QUÃO BREVE TEMPO É A MAIS LONGA VIDA
Quão breve tempo é a mais longa vida
E a juventude nela! Ah! Cloe, Cloe,
Se não amo, nem bebo,
Nem sem querer não penso,
Pesa-me a lei inimplorável, dói-me
A hora invita, o tempo que não cessa,
E aos ouvidos me sobe
Dos juncos o ruído
Na oculta margem onde os lírios frios
Da ínfera leiva crescem, e a corrente
Não sabe onde é o dia,
Sussurro gemebundo.
Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994). - 91.
3 - Assinale a alternativa correta sobre esse poema. *
10 pontos
Trata-se de um soneto que desenvolve uma temática amorosa e espiritualista.
O poema, de características clássicas, traz a preocupação obsessiva do poeta, a transitoriedade.
O poeta diviniza a musa, Cloe, tornando-a um ideal distante no tempo.
Nos versos 2 a 4, o sujeito lírico lamenta a juventude perdida, apesar do esforço por mantê-la, não amando e não bebendo.
No verso 9, a expressão “oculta margem” refere-se a uma vida de prazeres ocultos.
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Resposta:
O poema, de características clássicas, traz a preocupação obsessiva do poeta, a transitoriedade.
Explicação:
O poema, por meio de sua característica clássica, traz consigo toda a carga de transitoriedade, preocupação recorrente do poeta.
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