Artes, perguntado por Usuário anônimo, 11 meses atrás

Quero saber alguns contos de mistério e seus autores?

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Respondido por adryellnwd
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Autores: Nathaniel Hawthorne, John Collier, Katherine Anne Porter, Robert M. Coates e John O’Hara

Títulos Originais: The Minister’s Black Veil (1836), The Chaser (1940), Theft (1929), The Law (1947), Graven Image (1943)

Série: Biblioteca de Verão #6

Editora: Rosto Editora

Páginas: 63

ISBN: 9789898520128

Tradutores: José Manuel Esteves, Margarida Pereira, Juliana Costa, Isabel Sousa e Juliana Costa (respetivamente)

Origem: Comprado

Opinião: No verão de 2011, saíram com o DN e JN uma coleção de livrinhos de bolso temáticos, contendo no mínimo dois contos cada. Já comentei alguns deles por aqui (podem ler as minhas opiniões sobre os Contos Românticos, os Contos Espantosos e os Contos Vampiros nos respetivos links), mas os restantes tinham ficado mais ou menos esquecidos na prateleira à espera de vez. Este Contos Misteriosos pretende agregar histórias cujo tema central do enredo é precisamente um mistério; aqui ficam os meus comentários individuais a cada conto.

O Véu Negro do Pastor, de Nathaniel Hawthorne

Já conhecia o nome deste escritor por causa do seu famoso livro A Letra Escarlate, mas este conto foi a minha estreia nas suas obras e posso dizer que fiquei bastante bem impressionada. Um padre aparece subitamente para a missa com um véu negro a cobrir o seu rosto, causando espanto entre os fiéis e inúmeras especulações quanto ao motivo que o levou a colocá-lo. Mesmo com a tentativa de uma fiel em persuadir o clérigo a retirar o véu e a explicar porque o usa, o padre Hooper recusa-se a fazer ambos. A resolução do mistério é revelada no final do conto, e está de acordo com o subtítulo “Uma Parábola” que introduz o texto. A escrita agradou-me bastante, assim como o tom macabro que envolve a narrativa. Um autor para continuar a descobrir.

O Pretendente, de John Collier

Este conto curtinho relata a história de um jovem que visita um velho fabricante de poções, em busca de uma poção de amor que transforme o seu amor não correspondido naquilo que ambiciona. Mesmo contra os avisos do velho acerca dos efeitos da poção, Alan decide levá-la. Este texto pareceu-me uma tentativa de mostrar que o verdadeiro amor surge naturalmente e não pode jamais ser obrigado, mas achei-o curto demais e sem grandes motivos de interesse.

Roubo, de Katherine Anne Porter

Achei este conto de tal forma confuso que não consigo descrever sobre o que trata de forma muito mais clara do que dizer que segue acontecimentos aleatórios na vida de uma mulher cuja carteira valiosa lhe é roubada. Não percebi o objetivo desta história e muito menos onde estava a componente de mistério. Ainda pensei em reler o conto para ver o que me escapou, mas decidi não perder (ainda mais) o meu tempo.  

A Lei, de Robert M. Coates

A par de “O Véu Negro do Pastor”, este foi o conto que mais apreciei do conjunto. Na América dos anos 1940, começam a ocorrer estranhos acontecimentos: sem explicação aparente, grupos de pessoas decidem fazer a mesma coisa ao mesmo tempo, provocando enchentes nos sítios aonde se deslocam (lojas, restaurantes, trânsito, etc.) e dificultando a previsibilidade da procura. A Lei das Probabilidades deixou de se aplicar e o governo decide tomar medidas para corrigir a situação. Gostei bastante da ideia subjacente a esta história, que destaca a importância da liberdade do indivíduo não ser condicionada por decretos estatais. Ficou apenas a sensação que a história teria ganho com um maior desenvolvimento.

Ídolo, de John O’Hara

Um encontro entre dois homens, em que um deles procura conseguir um emprego à custa de outro, é o pretexto para uma história que foca a força das influências políticas e da pertença a certos clubes restritos. É um conto que aborda também as diferenças de classes e as dificuldades de transições entre elas. É um conto moderadamente interessante, pelos temas, mas que ainda assim não me interessou por aí além.

Em jeito de resumo, não achei que fosse uma má antologia, apesar de a ter achado desequilibrada a nível do interesse que os contos me despertaram.

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