que tipo de variação paradoxal metafísica impressionou os filósofos originais? ou, em uma linguagem mais corriqueira que elementos relacionados a permanência dos seres mais chamou a atenção dos pré socráticos e ainda impressiona os filósofos de hoje em dia?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Um dos modos talvez mais simples e menos polêmicos de se caracterizar a filosofia é através de sua
historia> forma de pensamento que nasce na Grécia antiga, por volta do séc. VI a.C. [...]
Se afirmamos que o conhecimento científico, de cuja tradição somos herdeiros, surge na Grécia por
volta do séc. VI a.C., nosso primeiro passo deverá ser procurar entender porque se considera que
esse novo tipo de pensamento aparece aí pela primeira vez e o que significa essa “ciência” cujo
surgimento coincide coma a emergência do pensamento filosófico.
Quando dizemos que o pensamento filosófico-científico surge nana Grécia, caracterizando-o como
uma forma especifica de o homem tentar entender o mundo que o cerca, isto não quer dizer que
anteriormente não houvesse também outras formas de se entender essa realidade. É precisamente a
especificidade do pensamento filosófico-científico que tentaremos explicitar aqui, contrastando-o com
o pensamento mítico que lhe antecede na cultura grega. Procuraremos destacar as características de
uma e de outra forma de explicação do real.
O pensamento mítico consiste em uma forma pela qual um povo explica aspectos essenciais da
realidade em que vivi: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e
as origens deste povo deste povo, bem como seus valores básicos. O mito caracteriza-se, sobretudo
pelo modo como estas explicações são dadas, ou seja, pelo tipo de discurso que constitui. O próprio
termo grego mythos significa um tipo bastante especial de discurso, o discurso fictício ou imaginário,
sendo por vezes até mesmo sinônimo de “mentira”. [...]
Por ser parte de uma tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de mundo dos
indivíduos, a sua maneira mesmo de vivencia esta realidade. Nesse sentido, o pensamento mítico
pressupõe a adesão, aceitação dos individuas, na medida em que constitui as formas de sua
experiência do real. O mito não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao
questionamento, à crítica ou à correção. Não há discussão do mito porque ele constitui a própria
visão de mundo dos indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade, tendo, portanto um
caráter global que exclui outras perspectivas a partir das quais ele poderia ser discutido. [...]
Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao
sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo que
acontece aos homens, tudo é governado por uma realidade exterior ao mundo humano e natural,
superior, misteriosa, divina, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de
interpretar, ainda que apenas parcialmente. [...]
É Aristóteles... que afirma ser Tales de Mileto, no séc. VI a.C., o iniciador do pensamento filosóficocientífico. Podemos considerar que este pensamento nasce basicamente de uma insatisfação como o
tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico. De fato, desse ponto de vista, o
pensamento mítico tem uma característica até certo ponto paradoxal. Se, por um lado, pretende
fornecer uma explicação da realidade, por outro lado, recorre nessa explicação ao mistério e ao
sobrenatural, ou seja, exatamente àquilo que não se pode explicar.