quem apoiava a revolta dos malês ?
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A Revolta dos Malês foi um levante de escravos na cidade de Salvador, capital da Bahia, que aconteceu na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835.[1] Foi a revolta de maior importância do estado.[2]
O movimento ganhou este nome devido aos negros de origem islâmica que organizaram o levante.[1] O termo "malê" tem origem na palavra imalê, que significa "muçulmano" no idioma Iorubá.[1] Apenas negros africanos participaram da revolta, que contou com cerca de 600 homens. Os nascidos no Brasil, chamados crioulos, não cooperaram.[1]
Os escravos que lutaram na revolta eram em sua maioria muçulmanos falantes da língua iorubá, também conhecidos como nagôs na Bahia. Outros grupos étnicos, como os haussás tiveram participação na batalha também, mas contribuindo com um número menos significativo de pessoas.[1]
Os nagôs tinham o costume de registrar grande parte dos acontecimentos, e as anotações encontradas viraram documentos para entender os motivos e circunstâncias do levante. Tendo como religião o Islã, eles liam e escreviam em árabe.[3]
A revolta estava planejada para acontecer logo pela manhã do dia 25, porque era nessa parte do dia que a maioria da população da época ia para a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, esvaziando o centro da cidade.[4]
Em termos gerais, a ideia inicial era começar o levante quando os escravos saíssem para pegar água das fontes públicas, ficando mais fácil reunir parte dos envolvidos. Depois, quando a revolta tivesse início, surgiriam vários incêndios em diversos pontos da cidade para distrair a atenção da polícia.[4]
No entanto, a revolta não saiu como o planejado. O levante foi denunciado na noite anterior e as autoridades se prepararam para impedir o ataque. O episódio principal da revolta e, que desencadeia o fim da mesma, aconteceu quando oficiais chegaram na região da Ladeira da Praça, onde um dos grupos dos rebeldes estava reunido.[1] Ao tentar entrar em uma casa da região, cerca de 60 homens negros africanos saíram da residência às pressas e improvisaram um ataque. Uma batalha se desenrolou no local e os rebeldes seguiram para Câmara Municipal, que fica no mesmo lugar até hoje em Salvador.[1]
No subsolo do órgão do governo havia uma prisão onde um dos líderes dos malês, Pacifico Licutan, estava detido. Ele era parte do pagamento de uma dívida que seu senhortinha. Os bens, que incluía o líder, foram confiscados para leilão. Porém, o ataque para resgatá-lo não deu certo e o grupo rebelde foi surpreendido pelos oficiais do governo.[1]
Estrutura social
O levante teve grande ressonância, na década de 1830, quando Salvador contava com cerca de 65 500 habitantes, sendo que 40 % deles eram escravos.[1] O descontentamento com as condições de vida era claro e mesmo entre as pessoas não escravas, sua grande maioria era formada por mestiços e crioulos.[1]
Nessa época, quando considera-se negros, mestiços escravos e homens livres, os afrodescendentes representavam 78% da população, enquanto que os brancos não passavam de 22%. Entre a população escrava, 63% era nascida na África.[1]
Devido a essa população mista, onde sua maioria não era branca, a Revolta dos Malês não foi uma mera briga entre raças. Foi um levante de escravos oriundos da África Ocidental e de libertos, principalmente homens de origem iorubá, adeptos do islã.[2]
Além disso, os escravos participantes da revolta desempenhavam uma variedade de atividades urbanas.[1] Havia entre eles lavradores, pedreiros, sapateiros, alfaiates, barbeiros, entre outras atividades.[1] Na escravidão urbana os prisioneiros tinham mais independência do que na escravidão rural. Essa característica ajudou a organizar a revolta, porque os escravos que viviam na cidade tinham acesso a vários locais, enquanto cumpriam diferentes tarefas para seus senhores. Além disso, a comunicação entre eles era facilitada porque podiam eventualmente se encontrar e conversar de maneira discreta.[1]
Além disso, parte dos escravos e dos libertos de Salvador trabalhavam e viviam juntos no dia a dia, nos chamados cantos de trabalho, associações nas quais se reuniam eventualmente.[1] Em meio a essa convivência, os laços se estreitavam, o que facilitava as conversas sobre os desdobramentos políticos da época.[1] As associações também foram muito importante para a organização da revolta, já que nesses espaços era possível dialogar sobre a situação política e seus descontentamentos, e dava a oportunidade de aperfeiçoar as ideias do levante.[1]
Cerca de 7 por cento de africanos foram libertos durante a Revolta dos Malês, o que significava em números da época cerca de 25 por cento da população africana de Salvador.[1]
