qual um fator importante que também influência na falta de pluviosidade (chuva) no nordeste
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Resposta:
Na realidade, chove no sertão, como é chamada a região de clima semiárido e vegetação de caatinga (em amarelo no mapa). Porém a quantidade de água registrada é baixa, com distribuição irregular no ano. Conheça os responsáveis por essa característica.
Explicação:
1. Fatores oceânicos Mesmo sob o Equador, a temperatura do mar nos litorais potiguar e cearense é mais baixa em relação às áreas adjacentes. Com baixa evaporação, há menos umidade presente.
2. Influência do relevo A serra da Borborema, que atravessa vários estados, impede a passagem das correntes atmosféricas úmidas que partem do oceano para o interior. Por isso chove mais no litoral.
3. Frentes polares As frentes polares - encontro de massas de ar diferentes - causam chuvas. Mas, como elas têm pouca força quando chegam ao Nordeste, predomina um quadro de estabilidade.
4. Fatores atmosféricos O Nordeste é uma área de alta pressão - com correntes de ar que transferem o calor para latitudes maiores -, situação que favorece a estabilidade do tempo e a ausência de chuvas.
Resposta:
É comum vermos, tanto na internet como na televisão, imagens referentes à seca do Nordeste, com registros de poucas chuvas ao longo do ano e, em determinadas épocas, de grandes períodos de estiagem. Apesar dessas condições desfavoráveis, o Nordeste é uma das regiões semiáridas com maior densidade populacional do planeta, algo que está diretamente ligado ao processo de colonização, que ocorreu primeiro nessa região.
Diante disso, algumas dúvidas emergem nesse contexto: por que será que o Nordeste é tão seco? Seria isso a causa para a pobreza na região?
Primeiramente, é importante esclarecer que não é toda a região Nordeste que sofre com os problemas climáticos relacionados à falta d’água, mas sim a região denominada de Polígono das Secas (veja o mapa abaixo). Além disso, entidades públicas e privadas, de certo modo, “exageram” em relação ao tamanho da área com excesso de aridez, a fim de ampliar a arrecadação através de verbas públicas. Há, portanto, muitas informações imprecisas disponíveis sobre as reais condições físicas e geográficas da seca do Nordeste, conforme já alertara Aziz Ab’Sáber¹.
O polígono das secas abrange parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais
O polígono das secas abrange parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais
Sobre as causas da seca na região, existem alguns motivos principais: em primeiro lugar, o relevo interplanáltico (isto é, depressões localizadas entre planaltos) desfavorece a circulação de massas de ar úmidas, ocasionando a falta de chuvas. Além disso, trata-se de uma região de latitudes equatoriais, com maior incidência de raios solares e, portanto, com maiores temperaturas. Soma-se a isso o fato de a região – ao contrário da Amazônica, por exemplo – não apresentar uma grande quantidade de rios caudalosos que favoreceriam a evaporação com a consequente precipitação em nível local. Na verdade, a maior parte dos rios é intermitente ou sazonal, ou seja, eles secam em determinados períodos. A grande exceção, nesse caso, é o Rio São Francisco, principal recurso hídrico da região.
Apesar da posição geográfica equatorial, o clima da região é marcado por ser do tipo tropical, com duas estações bem definidas: um inverno seco e outra moderadamente chuvosa. Essa última é eventualmente interrompida ou intensificada em função de fenômenos climáticos, como o El Niño, que provoca os longos períodos de estiagem, e o La Niña, que ocasiona períodos de chuvas e até alagamentos de algumas cidades.
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Outro fator que provoca a seca do Nordeste é a pouca força que algumas massas de ar úmido possuem. As massas de ar do Oceano Atlântico atingem, em geral, apenas o litoral nordestino, onde ocorre a maioria das chuvas (e onde é registrada a presença da Mata Atlântica). Por outro lado, a oeste, as massas de ar úmido provenientes da Amazônia também não conseguem alcançar inteiramente a região, chegando apenas até o oeste do Maranhão.
Apesar dessa série de eventos climáticos naturais que parecem conspirar para caracterizar a aridez da região nordestina, o motivo principal para as secas é, sem dúvida, político. Muitos autores utilizam a expressão Indústria da seca para se referir a essa questão, isso porque somente os fatores climáticos não são suficientes para explicar a miséria em que vive a população. Atualmente, em regiões áridas dos Estados Unidos e, principalmente, Israel, soluções tecnológicas avançadas foram desenvolvidas para resolver problemas de disponibilidade de recursos hídricos.
Dessa forma, muito dinheiro foi destinado para a região, o suficiente para implantar projetos avançados de irrigação e distribuição de água, porém boa parte da verba foi desviada e a maior parte dos sistemas de irrigação foi destinada a grandes latifúndios (geralmente associados a grandes políticos da região) que priorizam a exportação.
Assim, na opinião de muitos críticos², a indústria da seca funciona da seguinte forma: prometem-se melhorias para a população e oferecem-se ações de caridades (como cestas básicas) em troca de votos. Depois de eleitos, os políticos atuam para atender aos interesses dos grandes latifundiários, que geralmente financiam as suas campanhas. Por fim, exagera-se na mídia o problema da seca a fim de angariar mais recursos que raramente são bem utilizados em prol da população local. Apesar disso, essa realidade vem lentamente mudando nos últimos anos.
Portanto, para melhor resumir, podemos atribuir a questão da seca do Nordeste a três principais fatores: naturais (de ordem física e climática), históricos (heranças da colonização) e políticos (relacionados à indústria da seca)
Explicação: