Geografia, perguntado por pedrojr7, 11 meses atrás

Que medidas podemos tomar para diminuir o crescimento da população brasileira?

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Respondido por dudaah49
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Em 2014, uma análise de dados das Nações Unidas feita pelo jornal Science concluiu que um freio no crescimento populacional neste século era improvável, e projetou que entre 9,6 e 12,3 bilhões de pessoas estarão vivendo no planeta em 2100.

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Para muitos, é um cenário preocupante. Quando o centro de pesquisas Pew Research Center, nos Estados Unidos, perguntou aos cientistas americanos se a expansão populacional representava um problema, 82% concordaram que isso levaria a um esgotamento dos recursos naturais do planeta. Outros manifestaram preocupações que variam desde as fontes de alimentos às implicações sociais do desemprego, e até das mudanças climáticas.

O crescimento populacional acontece de maneira desigual. Países desenvolvidos, por exemplo, tiveram queda em suas taxas de fertilidade abaixo do nível de 2.1 filhos por mulher. Alguns, como a Bulgária, viram sua população diminuir de 9 milhões em 1990 para cerca de 7,3 milhões hoje, segundo Wolfgang Lutz, diretor fundador do Centro Wittgenstein para Demografia.

Na outra ponta da escala está a Nigéria, onde, diz Lutz, a taxa de natalidade média é de 5,5 a 6 filhos por mulher. De acordo com as Nações Unidas, a população do país pode superar a dos Estados Unidos em 2050 e, se não for freada, a população nigeriana pode se igualar a da China no fim do século.

Quando o assunto é diminuir o crescimento populacional, alguns governos tentaram usar a legislação para limitar o número de crianças nascidas. Tentador como parece, forçar uma política de "apenas um filho" não funciona - como mostra a experiência na China, isso apenas transforma o problema do crescimento populacional em outro, de uma sociedade que está envelhecendo.

Opções mais sustentáveis incluem encorajar mulheres a terem menos filhos e a terem filhos mais tarde na vida, aumentando o acesso a serviços de saúde reprodutiva, elevando a idade legal do casamento e permitindo a participação ativa da mulher no mercado de trabalho ao, por exemplo, aumentar o acesso delas ao crédito.

Bangladesh, por exemplo, usa esforços de comunicação e campanhas de conscientização para mudar a atitude da população com relação ao tamanho das famílias e para aumentar o uso anticoncepcional entre mulheres casadas. Como resultado, a taxa de fertilidade caiu de uma média de 6 crianças por mulher em 1975 para um pouco mais de 3 hoje em dia.  

Uma das mais poderosas ferramentas em desacelerar o crescimento populacional é a educação, alerta Mark Montgomery, professor de economia na Stony Brook University e pesquisador do Conselho Populacional. "Nós assistimos a algumas transições surpreendentes, especialmente em 1970, nos países pobres onde as taxas de fertilidade caíram justamente onde o nível educacional cresceu."

Estudos conduzidos pela equipe de Wolfgang Lutz sustentam esta tese. Os pesquisadores descobriram que, na média, mulheres do Mali sem educação dão à luz a quase 7 filhos. Para as mais educadas, este número cai para 4.

"A educação leva a menores taxas de natalidade e desacelera o crescimento populacional", ele diz. "Isso torna mais fácil o desenvolvimento. Uma força de trabalho mais educada também colabora para a erradicação da pobreza e para o crescimento econômico."

É natural, crescimento econômico leva a outro problema: aumento do consumo. Combinado com o crescimento populacional há um aumento de pressão no sistema. Uma população global vivendo com o estilo de vida do norte-americano médio, por exemplo, tornaria necessária 5 vezes mais recursos naturais do que os disponíveis no planeta, segundo a rede de ONGs Global Footprint Network.

Além de avanços em energia limpa e eficiência energética, a educação terá um papel fundamental. "Muitas pesquisas mostram que a consciência ambiental está linkada à educação", avisa Lutz. Com este objetivo, sua organização desenvolveu uma ferramenta online que oferece dados e análises aos criadores de políticas públicas para auxiliar na criação de programas que equilibram objetivos sociais, econômicos e ambientais com preocupações demográficas.

Com 3 bilhões de pessoas - 42% da população atual - esperadas para entrar na classe média em 2030, esta é uma questão que alguns países não podem mais evitar, e a educação é a saída. "Não é a contagem de cabeças que importa, mas o que vai dentro destas cabeças", conclui Wolfgang Lutz.

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