Que conexões as lutas têm com a violência, a paz e nosso dia à dia?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Faz-se fundamental diferenciar “Lutas” de “Artes Marciais”. Seguindo-se a lógica de Craig (2005, p. 28), “as Lutas são práticas que possuem embates corporais”. Já as Artes Marciais “significam métodos de guerra ou conjuntos de preceitos que um guerreiro utiliza. Compreendem um conjunto filosófico que se baseia em preceitos éticos, estéticos e morais”.
De uma maneira mais ampla, pode-se concluir que toda Arte Marcial é uma Luta, mas nem toda Luta é uma Arte Marcial, já que várias das modalidades de Lutas se enquadram em perfis ocidentalizados, distantes dos preceitos orientais.
Lutas e Violência
Em um pensamento de senso comum, as lutas são vistas como sinônimos de violência. No entanto, a maioria das lutas trabalha justamente o combate à violência, como observamos no site karateinfor, que diz que “o Karatê é um esporte arte fundamentado nos princípios do respeito mútuo e equilíbrio corpo mente, de forma a buscar a elevação do caráter e harmonia no convívio social procurando sempre a correção dos erros numa visão de auto-estima e respeito ao próximo.”
Se o adversário é inferior a ti, então porque brigar?
Se o adversário é superior a ti, então porque brigar?
Se o adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreende...
Então não haverá luta. Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui (id. ibid.).
Também é apresentado por Virgilio (1986 p. 22-25) filosofia de respeito ao outro:
“Conhecer-se é dominar-se e dominar-se é triunfar.”
“Quem teme em perder já está vencido.”
“Somente se aproxima da perfeição, quem a procura com constância, sabedoria e sobretudo, humildade.”
“Quando verificares com tristeza que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso aprendizado.”
“Nunca te orgulhes de haver vencido teu adversário. O que derrotaste hoje, poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância.”
“Saber cada dia um pouco mais, utilizando o saber para o bem, esse é o caminho do verdadeiro judoca.”
“O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar.”
“O judoca é o que possui: inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam e paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes.”
“Praticar Judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência.”
Geralmente são as lutas orientais que possuem mais consistência em filosofias de não violência, no entanto observa-se rigorosa cobrança por parte das academias de lutas ocidentais em relação a violência, sendo o infrator muitas vezes expulsos da própria academia.
Para este estudo, foram selecionadas quatro Lutas Orientais (Kendô, Karatê-do, Jiu-Jitsu e Judô) e quatro Ocidentais (Luta Livre/Greco-Romana, Boxe, Esgrima e Capoeira), que serão divididas segundo as Diretrizes do Paraná em: lutas que mantém a distância, lutas com aproximação e lutas com instrumento mediador.
Em estudos de Daniels e Thornton (1990) e Daniels e Thornton (1992), (apud FRANCHINI 2001 p. 169-170), nos quais verificaram a influência da prática de artes marciais sobre a hostilidade quando comparadas a outras modalidades esportivas, e em ambos estudos observou-se que o tempo de prática de artes marciais estava associado à diminuição da hostilidade. Em outro estudo, Lamare e Nosanchuck (1999), apud FRANCHINI (2001 p. 170), buscaram relação entre o sexo, os anos de prática especificamente do judô e a agressividade, concluiu-se então não haver relação entre o sexo, no entanto, quanto mais aumentava a prática diminuía a agressividade.
Explicação: