Queria um resumo de 30 linhas, falando da felicidade em arístoteles
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Resposta:
Ainda nos falta entender qual é a finalidade à qual o ser humano se dirige, esse fim que é o Sumo Bem, o mais alto de todos os bens que se pode alcançar pela ação.
Aristóteles diz que tanto as pessoas mais sábias quanto as pessoas menos doutas concordam que toda a ação humana tem como objetivo alcançar a felicidade. Se faz parte da natureza humana o desejo de ser feliz, o fim mais elevado não poderia ser outro e, por isso, há esse consenso.
No entanto, não há um consenso a respeito do sentido que a “felicidade” tem para todas as pessoas. O sentido que as pessoas atribuem à felicidade varia muito e é como se, de fato, não soubessem ou não fosse possível saber o que vem a ser a felicidade. Enquanto as pessoas sábias entendem que a felicidade é um fim em si mesma, as demais pessoas definem-na como se fosse “alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza ou as honras” (Aristóteles, 1973, p. 251).
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Parece mesmo que a felicidade esteja associada a uma noção de “falta”. Por exemplo, se perguntarmos para uma pessoa doente o que é a felicidade, ela responderá que é a saúde; para uma pessoa endividada, a resposta que teremos será que o dinheiro é a felicidade; para uma pessoa que está passando frio, uma resposta possível é que um cobertor é a felicidade, da mesma forma que, para uma pessoa faminta, a felicidade é um prato de comida. O que podemos pensar, com Aristóteles, é que não há uma mudança no que é a felicidade, e sim na percepção que temos dela.
5) Os três modos de vida e as concepções de felicidade que deles derivam
Aristóteles, ao observar que não existe um consenso a respeito do conceito de felicidade, identificou três modos de vida. Cada modo de vida tem uma percepção distinta a respeito do que é a felicidade.
O primeiro modo de vida é a vida guiada pelo prazer. As pessoas que vivem assim, e que são a maior parte das pessoas, pensam que o bem e a felicidade são sinônimos de satisfação de impulsos, assim como são para os outros animais. Por isso, Aristóteles identifica esse tipo de modo de vida com a escravidão.
O segundo modo de vida é a vida política. Nesse caso, as pessoas buscam honrarias e grandes feitos para que sejam reconhecidas pelas demais pessoas, como se a felicidade dependesse do olhar do outro – pois, a ação humana não é suficiente para conduzir à felicidade; depende de uma interpretação, de alguém que a valide.
Disse Aristóteles que as pessoas que pensam assim parecem querer provar para si mesmas que são, de fato, boas. Do mesmo modo, são as pessoas que buscam não honra, e sim riquezas. As riquezas não trazem felicidade, são apenas úteis e instrumentos para se alcançar alguma outra coisa.
A terceira e mais elevada forma de vida é a vida contemplativa. Esse modo de vida aproxima-se mais da real finalidade humana, pois as pessoas que vivem assim, como os sábios e filósofos, buscam o bem por ser um bem e não por quererem outra coisa a partir dele, orientadas pelo exercício da razão.
A vida contemplativa é a vida puramente racional e, por meio dela, o ser humano age de acordo com sua mais elevada faculdade e em busca de um bem que é a própria finalidade e, por isso, é o Sumo Bem. Como a razão é a mais elevada faculdade humana, a vida contemplativa é o modo de vida mais feliz para o ser humano e, portanto, sua felicidade.