Que outras realizações da Antiguidade Oriental ,estão presente nos dias de hoje?
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O estudo do período histórico compreendido entre a invenção da escrita (± 3000 a. C) e queda do Império Romano do Ocidente (476 A.D.) denominado História Antiga, costuma ser dividido em Antiguidade Oriental (Egito e Mesopotâmia) e Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).
Por que, em pleno século XXI, os estudantes ainda aprendem sobre Antiguidade Oriental nas escolas e os vestibulares continuam cobrando esse assunto que aparentemente só interessa aos estudiosos da Bíblia? Faz algum sentido o estudo sobre a história de civilizações tão remotas continuar presente nos currículos educacionais?
Claro que faz sentido! Vamos entender o porquê.
Primeiramente, você já deve saber que a história do Brasil está intimamente ligada à história européia, embora as populações indígenas do continente americano e os povos africanos também façam parte dessa história. Por outro lado, os europeus se autodenominam “ocidentais” e consideram como sendo o berço de sua civilização o antigo mundo greco-romano, a chamada cultura clássica.
UM OLHAR OCIDENTAL
Repare que mencionamos aqui o termo “cultura”. Isso porque o termo “ocidente” tem muito mais a ver com cultura do que com geografia. Você deve ter aprendido em geografia que o termo ocidente tem a ver com “oeste” e o termo oriente se relaciona com “leste”. Porém, em história e geopolítica, as coisas não funcionam bem assim. A Austrália, por exemplo, é um país ocidental, embora geograficamente esteja situada no oriente para um observador europeu.
Mas como isso é possível? A Austrália, assim como o Brasil, são países onde a cultura européia predominou após um período de colonização, sendo ambos, portanto, “membros” do mundo ocidental. Por extensão, entendemos que orientais são os povos cuja origem não se identifica com a cultura européia. China, Japão, Índia, Irã, entre outros, são alguns exemplos de culturas que se desenvolveram à parte (o que não significa sem contato) do mundo ocidental.
Diante do que foi dito até aqui, fica uma questão: se ao estudarmos a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea sempre nos concentramos nos temas relacionados ao mundo europeu e raramente nos aprofundamos em assuntos relativos a uma história universal que englobe outros povos, porque em História Antiga começamos justamente pela antiguidade oriental?
Em primeiro lugar, a idéia de categorizar um período histórico chamando-o de “antiguidade” é uma noção européia, ou seja, é o modo europeu de entender a sua própria história. Isso não determina que civilizações milenares como a chinesa e a indiana façam o mesmo, dividindo sua história em idade antiga, medieval, moderna e contemporânea... Essas divisões só fazem sentido para o ocidente. Antiguidade (no sentido abordado aqui) é um conceito eminentemente eurocêntrico.
NOSSA HERANÇA ORIENTAL
Podemos dizer então que antiguidade oriental é um conceito ocidental? Sim, e você vai entender o porquê agora. Esse “oriente” do qual trata a antiguidade oriental, é denominado também “oriente próximo”. Em termos práticos, ele compreende as regiões ocupadas atualmente por países como Egito, Palestina, Israel, Síria, Turquia, Iraque, Armênia e Irã. Olhando no mapa, você nota rapidamente que essa região é o “oriente próximo” da Europa, se contrapondo ao “extremo oriente” que é o oriente “longe” do território europeu. Repare, meu amigo (a), que o objeto de estudo da história do oriente próximo é algo tão eurocêntrico quanto a noção de idade média, moderna e contemporânea.
Não está convencido disso ainda? Vamos prosseguir. O quê há de europeu no Egito dos Faraós, na história dos Hebreus ou na Mesopotâmia antiga? O berço da civilização ocidental não seria Grécia e Roma? Sim, mas o “pulo do gato” está na idéia de que as civilizações clássicas (Grécia e Roma) beberam na fonte das civilizações do oriente próximo. A escrita, o Estado, a vida urbana, a complexidade dos cultos religiosos, a astronomia, a matemática, a medicina entre outras coisas, são um legado do oriente próximo aos ocidentais. O cristianismo, por exemplo, está entre as maiores heranças orientais legadas ao ocidente europeu, pois sua origem provém do judaísmo, religião dos hebreus.
Fazendo um “resumo da ópera” até aqui, estudamos a antiguidade oriental pois ali estão os elementos fundadores da herança cultural do ocidente. Se antiguidade clássica é a mãe do ocidente, a antiguidade oriental é a avó. É por esse motivo que dificilmente vamos encontrar em nossos manuais escolares alguma coisa sobre a antiga China, Índia ou Japão. Assim como também não encontramos quase nada sobre as culturas pré-colombianas como a dos astecas, maias e incas. Isso porque nosso olhar histórico ainda é predominantemente ocidental.
