Quando da bela vista e doce riso,
tomando estão meus olhos mantimento,
tão enlevado sinto o pensamento
que me faz ver na terra o Paraíso.
Tanto do bem humano estou diviso,
que qualquer outro bem julgo por vento;
assi, que em caso tal, segundo sento,
assaz de pouco faz quem perde o siso.
Em vos louvar, Senhora, não me fundo,
porque quem vossas cousas claro sente,
sentirá que não pode merecê-las.
Que de tanta estranheza sois ao mundo,
que não é de estranhar, Dama excelente,
que quem vos fez, fizesse Céu e estrelas.
5. Como a mulher amada é caracterizada no soneto? E o eu lírico?
> Essa caracterização da mulher corresponde a uma idealização? Por quê?
6. A imagem de mulher presente no poema pode considerada típica do Classicismo? Explique.
7. Qual é o raciocínio desenvolvido pelo eu lírico, nas duas primeiras estrofes do soneto, para explicar seus sentimentos?
8. Releia a terceira estrofe. O que o eu lírico sugere a respeito da mulher amada nesses versos?
>Explique por que esses versos expressam uma visão de amor característica do neoplatonismo.
Soluções para a tarefa
Vou te ajudar com estas questões.
5. O soneto de Luis Vaz de Camões traz a figura da mulher idealizada, distante, irreal. Esta concepção pode ser confirmada nos versos da terceira estrofe, quando o eu-lírico diz que apesar de louvá-la, sente que não pode merecê-la. O eu-lírico é um homem apaixonado e que tem idolatria pela sua musa inspiradora, que a idealiza, mas não acredita que possa alcançá-la.
6. Sim. A figura feminina no movimento classicista, diferente do romantismo, era inatingível, vista como uma deusa ou algo inalcançável. A mulher clássica reflete o dom divino. Na poesia de Camões há vários momentos em que essa idealização fica clara: na 3ª e 4ª estrofes, por exemplos.
7. O eu-lírico, nas primeiras estrofes do poema, fala que quando vê a mulher idealizada (o doce riso e bela vista), perde-se completamente, o seu pensamento se eleva e ele passa a ver o paraíso na terra. Em seguida, complementa, que sente tanto que está fora da terra que até mesmo perde o juízo.
8. Na terceira estrofe fica clara a idealização do amor clássico (neoplatonismo), quando o eu-lírico afirma que não para de louvá-la, mesmo que não possa merecê-la.
Espero ter ajudado. :)
5) A base da mulher amada caracterizada no Soneto, se apresentou a partir de um olhar de como essa concepção apresenta o irreal, a partir da terceira estrofe, onde a idealização da mulher é distante, irreal.
Como o Eu Lírico constrói essa base?
Aqui, o Eu Lírico, se apresenta como um homem apaixonado, que declama seu amor para a mulher, além de demostrar seu amor, como uma musa inspiradora, como algo platônico, que na realidade é distante, sem o alcance.
Por fim, o soneto tem uma base sublime, onde o Eu lírico expressa seus sentimentos, sem medo, sem estranhar a si mesmo, porém, dando tudo dele mesmo para dizer que a ama.
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6. Aqui, a figura feminina se apresenta como algo idealizado, sendo parte do movimento classicista, onde essa parte "inalcançável" é uma das bases para essa idealização, ficando claro no texto, mas principalmente nas estrofes 3 e 4.
Como surgiu o classicismo?
O Classicismo em Portugal surgiu por volta de 1527, a partir das renovações literárias propostas por Francisco de Sá. Uma de suas características principais era a pureza formal das coisas assim como o equilíbrio natural.
Por fim, o classicismo utilizou o resgate ao mundo antigo, trazendo elementos da antiguidade como um padrão a ser evidenciado.
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7 - A base apresentada pelo autor, é colocar o Eu lírico e sua declamação, logo nas primeiras estrofes, onde a mulher idealizada, é notada como um paraíso na terra, fazendo com que o mesmo "perca o juízo".
Como notamos o papel do Eu lírico?
O Eu lírico é a voz que elucida a poesia, e, a partir dele, nós, enquanto receptores do conteúdo, podemos entender suas idealizações, desejos, vontades, frustrações, que são elencadas pelo autor justamente com o intuito de despertar sentimentos e sensações.
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8. A base apresentada na terceira estrofe tem como olhar na busca para o amor clássico, onde temos o Neoplatonismo, onde o Eu Lírico afirma que não consegue parar de louvar a mulher idealizada.
Como notamos a base do neoplatonismo?
Com base nos conhecimentos sobre o Neoplatonismo e a lírica camoniana, podemos apresentar a importância e algumas aproximações como:
1- A prevalência do inteligível sobre o sensível
2- A contemplação pelos sentidos certos eleva o pensamento
3- O primado do amor racional sobre o amor sensual.
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