Quem lucra com os refugiados africanos O tráfico humano na África e no Mar Mediterrâneo é um negócio ilícito milionário -- e tem ligações diretas com a criminalidade brasileira Por Diogo Schelp /7 jan 2017, 07h55 Resgate de imigrantes no Mediterrâneo Milhares de refugiados e imigrantes são resgatados pela organização humanitária Proactiva Open Arms no Mar Mediterrâneo, ao norte da costa da Líbia (Aris Messinis/AFP) A maioria dos relatos e das imagens que chegam até o público ocidental (aí incluo também nós, brasileiros) da onda de refugiados que inunda a Europa concentra-se na travessia do Mar Mediterrâneo. As cenas de barcos à deriva abarrotados de africanos são tão repetitivas que quase já não despertam mais grande assombro. Uma primorosa reportagem interativa assinada por Malia Politzer e Emmily Kassie publicada no Huffington Post conta o que acontece antes de os refugiados africanos chegarem ao litoral da Líbia para embarcar rumo à Itália. E destrincha, com detalhes, a economia ilícita que esse tráfico de pessoas movimenta. Trata-se de um aspecto pouco conhecido desse fenômeno global. A investigação jornalística é centrada em Agadez, no Níger, o ponto de distribuição desse mercado humano. Ali chegam do próprio Níger ou de outros países africanos pessoas que fogem do desemprego e da miséria os chamados migrantes econômicos ou da violência de grupos islâmicos radicais e de conflitos regionais os refugiados de guerra. Dali, são levados por atravessadores para a Líbia, numa perigosa travessia do deserto do Saara que dura três dias. Agadez tornou a capital do tráfico de pessoas para a Europa depois da guerra civil da Líbia, em 2011, que criou um vácuo de poder no país cujo litoral fica a poucas centenas de quilômetros da costa italiana. Em 2013, estima-se que o tráfico humano através do Saara (ou seja, em todo o Norte da África) movimentava no máximo 20 milhões de dólares. Em 2015, a cifra já estava em 300 milhões de dólares só nas rotas que passam pela Líbia. Os refugiados e migrantes, em especial as mulheres, sofrem abusos dos traficantes durante todo o percurso. Cada um paga em torno de 3000 dólares pelo trecho da viagem entre Agadez e a Líbia. Os que não pagam são obrigados a trabalhos forçados na Líbia. As mulheres, por sua vez, são transformadas em prostitutas já em Agadez, onde adquirem uma escravidão por dívida da qual só conseguem se libertar se fizerem 1.000 programas cada um a míseros 3 dólares. Os cafetões mantêm as mulheres encarceradas em casa durante todo o dia. À noite, após a última reza nas mesquitas, elas são enviadas para as ruas para se prostituir. Só depois de paga a dívida podem seguir viagem para a Líbia, onde mais uma vez sofrem abusos. Muitas preferem voltar para suas aldeias e cidades natais quando conseguem se libertar. (...) Fonte (Adaptado): http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/quem-lucra-com-os-refugiados-africanos/ A partir do texto da reportagem citada é possível afirmar: A desordem social resultante dos conflitos regionais no norte da África abriu espaço para uma sinergia perversa entre crime e tragédia humana E a inércia da comunidade internacional contribui que grandes contingentes de pessoas, que já sofrem com diferentes tragédias em seus países, fossem colocadas em uma posição de desumana submissão. Com base no texto e nas afirmações apresentadas podemos concluir que:
a. Apenas a segunda afirmação é verdadeira
b. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é a sua causa.
c. Ambas são falsas
d. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda não é sua causa
e. A primeira afirmação é verdadeira e a causa da segunda
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b. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é a sua causa.
O caos no Norte da África vem se arrastando a décadas e a Comunidade Internacional tem dado pouca atenção à região no sentido de atuar para resolver os conflitos. Na realidade, as nações ocidentais tem lucrado bastante com a venda de armas gerada por conflitos. A situação só veio de fato a incomodar os países desenvolvidos ocidentais por conta da 'invasão' de refugiados - pessoas que preferem se arriscar na viagem, já que sua vida está em risco na terra natal de qualquer forma.
O caos no Norte da África vem se arrastando a décadas e a Comunidade Internacional tem dado pouca atenção à região no sentido de atuar para resolver os conflitos. Na realidade, as nações ocidentais tem lucrado bastante com a venda de armas gerada por conflitos. A situação só veio de fato a incomodar os países desenvolvidos ocidentais por conta da 'invasão' de refugiados - pessoas que preferem se arriscar na viagem, já que sua vida está em risco na terra natal de qualquer forma.
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