Quem foi bartolomeu de las casas.
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Resposta:Bartolomeu de las Casas nasceu em Sevilha. Seu pai, amigo de Colombo, fez parte da segunda viagem às Antilhas em 1493. Depois de terminar seus estudos em Salamanca, chegou a Santo Domingo em 1502 e participou de várias expedições sob as ordens de Nicolau de Ovando. Foi premiado por seu trabalho com uma encomienda, e se iniciou como doctrinero dos índios. Em 1512 ordenou-se sacerdote, talvez o primeiro da América, para participar em 1513 da conquista de Cuba.
O ano de 1514 marcou o giro copernicano da vida e da atuação posterior de Bartolomeu de las Casas. No famoso sermão do 15 de agosto, anunciou que devolvia sua missão e sua reserva de índios ao governador. Convencido de que era inútil defender os índios, estando tão longe, em 1515 voltou à Espanha, onde encontrou o apoio e a ajuda do cardeal Cisneros. O plano para a Reforma das Índias foi fruto dessa viagem. Nomeado sacerdote-procurador das Índias, embarcou novamente para a América em 1516.
Desde então, Bartolomeu de las Casas assume a causa dos índios. No ano seguinte, volta para a Espanha e apresenta-se diante do imperador Carlos V, que em 1519 aceita o projeto de Las Casas para “criar as comunidades livres”, compostas de índios e de espanhóis, para criarem juntos uma nova civilização na América. Volta para a América em 1520 para experimentar o fracasso desta primeira tentativa em Santo Domingo. Embora fracassado como sacerdote e como reformador social, não abandona a luta. Em 1523 ingressou na Ordem de São Domingos, onde escreve a História apologética, que serviria como antecipação e introdução de sua grande obra, a História das Índias que, por sua própria vontade, só se publicaria depois de sua morte. A História é um relato de todo o ocorrido nas Índias tal e qual ele viu e ouviu; porém, mais do que uma simples crônica, caberia melhor defini-la como uma interpretação profética, já que se trata da exposição do pecado da dominação, da opressão e da injustiça com que os europeus tratavam os índios recém-descobertos.
Junto a essa História, que antecipa para a Espanha os castigos que sobreviriam, deve-se colocar as três cartas que enviou ao Conselho das Índias (1531-1535). Nelas acusa concretamente pessoas e instituições do pecado de opressão sobre os índios, sobretudo através do sistema de encomiendas. Sua situação incômoda diante dos que ofereciam as missões e das autoridades não o impediu de escrever O único modo, obra em que estabelece a doutrina da evangelização pacífica dos índios, e trata de implantá-la ajudado pelos dominicanos numa região da atual Costa Rica.
Novamente na Espanha, escreveu em 1542 a Brevíssima relação da destruição das Índias, onde expõe e delata a atuação dos conquistadores: “A razão pela qual os cristãos mataram e destruíram tão infinito número de almas é que foram arrastados pelo anseio do ouro e pelo desejo de se enriquecer em muito pouco tempo”. Desde então, Bartolomeu de las Casas parece ter recebido seu prêmio. Carlos V assinou Leis Novas das Índias, nas quais introduziu um novo direito no regime das encomiendas. Las Casas foi nomeado bispo de Chiapas e, em 1544, embarcou novamente para a América com 44 missionários dominicanos. Já em 1545, redigiu os Avisos e regras para confessores de espanhóis, em que proibia absolver aqueles que retivessem índios em suas missões. Isto provocou o desagrado dos colonos e governadores, que mais uma vez o obrigaram a abandonar seu posto para voltar à Espanha em 1547. A partir daí, a batalha de Bartolomeu de las Casas permanecerá no Conselho das Índias e na confrontação com os intelectuais e teólogos, principalmente com Juan Ginés de Sepúveda. Las Casas continuou escrevendo livros, folhetos, memoriais, testemunhando assim sua inquebrantável determinação de deixar por escrito seus principais argumentos em favor dos índios da América. Aos 90 anos completou mais duas obras sobre a conquista espanhola na América. Morreu em 1566, no convento de Nossa Senhora de Atocha de Madri.
A vida de Bartolomeu de las Casas gozou sempre de sorte diversa. Também foi interpretada de maneira muito diversa na Espanha e fora dela.
Exaltado, desprezado e depois novamente exaltado, hoje é considerado um dos primeiros a perceber a injustiça econômica, política e cultural do sistema colonial. Como evangelizador, é inegável sua boa vontade e sua entrega total, pelo evangelho, à causa dos fracos.
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