Português, perguntado por laynealves2494, 7 meses atrás

quando os emojis ajudam e quando os emojis atrapalham a comunicação?

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Respondido por lukuramoto
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Resposta:

Emojis são usados geralmente para expressar certas emoções

O número de emojis disponível nos smartphones de hoje em dia supera tranquilamente a quantidade de letras do alfabeto, sinais de pontuação e símbolos utilizados na língua portuguesa. Percebeu? E eles provavelmente continuarão se expandindo porque o carisma, a diversão e a sensação de proximidade que expressam foram bem acolhidos por pessoas de todas gerações.

Além de tudo, são úteis,  sintetizam ou reforçam ideias e expressam significados específicos em determinadas frases. Um artigo publicado este mês por três pesquisadoras de comportamento humano na revista científica Cell sugere até mais: eles representam uma gama de emoções e podem fornecer indícios sobre a personalidade do usuário e revelar características específicas dos grupos que os trocam. O ponto é que eles mudaram, definitivamente, a maneira que nos comunicamos no meio digital.

Para o professor da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e pesquisador da cultura digital, Raphael Rios Chaia, o principal ganho com os emojis foi a aproximação das pessoas, pois a comunicação fica mais intimista e mais fluída. “O mais importante é que acabaram trazendo para a comunicação eletrônica um caráter mais impessoal, com a expressão de emoção, tom de voz, de um sentido da frase. Dá para imprimir, por exemplo, aspectos como raiva, a pessoa rindo, sendo irônica e dá para descobrir outras intenções por trás do discurso dela”.

Como explica Chaia, a linguagem pode ser analisada a partir dos pontos de vista temporal, regional e cultural, e a “língua dos emojis” se encaixa nesse último. Mesmo que muitas vezes dispense o uso de palavras, do ponto de vista cultural, ela não representa um atraso intelectual e um empobrecimento na escrita e interpretação de quem usa.

O professor argumenta. “Sempre haverá um revés, e isso é fato. As comunicações eletrônicas são muito rápidas e superficiais, e o emoji assume o aspecto visual, que facilita o acesso aos significados linguísticos. Ainda que usados no dia a dia, isso não afeta a escrita culta, que acaba ficando cada vez mais voltada a textos científicos, artigos jornalísticos, etc. Sabendo separar o uso culto da língua do uso habitual [coloquial], creio que os emojis não hão de representar um problema”.

ETIQUETA

Assim como na vida real, no mundo virtual, é preciso tomar cuidado com os excessos. Uma “carinha” errada, enviada para a pessoa errada, em um momento inadequado, pode causar problemas.

Eles vêm previamente instalados nos teclados dos smartphones, mas há um manual de instruções universal ou uma etiqueta para seu uso. Só é necessário ter o bom senso como única regra, recomenda o analista de mídias sociais Glauco Menegheti. “Vai muito de cada tipo de comunicação, mas é interessante que haja um equilíbrio entre a escrita e o uso de emojis. A pessoa tem que sempre avaliar antes qual é a proximidade dela com a outra pessoa que ela está falando. Se a conversa é com alguém que se tem uma relação profissional, por exemplo, é bom evitar”.

Glauco cuida das publicações nas redes sociais de empresas de Mato Grosso do Sul, por isso, entende mais do assunto quando se trata da comunicação entre a marca e público-alvo. “Os emojis são uma linguagem pictórica, expressam bastante a questão da humanização da marca”, aponta. Segundo ele, as figuras transmitem sentimentos humanos do off-line para o on-line e existem pesquisas falando sobre isso.

“Sabemos que a empresa ou marca tem que usar esse recurso conforme a forma que ela se comunica com o cliente. Com algumas mais sisudas, eles não combinam bem. É mais comum quando é uma marca jovem, que compreende como os usuários se comunicam com ela”, ressalta.

O que a empresa não pode fazer de jeito nenhum, segundo o analista, é “forçar uma barra nessa relação”, o que também vale como dica para o usuário comum.

CURIOSIDADES

Os emojis eram apenas 176 em 1999, quando criados pela empresa de telefonia móvel NTT DoCoMo no Japão. Se espalharam pelo mundo, se multiplicaram em número e, hoje em dia, são até alternativa de comunicação entre pessoas que não falam o mesmo idioma.

É certo que muitos emojis assumem sentidos diferentes conforme o contexto cultural de quem os usa, mas, ainda assim, os gráficos e seus significados são considerados universais. Um dos sócios da agência de comunicação em que Glauco trabalha até chegou a conversar com um chinês este ano por mensagem, graças à ajuda deles.

Outra questão interessante é que eles se transformaram em um produto. A prova é que estão em almofadas, chaveiros e até nos filmes – “Emoji, o Filme” estreia nos cinemas brasileiros agora em 2017. Quem ainda duvida da influência deles ou continua com questionamentos quanto a melhor forma de utilizá-los pode recorrer à “Emojipedia”, uma enciclopédia e guia de novidades completa sobre emojis.

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