Qual relação existe entre a bioclimatologia e a produção animal? ajudaaaa pffff
Soluções para a tarefa
Resposta:
A literatura cita, que os efeitos do clima tropical na susceptibilidade
dos animais para doenças são freqüentemente mencionados, porém existem poucos fatos efetivos que mantém este conceito, cientificamente. Todavia, existem algumas doenças que são associadas ecologicamente, por exemplo, doenças transmitidas por artrópodes. Porém este tipo de moléstia não indica uma sensibilidade alterada por causa do próprio clima. Não é fácil responder a questão da ação do clima tropical na saúde do animal. A terminologia clima tropical não é uma unidade que poderá ser isolada e estudada. Regiões diferentes não são uniformes, e por isso não tem sentido falar de clima tropical típico. O clima varia com fatores não alteráveis e por variáveis. A interação desses fatores resulta em microclimas específicos em localidade específicas. Todavia climas tropicais exibem algumas características comuns. A flexibilidade da terminologia do clima tropical, a variabilidade dos agentes não permite uma análise exata de fator por fator dos efeitos do clima na saúde. Os estudos, reportam que as várias combinações e seqüências dos elementos de um clima como umidade, aridez alternada e temperatura podem ter um efeito na saúde dos animais.
Em regiões onde existem flutuações estacionais as doenças e parasitos alteram-se em sua prevalência. As vezes uma doença pode estar presente em cada animal susceptível num período do ano e ausente em outro
período do ano. Em alguns casos, onde a temperatura e umidade relativa persistem altas, uma doença ou parasito podem ser tão prevalentes, que não é possível manter os animais nesta região. Nesta situação dois fatores podem ser envolvidos: os vetores apropriados tem condições ótimas de multiplicação e o ambiente tem efeito adverso no próprio animal.
Praticamente todos os parasitos desenvolvem uma fase de seu ciclo
biológico fora do hospedeiro, antes de se tornarem infecciosos para outro
hospedeiro. Durante esse período, a capacidade de seu desenvolvimento aumenta com a elevação da temperatura ambiente. Nas regiões tropicais com mais chuva, os parasitos fora do hospedeiro, encontram condições ideais quase o ano inteiro. Nestas circunstâncias, o número de parasitos que sobrevivem no meio ambiente é alto, eles se desenvolvem rápido e populações grandes são estabelecidas. Também em áreas com período seco longo e período de chuva curto, as fases de vida do parasito, fora do hospedeiro, podem explorara os períodos chuvosos.
Durante os períodos secos, os parasitos adultos são protegidos no hospedeiro. Outro fator responsável por infecções parasitárias é a prevalência de má nutrição nos trópicos. Animais que tem alimentação adequada podem compensar melhor os efeitos prejudiciais dos parasitos como anemia e hipoalbunemia. Animais, que não recebem alimentação adequada, exibem produtividade reduzida e a maioria das vezes morrem depois de infestados com poucos parasitos.
Os sistemas da agricultura rudimentar tradicional, geralmente
praticados nos países dos trópicos, contribuem também ao parasitismo. Contudo, os fatores responsáveis por esse tipo de moléstia devido ao próprio clima tropical. Muitos destes problemas podem ser solucionados com manejo adequado. Porém interessante é tentar avaliar os efeitos do clima na susceptibilidade dos animais às doenças.
É sabido, que os ruminantes nativos de regiões tropicais apresentam
mais resistência a alguns tipos de parasitos do sangue. Porém isto pode ser considerado um fenômeno evolucionário, deixando de existir uma interação entre parasito e hospedeiro, transformando-se em simbiose. O sistema imunológico do animal, e o fator limitante, que interfere na
capacidade específica de um animal se defender contra doenças. Esse mecanismo defensivo dos animais, limita a invasão dos microrganismos patogênicos e assiste na eliminação dos mesmos. Imunidade humoral é o componente do sistema imunológico responsável pela produção de anticorpos ou imunológicos.
Os anticorpos são proteínas que neutralizam e assistem na eliminação e destruição de bactérias, vírus e outros agentes causadores de doenças. São conhecidos vários tipos de imunoglobulinas em ruminantes, especialmente IgM, IgG, IgA e possivelmente IgE. Ruminantes recém-nascidos recebem grande quantidade de anticorpos através do colostro durante as primeiras 24 a 48 horas. O recém-nascido não está produzindo anticorpos. O animal também pode produzir anticorpos depois de um contato inicial com um antígeno. No primeiro caso, se usa a terminologia “imunidade passiva” e no segundo “imunidade ativa ou adquirida”. O colostro é essencial para a sobrevivência e bom desenvolvimento do recém-nascido num ambiente cheio de agentes patogênicos. Recém-nascidos que não recebem colostro tem agamaglobulinemia, os que não recebem quantidade adequada de colostro tem hipogamaglobulinemia.