Quando se fala em independência do Brasil, é muito comum associá-la à imagem de dom Pedro I sacando a
espada e proclamando impetuosamente a separação entre Brasil e Portugal, como representado na pintura
“Independência ou morte” de Pedro Américo (1888). Essa imagem. arraigada na mentalidade dos brasileiros, é
resultado de escolhas feitas por historiadores e outros estudiosos ainda no século XIX.
Na verdade, não houve um momento específico em que a região que constituía a colônia portuguesa na América
tenha se tornado uma nação. Houve, sim, um período no qual diversas atitudes foram tomadas, de parte a parte, e que
acabaram resultando na fundação de um império Brasileiro reconhecido por outras nações. Assim, a escolha de uma
data ou de um fato para marcar essa passagem foi arbitrária, a posteriori, e refletiu o que se quis valorizar no momento.Em 1822, os vários personagens envolvidos no processo tinham diferentes opiniões sobre qual acontecimento
seria o mais significativo para simbolizar a independência. Alguns defendiam dia 1 de agosto (em que dom Pedro I
convocara uma Assembleia Constituinte); outros, o dia 6 de agosto (quando reinvidicara a condição, para o Brasil, de
“reino irmão” de Portugal); ou, ainda, 12 de outubro (em que o povo aclamou dom Pedro I como imperador do Brasil).
A rigor, o dia 7 de setembro só passou a fazer parte das datas nacionais em 1826, quando dom Pedro I precisava
afirmar-se perante a elite e a população brasileira, diante da desconfiança que havia sobre seu desejo de reunificar as
Coroas do Brasil e de Portugal. A data escolhida, que até hoje se comemora, surgiu assim de um interesse político em
apresentar dom Pedro I como o grande responsável pela independência, colocando em segundo plano os demais atores
e acontecimentos.
A independência da colônia portuguesa na América resultou da vitória de um dos vários projetos possíveis,
pensados entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Outros caminhos poderiam ter sido tomados. Os mais
evidentes foram aqueles que não se identificavam com a criação de um império, com a unidade territorial, com a
continuidade de um português na liderança do governo ou mesmo com a manutenção da elite tradicional no poder.
Exemplos disso são a Conjuração Mineira, a Revolta dos Alfaiates ou a Confederação do Equador. São eventos
que não podem ser reduzidos a “momentos” do processo ou a contribuições para a independência de 1822, pois, além
de haverem defendido objetivos diferentes, foram derrotados. (VINCENTINO, Claúdio. DORIGO, Gianpaolo.
História: geral e do Brasil.)
A) O texto afirma que existiam outros “projetos possíveis” para a independência da colônia portuguesa na América,
mas que eles foram derrotados. Identifique os eventos que demonstram esses outros projetos possíveis que foram
derrotados.
B) De acordo com o texto, a Independência do Brasil não pode ser resumido a um momento específico como o 7 de
setembro. Por outro lado, ela pode ser compreendida como um processo histórico longo e alvo de disputas políticas,
que vai desde antes da chegada da família real ao Brasil em 1808, até depois do reconhecimento de Portugal da
independência em 1825. Explique a Independência do Brasil como um processo histórico.
Soluções para a tarefa
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a. Os outros “projetos possíveis” para a independência da colônia portuguesa na América poderiam ser a fundação de uma República ou mesmo a separação do território em vários outros países independentes.
b. O texto aponta a Independência do Brasil como um processo histórico, que abrange desde os movimentos separatistas como a Inconfidência Mineira até a atuação de D. Pedro I, José Bonifácio e as elites econômicas brasileiras do período.
Abraços!
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