Por que, em pleno século XXI, os estudantes ainda aprendem sobre Antiguidade Oriental nas escolas e os vestibulares continuam cobrando esse assunto que aparentemente só interessa aos estudiosos da Bíblia? Faz algum sentido o estudo sobre a história de civilizações tão remotas continuar presente nos currículos educacionais?
Claro que faz sentido! Vamos entender o porquê.
Primeiramente, você já deve saber que a história do Brasil está intimamente ligada à história européia, embora as populações indígenas do continente americano e os povos africanos também façam parte dessa história. Por outro lado, os europeus se autodenominam “ocidentais” e consideram como sendo o berço de sua civilização o antigo mundo greco-romano, a chamada cultura clássica.
UM OLHAR OCIDENTAL
Repare que mencionamos aqui o termo “cultura”. Isso porque o termo “ocidente” tem muito mais a ver com cultura do que com geografia. Você deve ter aprendido em geografia que o termo ocidente tem a ver com “oeste” e o termo oriente se relaciona com “leste”. Porém, em história e geopolítica, as coisas não funcionam bem assim. A Austrália, por exemplo, é um país ocidental, embora geograficamente esteja situada no oriente para um observador europeu.
Mas como isso é possível? A Austrália, assim como o Brasil, são países onde a cultura européia predominou após um período de colonização, sendo ambos, portanto, “membros” do mundo ocidental. Por extensão, entendemos que orientais são os povos cuja origem não se identifica com a cultura européia. China, Japão, Índia, Irã, entre outros, são alguns exemplos de culturas que se desenvolveram à parte (o que não significa sem contato) do mundo ocidental.
Diante do que foi dito até aqui, fica uma questão: se ao estudarmos a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea sempre nos concentramos nos temas relacionados ao mundo europeu e raramente nos aprofundamos em assuntos relativos a uma história universal que englobe outros povos, porque em História Antiga começamos justamente pela antiguidade oriental?
Em primeiro lugar, a idéia de categorizar um período histórico chamando-o de “antiguidade” é uma noção européia, ou seja, é o modo europeu de entender a sua própria história. Isso não determina que civilizações milenares como a chinesa e a indiana façam o mesmo, dividindo sua história em idade antiga, medieval, moderna e contemporânea... Essas divisões só fazem sentido para o ocidente. Antiguidade (no sentido abordado aqui) é um conceito eminentemente eurocêntrico.
NOSSA HERANÇA ORIENTAL
Podemos dizer então que antiguidade oriental é um conceito ocidental? Sim, e você vai entender o porquê agora. Esse “oriente” do qual trata a antiguidade oriental, é denominado também “oriente próximo”. Em termos práticos, ele compreende as regiões ocupadas atualmente por países como Egito, Palestina, Israel, Síria, Turquia, Iraque, Armênia e Irã. Olhando no mapa, você nota rapidamente que essa região é o “oriente próximo” da Europa, se contrapondo ao “extremo oriente” que é o oriente “longe” do território europeu. Repare, meu amigo (a), que o objeto de estudo da história do oriente próximo é algo tão eurocêntrico quanto a noção de idade média, moderna e contemporânea.
Não está convencido disso ainda? Vamos prosseguir. O quê há de europeu no Egito dos Faraós, na história dos Hebreus ou na Mesopotâmia antiga? O berço da civilização ocidental não seria Grécia e Roma? Sim, mas o “pulo do gato” está na idéia de que as civilizações clássicas (Grécia e Roma) beberam na fonte das civilizações do oriente próximo. A escrita, o Estado, a vida urbana, a complexidade dos cultos religiosos, a astronomia, a matemática, a medicina entre outras coisas, são um legado do oriente próximo aos ocidentais. O cristianismo, por exemplo, está entre as maiores heranças orientais legadas ao ocidente europeu, pois sua origem provém do judaísmo, religião dos hebreus.
Fazendo um “resumo da ópera” até aqui, estudamos a antiguidade oriental pois ali estão os elementos fundadores da herança cultural do ocidente. Se antiguidade clássica é a mãe do ocidente, a antiguidade oriental é a avó. É por esse motivo que dificilmente vamos encontrar em nossos manuais escolares alguma coisa sobre a antiga China, Índia ou Japão. Assim como também não encontramos quase nada sobre as culturas pré-colombianas como a dos astecas, maias e incas. Isso porque nosso olhar histórico ainda é predominantemente ocidental.
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