Filosofia, perguntado por thiagobbenevenuto, 2 meses atrás

que tipo de variação paradoxal metafísica impressionou os filósofos originais? ou, em uma linguagem mais corriqueira que elementos relacionados a permanência dos seres mais chamou a atenção dos pré socráticos e ainda impressiona os filósofos de hoje em dia?​

Soluções para a tarefa

Respondido por alanaemanuela2686
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Resposta:

Explicação:

Um dos modos talvez mais simples e menos polêmicos de se caracterizar a filosofia é através de sua

historia> forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do séc. VI a.C. [...]

Se afirmamos que o conhecimento científico, de cuja tradição somos herdeiros, surge na Grécia por

volta do séc. VI a.C., nosso primeiro passo deverá ser procurar entender porque se considera que

esse novo tipo de pensamento aparece aí pela primeira vez e o que significa essa “ciência” cujo

surgimento coincide coma a emergência do pensamento filosófico.

Quando dizemos que o pensamento filosófico-científico surge nana Grécia, caracterizando-o como

uma forma especifica de o homem tentar entender o mundo que o cerca, isto não quer dizer que

anteriormente não houvesse também outras formas de se entender essa realidade. É precisamente a

especificidade do pensamento filosófico-científico que tentaremos explicitar aqui, contrastando-o com

o pensamento mítico que lhe antecede na cultura grega. Procuraremos destacar as características de

uma e de outra forma de explicação do real.

O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da

realidade em que vivi: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e

as origens deste povo deste povo, bem como seus valores básicos. O mito caracteriza-se, sobretudo

pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo de discurso que constitui. O próprio

termo grego mythos significa um tipo bastante especial de discurso, o discurso fictício ou imaginário,

sendo por vezes até mesmo sinônimo de “mentira”. [...]

Por ser parte de uma tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de mundo dos

indivíduos, a sua maneira mesmo de vivencia esta realidade. Nesse sentido, o pensamento mítico

pressupõe a adesão, aceitação dos individuas, na medida em que constitui as formas de sua

experiência do real. O mito não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao

questionamento, à crítica ou à correção. Não há discussão do mito porque ele constitui a própria

visão de mundo dos indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade, tendo, portanto um

caráter global que exclui outras perspectivas a partir das quais ele poderia ser discutido. [...]

Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao

sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo que

acontece aos homens, tudo é governado por uma realidade exterior ao mundo humano e natural,

superior, misteriosa, divina, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de

interpretar, ainda que apenas parcialmente. [...]

É Aristóteles... que afirma ser Tales de Mileto, no séc. VI a.C., o iniciador do pensamento filosóficocientífico. Podemos considerar que este pensamento nasce basicamente de uma insatisfação como o

tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico. De fato, desse ponto de vista, o

pensamento mítico tem uma característica até certo ponto paradoxal. Se, por um lado, pretende

fornecer uma explicação da realidade, por outro lado, recorre nessa explicação ao mistério e ao

sobrenatural, ou seja, exatamente àquilo que não se pode explicar.

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