Geografia, perguntado por mateuszoares, 10 meses atrás

quando e com quais objetivos a IIRSA foi criada?​

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Respondido por sara6661
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Respostas

Eu · Principiante

A Iniciativa de Integração da

Infra-estrutura Regional Sul-americana, mais conhecida como IIRSA, é um

processo multisetorial que pretende desenvolver e integrar as áreas de

transporte, energia e telecomunicações da América do Sul, em dez anos.

O plano foi criado oficialmente em 2000,

durante a Reunião dos Presidentes da América do Sul, em Brasília, com a

finalidade de integrar fisicamente a região. A base do planejamento são

10 Eixos de Integração da América do Sul que abrangem faixas geográficas

de vários países que concentram ou possuem potencial para desenvolver

bons fluxos comerciais, visando formar cadeias produtivas e assim

estimular o “desenvolvimento regional”.

A coordenação operacional da IIRSA está a

cargo da Corporación Andina de Fomento (CAF), do Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da

Bacia do Prata (Fonplata).

As negociações para a concretização da

IIRSA têm evoluído, pois o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da

Silva, encabeçou o projeto e o Banco Nacional do Desenvolvimento Social e

Econômico (BNDES) já está financiando obras integrantes da iniciativa,

embora não esteja inserido formalmente na IIRSA.

No Brasil, parte dos projetos da IIRSA se

apresentam através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento),

carro-chefe do governo do PT, de Lula a Dilma. Ainda que as fontes

oficiais não liguem diretamente o PAC com a IIRSA, em uma breve leitura

dos dois projetos é possível perceber com nitidez que as obras do PAC

fazem parte do plano de (des)integração sul americano. Não é a toa que o

governo brasileiro dá tanta importância ao PAC, pois o Brasil cumpre

hoje um papel central dentro da IIRSA. Alguns dos projetos previstos se

aproveitarão de recursos naturais de países fragilizados economicamente

para benefício de empresários brasileiros, como é o caso de duas usinas

elétricas que serão construídas na Bolívia e no Peru para o

abastecimento energético do Brasil. Outros projetos já em

andamento são parte complementar do plano IIRSA; um exemplo é o caso da

usina de Belo Monte, que afetará brutalmente a região da Bacia do Xingú,

no estado do Pará.

Se todos os planos da IIRSA forem

realizados com sucesso, metade das áreas de conservação ambiental

brasileiras serão afetadas. Além do impacto ambiental, está prevista a

destruição de centenas de territórios indígenas em vários países. Esses

projetos megalomaníacos ignoram completamente a geografia e a cultura

dos territórios sul americanos e, longe de promover uma integração real

entre os povos do continente, priorizam mais uma vez a geração de lucro

através do saque e da destruição. Para garantir o sucesso da

implementação do IIRSA, os governos sul americanos vêm flexibilizando

gradativamente suas leis ambientais e a mídia corporativista cumpre sua

parte no Brasil criminalizando as tentativas de resistência dos

camponeses, indígenas e quilombolas, taxando-as como um empecilho

infantil contra o desenvolvimento do país.

Desenvolvimento para quem?

Justamente por estar sendo implementado

de maneira silenciosa, o verdadeiro objetivo do Plano IIRSA passa

despercebido. As obras previstas são a base material para a

implementação da ALCA. Ou seja: estão sendo feitas as modificações

territoriais que possibilitam melhor escoamento de mercadorias e

estabelecimento de bases militares nos países da América Latina para

facilitar a criação de um livre mercado. Gradualmente estão se criando

condições de uma área de livre comercio eficiente na prática. A ALCA

seria a cereja do bolo, as mudanças nas legislações que permitem estas

relações comerciais. E depois do grande alarde gerado na década de 90,

não serão mais implementadas de maneira tão evidente; assim como as

obras da IIRSA disfarçadas nestes de desenvolvimento dos países e nas

obras para a Copa e Olimpíadas n Brasil.

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