Artes, perguntado por analauramilena1302, 5 meses atrás

que preconseitos parte da sociedade brasileira,expressa pelas escolas de samba?​

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Respondido por dudalealfurtado20
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Resposta: Para o professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maurício Barros de Castro, há um discurso recorrente, entre especialistas, de que o samba atingiu maior sofisticação com compositores brancos, letrados e de classe média.

"Ou seja, é uma forma de ver o samba como algo primitivo, um ritmo menor, e de tentar afastá-lo das suas referências identitárias: a cultura afro-brasileira, a relação com a afrorreligiosidade", diz o pesquisador, em entrevista à DW Brasil.  

Castro lança neste mês o livro Nos quintais do samba da Grande Madureira: história, memória e imagens de ontem e hoje (Editora Olhares, 2016) e é também autor de Zicartola: política e samba na casa de Cartola e Dona Zica (Azougue Editorial, 2 ed., 2013).

DW: O samba surgiu da mistura de ritmos africanos, trazidos pelos escravos da África. No início, por estar ligado à cultura negra, o samba era perseguido e reprimido. Atualmente, cem anos depois do registro do samba Pelo telefone, ainda há resquícios desse preconceito?  

Maurício Barros de Castro: Sim, a discriminação racial permanece na sociedade brasileira, e não há como o samba, referência de uma cultura de matriz africana, escapar desse preconceito. Isso se nota em discursos recorrentes de certos especialistas. É comum dizer, por exemplo, que o samba passou a ser mais aceito após alcançar uma sofisticação, a partir de compositores brancos, letrados e de classe média, como Noel Rosa e Ary Barroso. Outros até falam que a Bossa Nova seria um samba modernizado. Ou seja, é uma forma de ver o samba como algo primitivo, um ritmo menor, e de tentar afastá-lo das suas referências identitárias: a cultura afro-brasileira, a relação com a afrorreligiosidade. Alguns especialistas vão por esse caminho de desqualificar essas matrizes africanas e valorizar a inserção de artistas brancos como uma forma de modernidade. Mas sambistas como Candeia, Martinho da Vila, Nei Lopes, Wilson Moreira e Luiz Carlos da Vila, entre outros, são vozes poderosas que contestam esse tipo de pensamento e afirmam as matrizes africanas do samba, suas influências afrorreligiosas e sua negritude.  

DW: E na academia, o samba recebe a atenção merecida?

Tem havido uma abertura cada vez maior para as pesquisas relacionadas ao ritmo, mas sempre há muito o que fazer. A academia ainda precisa se aproximar dos saberes dos sambistas. Seria importante promover esse intercâmbio, com aulas conjuntas entre intelectuais e sambistas.

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