Que motivos levaram à expansão colonizadora dos gregas
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Durante o período arcaico, a Grécia sofreu um processo de expansão de seus núcleos urbanos, responsável pela formação de várias cidades. Na maioria das vezes, essas cidades serviam como núcleos residenciais para os trabalhadores rurais que passavam boa parte do dia cuidando do cultivo de alimentos. Ao final de cada dia, regressavam para o núcleo urbano usufruindo a proteção das muralhas que cercavam a cidade e estabelecendo contato social com outros indivíduos.
Nesse período, temos um expressivo processo de crescimento populacional, responsável por grandes mudanças nas relações sociais e econômicas. Geralmente, os aristocratas formavam uma camada social privilegiada que tinha direito de posse sobre as terras mais férteis. Quando um proprietário vinha a falecer, o direito de posse dessa terra era transmitido para os seus filhos que, por conseguinte, realizavam a divisão dessas terras entre si.
Ao adotar esse sistema de partilha dos bens, levando ainda em consideração o crescimento demográfico, a população grega passaria a sofrer com a escassez de terras. Com isso, gerou-se um tenso quadro social que somente viria a ser resolvido quando as próprias cidades gregas, entre os séculos VIII e VI a.C., buscaram ocupar outras regiões do Oriente e ao longo da orla mediterrânea. Foi a partir daí que observamos a formação das chamadas colônias gregas.
Inicialmente, a formação das novas colônias aconteceu de forma não planejada, sendo as ocupações feitas de forma espontânea. Contudo, essas iniciativas viriam a sofrer a intervenção das polis gregas, que regulariam a colonização de acordo com as necessidades do governo. Com essa mudança, os colonos passariam a obedecer às determinações do oikiste, líder que organizava a administração da colônia. Além disso, as regiões seriam escolhidas por meio de sua posição favorável a (à) navegação.
Em cada lugar conquistado, um ritual era realizado antes da demarcação dos lotes de terra. Cada colônia mantinha relações econômicas e culturais com a pólis que primeiramente ocupou a região. Nos primeiros anos de exploração, a colônia sustentava uma economia de caráter essencialmente agrário integrado às demandas da cidade com a qual mantinha vínculo. Contudo, com o passar do tempo, também poderiam vir a realizar outras atividades no campo do comércio e do artesananto.
Uma das primeiras regiões ocupadas foi a Trácia, ao norte do Mar Egeu, onde os gregos encontraram uma grande disponibilidade de terras férteis e regiões ricas em metais precisos. Em pouco tempo, a ocupação desse espaço permitiu a formação de novas rotas comerciais que abriram caminho para a colonização do Mar Negro. Nesse processo, observamos a formação de novas cidades mercantis como Bizâncio, hoje conhecida como Istambul, e Abidos.
Ao alcançarem a região litorânea do Mar Negro, os gregos passariam a conhecer outros lugares para além do mar Egeu e enfrentariam águas agitadas para, então, criarem outras colônias como Queroneso, Odessa e Tânais. Essas cidades tinham a importante função de proteger as rotas que ligavam o mundo grego ao Oriente e ainda promoviam o fornecimento de cereais, peixes, frutas e madeira para as cidades gregas.
Paralelamente, os gregos ainda teriam interesse em tomar posse das regiões localizadas ao sul do mar Mediterrâneo, onde já havia grandes civilizações ocupando tal espaço. Apesar de tal empecilho, dominaram a ilha de Chipre e, nas regiões próximas ao Egito, fundaram as cidades de Náucratis e Cirene. Partindo para o Ocidente, estabeleceram na Península Itálica colônias como Tarento, Crotona, Nápoles, Cumas, Messina e Siracusa, que seriam conhecidas como integrantes da Magna Grécia.
Dando continuidade a sua incursão pelo Ocidente, os colonizadores partiram em direção ao sul da Gália, onde teríamos o aparecimento das cidades de Nice, Mônaco, Antibes e Marselha. A chegada até a Península Ibérica não foi possível, tendo em vista a dominação que os fenícios já imprimiam na região. Com isso, temos um quadro geral dos espaços que viriam a ser dominados pelos gregos ao longo de todo o período Arcaico
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Durante o período arcaico, a Grécia sofreu um processo de expansão de seus núcleos urbanos, responsável pela formação de várias cidades. Na maioria das vezes, essas cidades serviam como núcleos residenciais para os trabalhadores rurais que passavam boa parte do dia cuidando do cultivo de alimentos. Ao final de cada dia, regressavam para o núcleo urbano usufruindo a proteção das muralhas que cercavam a cidade e estabelecendo contato social com outros indivíduos