quando não cabe a emoção do jornalista, ou seja, ser direito?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação
1 - Atribua
Atribua às fontes todas as informações que não sejam factuais ou que não possam ser verificadas com uma fonte independente. Não dê como certo o que você não presenciou. Se no futuro descobrirem que os réus são inocentes, o que não atribuímos às fontes poderá ser usado contra você.
2 - Cheque
Outros veículos de mídia não são fontes. O fato de algum outro jornal dar um fato como certo não significa que ele é verdadeiro. Cheque com uma fonte ou atribua ao veículo concorrente.
3 - Racionalize
Tome cuidado com suas próprias emoções, Estamos todos sempre emocionalmente envolvidos, ainda que não saibamos disso. Mas durante uma apuração ninguém sabe o que de fato aconteceu (muitas vezes nem os réus). Reporte fatos e não suas emoções.
4 - Ouça o outro lado
Cuidado com o que as pessoas envolvidas no processo falam. É natural que Ministério Público, polícia, políticos e advogados queiram usar a mídia para influenciar a sociedade, jurados etc. Tudo tem de ter outro lado. Ou outros lados, pois muitas vezes há vários lados. Por isso saiba identificar com clareza quem são as diferentes partes envolvidas e seus interesses.
5 - Não julgue
O fato de os réus serem condenados no fim do processo não quer dizer que eles são culpados: ainda poderá caber recurso(s) e você deve deixar isso claro. O mesmo vale se eles forem absolvidos. O processo só termina com o trânsito em julgado, ou seja, quando não há mais possibilidade de recurso. Não cabe a você julgar, mas cabe a você deixar claro o que está acontecendo e o que ainda falta a acontecer, e quais são os possíveis desdobramentos, ainda que você não goste deles.
6 - Não prejulgue
Todos somos inocentes até que haja prova irrefutável em contrário. Cabe à polícia e ao Ministério Público provar a culpa de forma inequívoca, e não à defesa provar a inocência. Apenas depois que a acusação apresentar tal prova é que a defesa do suspeito precisará provar que tal prova não é boa ou não é suficiente para condená-lo.
7 - Não propagandeie
Evite fazer propaganda de pessoas que só querem aparecer. Juristas, políticos e outros tantos gostam de dar entrevista para aparecer pois ajuda nos negócios, na carreira ou o ego. Cuidado para não ser levado por informação errada ou não fazer propaganda dessas pessoas. E evite pessoas que se dizem especialistas em tudo. É impossível alguém dominar todas as áreas do direito: você não iria a um oftamologista para fazer uma consulta sobre seu coração.
8 - Não exponha inocentes
Você não gostaria que sua família fosse exposta se você cometesse um crime. O mesmo vale para a família de qualquer acusado. Você não gostaria de ser exposto se você fosse uma testemunha ou vítima de um crime. O mesmo vale para o personagem de sua matéria. Pondere se há interesse jornalístico ou apenas curiosidade mórbida a respeito da vítima, testemunhas, acusado ou sua família e amigos. E cuidado com o que você irá divulgar: você pode estar colocando a vida de alguém em perigo.
9 - Não destrua
Não destrua a vida de alguém que pode ser inocente. Não se esqueça que, se o suspeito for inocente, ele terá de reconstruir sua vida do zero. Cuidado para não criar uma situação na qual essa reconstrução seja impossível. E mais: se ele for inocentado, sua vida ainda poderá estar em perigo. Basta um louco resolver fazer justiça com as próprias mãos (quase sempre levado pelas emoções exacerbadas por matérias mal feitas). Cuidado para não jogar gasolina na fogueira.