quando ocorreu a revolução cubana e que modelo econômico foi adotado?
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No primeiro dia do ano de 1959, Fidel Castro proclamou o triunfo da Revolução em Santiago de Cuba e dirigiu-se a Havana, percorrendo toda a ilha com a sua coluna guerrilheira. O novo governo passou a executar o programa do Movimento 26 de Julho, promovendo aumento de salários e redução das tarifas de energia elétrica e telefone. A reforma agrária, proclamada em maio de 1959, expropriou os grandes latifúndios, o que afetou diretamente inúmeras propriedades de empresas estadunidenses para beneficiar os trabalhadores rurais sem-terra. Em retaliação, o governo dos Estados Unidos reduziu drasticamente a cota de importação de açúcar cubano. Como resposta, em 1960, o governo cubano nacionalizou as empresas, bancos e propriedades estadunidenses sediadas na ilha.
Os Estados Unidos reagiram a estas medidas e o fornecimento de petróleo à ilha foi cortado. Cuba, buscando sair do impasse em que se encontrava, estabeleceu acordos comerciais com a União Soviética, importando o petróleo soviético e exportando seu açúcar. Em represália, as refinarias norte-americanas instaladas na ilha recusaram-se a refinar o petróleo soviético. Em contrapartida, o governo cubano nacionalizou as refinarias. O governo norte-americano suprimiu de vez a importação do açúcar cubano e rompeu relações diplomáticas com Cuba em janeiro de 1961.
Em abril de 1961, um grupo de exilados cubanos, com o apoio da CIA e do governo dos Estados Unidos, desembarcou na praia Girón, na Baía dos Porcos, na tentativa de derrubar o governo cubano. A invasão foi rapidamente derrotada pelas milícias e pelo exército rebelde. O fracasso da agressão militar fez com que o governo estadunidense decretasse o embargo comercial em relação a Cuba que vigora até hoje. A proclamação do caráter socialista da Revolução Cubana se deu durante a invasão, por Fidel Castro. Foi a saída para o isolamento comercial e político de Cuba na América Latina, expulsa inclusive da OEA, em 1962. Os acordos comerciais entre Cuba e os soviéticos prosseguiram e a economia da ilha foi se ajustando à centralização e ao planejamento econômico, tornando-se cada vez mais dependente do petróleo e dos produtos industrializados importados da União Soviética e do Leste Europeu.
A Revolução trouxe conquistas para a maioria da população. A educação e a saúde, por exemplo, tiveram grandes avanços. O investimento constante na educação garantiu que a média da população tivesse um grau elevado de escolaridade e praticamente não há analfabetos em Cuba. Na saúde, desenvolveu-se o atendimento público e de qualidade, com a expansão do sistema de saúde e a implantação do atendimento médico familiar.
Com o triunfo da Revolução, Cuba passou ter uma política externa na América Latina voltada para a exportação da Revolução. Che Guevara escreveu Guerra de Guerrilhas em 1960, e defendeu a guerrilha rural como a via cubana para insurreição, para conseguir o triunfo da Revolução. Che defendia que não era necessário esperar o amadurecimento das condições para fazer a Revolução, já que o foco revolucionário poderia criá-las e, juntamente com as forças populares, ganharem a guerra contra o Exército. Fidel Castro também defendeu que Cuba fosse o exemplo para tornar a Cordilheira dos Andes a Sierra Maestra no continente americano. O governo cubano passou a impulsionar materialmente o surgimento de movimentos guerrilheiros na América Latina. Além disso, montou campos de treinamento no território cubano para preparar os guerrilheiros: no início estes campos foram montados na própria Sierra Maestra, onde o governo também mantinha um arsenal de armas e munições, para o caso de ter que resistir a uma invasão dos Estados Unidos.
A Revolução Cubana teve um grande impacto na esquerda da América Latina, já que a guerrilha como instrumento para se fazer a Revolução rompia com a doutrina do marxismo-leninismo que defendia a necessidade da existência de um partido operário revolucionário. Estas proposições questionavam a política de coexistência pacífica proposta pelo Partido Comunista da União Soviética e aceita pelos Partidos Comunistas da América Latina. Após a experiência cubana, setores da esquerda começaram a questionar a linha política adotada pelos Partidos Comunistas, que apostavam na aliança com a burguesia em busca de reformas. A influência de Cuba como modelo político tornou-se mais direta quando uma parte da esquerda latino-americana passou a propor a revolução armada, através da guerra de guerrilhas e da tática do foco revolucionário. Surgiu uma série de novas organizações, fruto de rachas e dissidências dos Partidos Comunistas e de outros partidos, que propunham seguir o exemplo cubano.