História, perguntado por carloseduardodozcxkr, 1 ano atrás

quantas foram as viagens de colombo á América e quando ocorreram?

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Respondido por Kluyvert123
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Os escritos de Colombo e sobre Colombo abrem uma porta para a reflexão sobre o significado da experiência e da imaginação nos séculos XV e XVI. Este grande navegador elaborou uma hipótese, a de que a terra era redonda, e a partir dela experimentou navegar para o Ocidente, querendo chegar ao Oriente. Um grande gesto, fruto da imaginação e da experiência, o imortalizou, especialmente quando sua hipótese foi comprovada através de uma viagem de circunavegação(2). Embora a América não fosse as Índias, a Terra é, de fato, redonda. Portanto, Colombo tinha razão ao propor, para todos aqueles que estavam interessados em realizar o comércio com o Oriente, esta viagem.

Este é um lado da história bastante conhecido e que podemos comprovar, fornecendo informações seguras para todos aqueles que desejam analisar a empresa colonial. A montagem de uma economia mundial(3) realizada em grande parte por Portugal e Espanha, financiada por capitais muitas vezes oriundos de outros reinos ou cidades, transformou profundamente as formas de vida na América. Caminhando por esta vertente historiográfica, tenderemos a construir a nossa personagem Colombo como um homem moderno. Mas, teriam sido o reconhecimento e a colonização da América marcados basicamente pelo pensamento moderno ?

Experiência e Imaginação - Todas estas proposições, descritas e interpretadas em seqüência, são verdadeiras, e representam, de fato, parte do que ocorreu. Mas, ao mesmo tempo, embora sejam colocações claras e objetivas, não dão conta nem da personagem nem da natureza das transformações ocorridas tanto na América como na Europa. Análises marcadas pelo pensamento moderno excluem partes da história, não aquelas partes que se referem às experiências comprovadas mas, aquelas outras que compõem o imaginário cristão e pagão que foram o instrumento básico no convívio entre os indígenas e os europeus na Idade Média. A comunicação entre indígenas e europeus, realizada através de gestos, língua, ou ainda, da fabricação de objetos de cultura, cristalizaram o universo cultural americano, à medida em que ambos eram fragmentados.
Nesse sentido, deveremos percorrer tanto o universo marcado pela imaginação quanto aquele outro que sábios e filósofos da época denominaram, as razões das descobertas. Assim, procuraremos analisar as formas de convívio interculturais estabelecidas na América. Ao abandonarmos, portanto, a convenção da veracidade, como único objeto de estudo do historiador, poderemos fundir relato histórico e relato literário. Tomemos um exemplo, para esclarecer esta proposta:
Dom Hernando se refere com muita clareza em seu livro, a Vida Del Almirante, às razões que moveram Colombo crer que poderia descobrir as Índias:

A américa através do imaginário europeu - A descoberta da América, realizada por Colombo, é um tema que deu origem a muita polêmica. A mais conhecida e difundida nestes anos que precedem as comemorações dizem respeito ao fato de que a América não necessitava dos europeus para existir. E, nesse sentido, nada se tem a comemorar. A América encontrada, achada por Colombo, em meio a "mares nunca dantes navegados"(10), incorporou-se ao imaginário europeu com uma série de atributos que já haviam sido delegados a ela muito antes de ser descoberta. Ou seja, a América já fazia parte do imaginário europeu, representando para Colombo apenas a comprovação de tudo o que havia sido produzido pela sua imaginação e pela imaginação de seus contemporâneos.

Nesse sentido, todos os documentos que se cruzam em torno do nome Cristóvão Colombo representam a possibilidade de navegarmos em um universo plural do qual fazem parte, igualmente, os sonhos irrealizados de Colombo e as façanhas que ele desempenhou, e que, por contingências histórico-institucionais, mantiveram-se na memória por terem sido registradas por escrito.

A América surgiu primeiro pelo gosto, pelo prazer de narrar, de expor os fatos com sutis matizes, capazes de restaurar o imaginário do interlocutor, despertando nele o interesse pela aventura, pelo maravilhoso, pelo conhecimento do desconhecido.

A primeira roupa com que a América se travestiu, aos olhos do europeu, foi dada por Colombo através da palavra Índias. Colombo pensou ter chegado às Índias, e, portanto, tudo o que viu correspondia a um indício capaz de comprovar sua hipótese. A. Gerbi nos lembra como Colombo se esquiva de analisar a flora americana, pois não podia identificá-la com a flora das Índias ou das Molucas. Sem se preocupar com as diferenças, Colombo se utiliza deste mesmo espaço criado por elas (pelas diferenças) para se lançar à recriação de tudo aquilo que ele pretendia encontrar. O seu imaginário era regido por inúmeras informações, trazidas por viajantes (como Marco Polo, por exemplo) que gostavam de contar suas façanhas, sem que os interlocutores estivessem interessados em pedir provas. O prazer de produzir uma narração de acordo com as suas expectativas, construídas bem antes da viagem, era superior à sua capa





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