Quando as filhas mudam
Um dia elas crescem e se mudam, as filhas. Os filhos também. Mas com as filhas é diferente.
Sobretudo se vão morar sozinhas, solteiras.
Há uma geração atrás, isto era impensável. Aparecia em um filme americano, e a gente pensava: lá,
tudo bem, a cultura deles é assim.
Agora isto já apareceu até em novela de televisão aqui. E era uma situação meio ousada até, pois a
moça dividia o apartamento com um rapaz sem que ele fosse namorado. Eram apenas amigos, dividiam os
gastos, tinham lá seus amores separados e coabitavam como dois irmãos.
No entanto, filha sair de casa para ir, solteira, morar sozinha é ritual delicadíssimo.
Hoje os pais já compreendem que isso faz parte do crescimento da adolescente. As pessoas já não
saem mais de casa para, necessariamente, casar, senão para viver a própria vida. E essa saída é bem diferente
do que era quando a moça só saia da proteção do pai para a do noivo. Naquele tempo o processo de
desligamento, ou doação da filha ao mundo, era longo e progressivo. Primeiro o flerte, o namoro, o namoro
no portão, o namoro na sala, o noivado e, enfim, as bodas. E assim iam todos se preparando gradativamente
para a meiose da família.
Hoje a garota adolescente se libera sexualmente mais cedo e começa a pensar na profissão sem que
o casamento seja a finalidade última de sua vida. Os pais tiveram que se adaptar a isto. Mas ir morar sozinha
também é ritual. É um ritual delicadíssimo. [...]
SANT'ANNA, Affonso.
a) No texto, o cronista no geral narra que fato?
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Resposta:
sinco mais do8s nove tres mais quatro dois
Explicação:
eu sou eu tu e tu
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