autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma.

[...] a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da

nacionalidade e metidas entre o estrangeiro recente e o aborígene de tabuinha no beiço, uma existe

a vegetar de cócoras, incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e sorna [preguiçosa],

nada a põe de pé. [...]

Jeca Tatu é um piraquara [caipira] do Paraíba, maravilhoso epítome [resumo] de carne onde se resumem todas as características da espécie.

De pé ou sentado as ideias se lhe entramam, a língua emperra e não há de dizer coisa com coisa.

De noite, na choça de palha, acocora-se em frente ao fogo para "aquentá-lo", imitado da mulher e da prole.

Para comer, negociar uma barganha, ingerir um café, tostar um cabo de foice, fazê-lo noutra posição será desastre infalível. Há de ser de cócoras. [...]

[...]

Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!

Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...

Seu grande cuidado é espremer todas as consequências da lei do menor esforço - e nisto vai longe. [...]

Um terreirinho descalvado rodeia a casa. O mato o beira. Nem árvores frutíferas, nem horta, nem flores - nada revelador de permanência.

Há mil razões para isso; porque não é sua a terral porque se o "tocarem" não ficará nada que a outrem aproveite; porque para frutas há o mato; porque a "criação" come; porque… [...]

"Não paga a pena".

Todo o inconsciente filosofar do caboclo grulha nessa palavra atravessada de fatalismo e modorra. Nada paga a pena. Nem culturas, nem comodidades. De qualquer jeito se vive.

LOBATO, Monteiro. Urupês. 37 ed. São Paulo: Brasiliense, 2004.




Sobre o tema central abordado pelos dois autores, podemos considerar que *
1 ponto
A)ambos têm uma visão idealizada do homem do campo por influência do Romantismos, estilo literário que predominou até o final do século XX.
B)ambos tentam dar justificativas de natureza social e política às suas conclusões precipitadas e preconceituosas a respeito do homem pobre do campo.
C)Lima Barreto ver questões de caráter político-social onde Monteiro Lobato ver apenas uma questão de características particulares dos indivíduos.
D)Os dois abordam a questão da má de distribuição de terras que seria uma das justificativas para que o caboclo não construa algo para si, pois estaria construindo em terra de outro.
E)A pobreza no campo e a vida sofrida do nordestino é o tema central dos dois textos que analisam essa realidade a partir de uma visão determinista.

Soluções para a tarefa

Respondido por Jonascostadesouza
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Resposta:

Explicação:

Letra C

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