A revolta não foi vitoriosa para o lado do malêsː os rebeldes foram vencidos e levados a julgamento.[2] Mas, caso tivesse tido sucesso, Salvador seria controlado por africanos, com líderes muçulmanos
O movimento ganhou este nome devido aos negros de origem islâmica que organizaram o levante.[1] O termo "malê" tem origem na palavra imalê, que significa "muçulmano" no idioma Iorubá.[1] Apenas negros africanos participaram da revolta, que contou com cerca de 600 homens. Os nascidos no Brasil, chamados crioulos, não cooperaram.[1]
Os escravos que lutaram na revolta eram em sua maioria muçulmanos falantes da língua iorubá, também conhecidos como nagôs na Bahia. Outros grupos étnicos, como os haussás tiveram participação na batalha também, mas contribuindo com um número menos significativo de pessoas.[1]
Os nagôs tinham o costume de registrar grande parte dos acontecimentos, e as anotações encontradas viraram documentos para entender os motivos e circunstâncias do levante. Tendo como religião o Islã, eles liam e escreviam em árabe.[3]
A revolta estava planejada para acontecer logo pela manhã do dia 25, porque era nessa parte do dia que a maioria da população da época ia para a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, esvaziando o centro da cidade.[4]
Em termos gerais, a ideia inicial era começar o levante quando os escravos saíssem para pegar água das fontes públicas, ficando mais fácil reunir parte dos envolvidos. Depois, quando a revolta tivesse início, surgiriam vários incêndios em diversos pontos da cidade para distrair a atenção da polícia.[4]
No entanto, a revolta não saiu como o planejado. O levante foi denunciado na noite anterior e as autoridades se prepararam para impedir o ataque. O episódio principal da revolta e, que desencadeia o fim da mesma, aconteceu quando oficiais chegaram na região da Ladeira da Praça, onde um dos grupos dos rebeldes estava reunido.[1] Ao tentar entrar em uma casa da região, cerca de 60 homens negros africanos saíram da residência às pressas e improvisaram um ataque. Uma batalha se desenrolou no local e os rebeldes seguiram para Câmara Municipal, que fica no mesmo lugar até hoje em Salvador.[1]
No subsolo do órgão do governo havia uma prisão onde um dos líderes dos malês, Pacifico Licutan, estava detido. Ele era parte do pagamento de uma dívida que seu senhortinha. Os bens, que incluía o líder, foram confiscados para leilão. Porém, o ataque para resgatá-lo não deu certo e o grupo rebelde foi surpreendido pelos oficiais do governo.[1]
Estrutura social
O levante teve grande ressonância, na década de 1830, quando Salvador contava com cerca de 65 500 habitantes, sendo que 40 % deles eram escravos.[1] O descontentamento com as condições de vida era claro e mesmo entre as pessoas não escravas, sua grande maioria era formada por mestiços e crioulos.[1]
Nessa época, quando considera-se negros, mestiços escravos e homens livres, os afrodescendentes representavam 78% da população, enquanto que os brancos não passavam de 22%. Entre a população escrava, 63% era nascida na África.[1]
Devido a essa população mista, onde sua maioria não era branca, a Revolta dos Malês não foi uma mera briga entre raças. Foi um levante de escravos oriundos da África Ocidental e de libertos, principalmente homens de origem iorubá, adeptos do islã.[2]
Além disso, os escravos participantes da revolta desempenhavam uma variedade de atividades urbanas.[1] Havia entre eles lavradores, pedreiros, sapateiros, alfaiates, barbeiros, entre outras atividades.[1] Na escravidão urbana os prisioneiros tinham mais independência do que na escravidão rural. Essa característica ajudou a organizar a revolta, porque os escravos que viviam na cidade tinham acesso a vários locais, enquanto cumpriam diferentes tarefas para seus senhores. Além disso, a comunicação entre eles era facilitada porque podiam eventualmente se encontrar e conversar de maneira discreta.[1]
Além disso, parte dos escravos e dos libertos de Salvador trabalhavam e viviam juntos no dia a dia, nos chamados cantos de trabalho, associações nas quais se reuniam eventualmente.[1] Em meio a essa convivência, os laços se estreitavam, o que facilitava as conversas sobre os desdobramentos políticos da época.[1] As associações também foram muito importante para a organização da revolta, já que nesses espaços era possível dialogar sobre a situação política e seus descontentamentos, e dava a oportunidade de aperfeiçoar as ideias do levante.[1]
Cerca de 7 por cento de africanos foram libertos durante a Revolta dos Malês, o que significava em números da época cerca de 25 por cento da população africana de Salvador.[1]
A revolta não foi vitoriosa para o lado do malêsː os rebeldes foram vencidos e levados a julgamento.[2] Mas, caso tivesse tido sucesso, Salvador seria controlado por africanos, com líderes muçulmanos
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