quando onde e porque surgiu o barroco em portugal
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Resposta:
O Barroco em Portugal teve início 1580, com a morte do escritor português Luís de Camões, e fim em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia. Esse estilo literário, também é chamado de Seiscentismo (por ter iniciado no final do século XVI), é posterior ao Classicismo e anterior ao Arcadismo (Setecentismo).
Manifestações artísticas como literatura, arquitetura e pintura se desenvolveram em Portugal durante um período de crise política, econômica e social, causada pelos conflitos com a Monarquia Espanhola e a Guerra de Restauração.
O Barroco em Portugal também teve fortes influências do humanismo renascentista, que por meio Antropocentrismo coloca o “homem como centro das coisas”. Contrário ao pensamento medieval do Teocentrismo, que posiciona “Deus como centro das coisas”.
Características do Barroco em Portugal
Além do tensionamento entre o Antropocentrismo e o Teocentrismo, que marca o estilo literário, o Barroco em Portugal também teve como características:
• Dualismo: o homem barroco era cheio de conflitos e tentava equilibrar as forças contrárias presentes em sua vida como: fé x razão, Deus x Diabo, religioso x profano, corpo x alma, etc.
• Fugacidade: na concepção barroca, a vida e tudo que perpassa por ela é instável. O mundo, as coisas e as pessoas mudam.
• Feísmo: o Barroco em Portugal tem uma grande atração pelo trágico, em rompimento ao equilíbrio clássico. Nas obras é comum a retratação de cenas cruéis, dolorosas e grotescas;
• Pessimismo: a noção de instabilidade da vida conduz frequentemente à ideia de morte. O homem barroco é cheio de incertezas e desencantado com a vida.
Literatura e teatro
Parte da literatura barroca em Portugal é marcada pelo Cultismo ou Gongorismo – em alusão aos poemas do espanhol Luís de Góngora. Esse conceito é caracterizado pelo jogo de palavras que visa o rebuscamento e ornamentação do texto.
Os textos possuem uma linguagem culta e carregados de figuras de linguagem como metáforas, paradoxos e antíteses, hipérboles, anáforas. Também eram utilizadas figuras de sintaxe como trocadilhos, hipérbatos e dubiedades.
A outra face da literatura é o Conceptismo, também conhecido como Quevedismo – em referência aos textos do poeta espanhol Francisco de Quevedo. O conceptismo se refere ao jogo de ideias ou conceitos baseados em argumentos lógicos.
Padre Antônio Vieira, um dos principais autores
do Barroco em Portugal. (Foto: Wikipédia)
O principal objetivo dos autores conceptistas era o de convencer e instruir o leitor com base em diversos argumentos. Por isso, era comum o uso dos elementos de silogismo (baseado na dedução de que duas premissas geram uma terceira proposição lógica) e sofisma (o objetivo é desestimular a verdade por meio de regras lógicas).
Confira um exemplo de texto conceptista:
“Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos”. (Padre Antônio Vieira