QUERO A LENDA COMPLETA DO CURUPIRA E DO NEGRINHO DO PASTOREIO..
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Num determinado dia, o senhor pediu-lhe que cuidasse de alguns cavalos, porém um deles acabou fugindo.
Quando retornou, seu dono sentiu falta de um dos cavalos, denominado Baio e, com isso, resolveu castigar o negrinho.Após sair em busca do cavalo perdido, o negrinho chega a encontrá-lo, porém, não conseguiu capturá-lo.
Dessa maneira, o senhor resolve castigar o garoto com muitas chibatadas e, além disso, lança-o num formigueiro. Perto da morte, o fazendeiro resolve deixar o garoto ali no formigueiro, certo de que já estava morto.Entretanto, no dia seguinte, o próprio fazendeiro se depara com o garoto e fica perplexo, pois a criança não apresentava nenhum ferimento no corpo.
Além disso, ele estava montado no Baio, o cavalo perdido, e ao seu lado, estava a Virgem Maria, padroeira do garoto órfão.
Muito arrependido, o fazendeiro resolve pedir perdão, todavia, o negrinho sai galopando feliz e livre no cavalo Baio.Noutra versão da lenda, o fazendeiro foi avisado por seu filho sádico que o negrinho, responsável por cuidar de 30 cavalos, deixou um deles fugir. Isso porque ele estava muito cansado e decidiu dormir.Ao acordar, o pequeno escravo sentiu falta do cavalo, porém, o fazendeiro já sabia do ocorrido e resolveu castigar o negrinho.
O Negrinho do Pastoreio (Clarice Lispector) Como é mês de agosto e faz um pouco de frio, vou contar uma história que aconteceu nos pampas do sul do país, talvez em Pelotas. Começa não muito bem, pois nesses pampas havia um homem muito rico, mau e sovina: nem restos de comida ele dava. Seu filho era um guri que herdara sua ruindade. Esqueci de dizer que a história se passa no tempo da escravidão. E vou falar de um escravinho mais negro que carvão chamado exatamente de Negrinho.Não conhecia pai ou mãe e dizia que Nossa Senhora era sua madrinha. Apanhava do patrão e do filho que não era brincadeira. O homem ruim tinha um cavalo baio muito bonito e veloz e um estancieiro vizinho desafiou-o dizendo: Será que esse cavalo baio é bom na corrida? Já se sabe quem ia montar o baio sem sela: o Negrinho, é claro. Mas infelizmente o baio perdeu a corrida e o Negrinho levou uma surra que eu vou te contar. E como se não bastasse, mandaram-no tomar conta da tropilha do patrão. Era de noite, Negrinho estava todo machucado e com medo dos bichos que pudessem se achegar. Mas Nossa Senhora ajudou-o a adormecer. Eis senão quando ouviu-se um tiro de espingarda no ar: os animais se assustaram e se dispersaram pelas campinas. O estampido partira do filho do patrão. Mas quem levou nova surra foi o Negrinho. Mandaram-no procurar os cavalos. Enquanto isso a noite estava mais fechada. E não se via cavalo nenhum. Aí o Negrinho pegou um toco de vela que iluminava sua madrinha no oratório do homem ruim. E correu pelas coxilhas montado no baio à procura dos cavalos dispersos. Aconteceu um pequeno milagre: cada vez que a vela abençoada pingava cera no chão, milhares de velinhas iam aparecendo para iluminar a noite. Com esse grande auxílio, o Negrinho encontrou os cavalos. E cansado adormeceu. O homem ruim tinha raiva até do sono do Negrinho e mandou um outro escravo dar chicotadas no garoto e colocá-lo junto de um formigueiro, só para chatear o menino. Depois o patrão quis ver o moleque que devia estar todo roído de formigas. Mas junto do formigueiro estava o Negrinho perfeitamente sadio, com o baio e a tropilha. Espantado o homem ruim, mais espantado ficou, porque viu junto do escravinho a Nossa Senhora protegendo o Negrinho. O homem ruim se ajoelhou de medo e não de bondade. Quanto ao Negrinho, montado no baio, seguia corrida com a tropilha para sempre. Para sempre quer dizer até hoje continua a corrida. E quem quiser, pode vê-lo. Quero dizer, se quiser muito mesmo. Só que durante uns dias de cada ano o Negrinho some. Deve estar conversando com suas amigas formigas.