qual objetivo da filosofia de zenão?
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argumento, partindo de princípios admitidos por seu interlocutor. Já Platão disse que ele nada mais fez do que fundamentar a tese de seu mestre, mas não provando que o SER é UM e sim demonstrando que o MULTÍPLO é impensável.
Para mostrar aos seus adversários no que consistia a unidade ou repouso do ser, evidenciando que o movimento ou pluralidade é impossível, Zenão inventou os paradoxos (para = contra; doxa = opinião), que permitiam a ele refutar as teses apresentadas como meras opiniões, vias do não ser, características das confusões causadas pela percepção humana. Assim, remetia toda definição a uma exigência de não contradição, o que mais tarde seria desenvolvido, junto com o princípio de identidade de Parmênides, na Lógica de Aristóteles.
Um dos exemplos clássicos dos paradoxos de Zenão é o da corrida entre Aquiles (o herói mais veloz da mitologia grega) e a tartaruga. Segundo Zenão, numa disputa entre os dois, se fosse dada uma pequena vantagem à tartaruga, Aquiles jamais a alcançaria. Isso porque se o espaço é divisível ao infinito (observe os divisores de uma régua, por exemplo), Aquiles sempre deveria passar por um ponto dividido entre o infinito e o ponto de partida, ou seja, o espaço será sempre dividido pela metade, impossibilitando o movimento. Isso significa que em tempo finito, jamais alguém poderá percorrer uma distância infinita. Difícil? Não parece tanto. Se nós modernos sabemos que existem infinitos números entre o número 1 e o número 2, como chegar ao 2? Onde e quando se sai efetivamente do domínio da unidade?
Outro famoso paradoxo é o da flecha. Neste, um arqueiro mira um alvo e lança a flecha de seu arco. Mas, pensou Zenão, em cada instante de tempo determinado, a flecha ocupa um espaço determinado (pensem numa imagem fotográfica desse movimento sucessivo de instantes) o que significa que em cada tempo finito a flecha está em repouso. Ora, como entender que ela está simultaneamente em repouso e movimento? O movimento gera o repouso? Não, isso é uma contradição, aos olhos dos antigos.
Com esse tipo de argumento, Zenão mostrava a insustentabilidade das teses dos defensores do mobilismo e defendia a posição do seu mestre de que pensamento, ser e linguagem guardam uma relação íntima de tal modo que o nosso conhecimento só pode ser concebido se seguidas as leis lógicas da razão. A importância desse modo de pensar a realidade prevaleceu durante milênios e só foi resolvida com a física newtoniana, que descreve o movimento em relação a um referencial. Devemos lembrar que para os antigos, os números (naturais) representavam as coisas materiais e pensar o ser como um já era um alto poder de abstração.
Portanto, o legado desse magnífico pensador, colaborou para a compreensão de que existem leis lógicas e universais na Natureza, que essas leis só podem ser concebidas pelo raciocínio e que os sentidos, embora não negada sua experiência, conduzem-nos pela via da errância e não a da verdade.
Para mostrar aos seus adversários no que consistia a unidade ou repouso do ser, evidenciando que o movimento ou pluralidade é impossível, Zenão inventou os paradoxos (para = contra; doxa = opinião), que permitiam a ele refutar as teses apresentadas como meras opiniões, vias do não ser, características das confusões causadas pela percepção humana. Assim, remetia toda definição a uma exigência de não contradição, o que mais tarde seria desenvolvido, junto com o princípio de identidade de Parmênides, na Lógica de Aristóteles.
Um dos exemplos clássicos dos paradoxos de Zenão é o da corrida entre Aquiles (o herói mais veloz da mitologia grega) e a tartaruga. Segundo Zenão, numa disputa entre os dois, se fosse dada uma pequena vantagem à tartaruga, Aquiles jamais a alcançaria. Isso porque se o espaço é divisível ao infinito (observe os divisores de uma régua, por exemplo), Aquiles sempre deveria passar por um ponto dividido entre o infinito e o ponto de partida, ou seja, o espaço será sempre dividido pela metade, impossibilitando o movimento. Isso significa que em tempo finito, jamais alguém poderá percorrer uma distância infinita. Difícil? Não parece tanto. Se nós modernos sabemos que existem infinitos números entre o número 1 e o número 2, como chegar ao 2? Onde e quando se sai efetivamente do domínio da unidade?
Outro famoso paradoxo é o da flecha. Neste, um arqueiro mira um alvo e lança a flecha de seu arco. Mas, pensou Zenão, em cada instante de tempo determinado, a flecha ocupa um espaço determinado (pensem numa imagem fotográfica desse movimento sucessivo de instantes) o que significa que em cada tempo finito a flecha está em repouso. Ora, como entender que ela está simultaneamente em repouso e movimento? O movimento gera o repouso? Não, isso é uma contradição, aos olhos dos antigos.
Com esse tipo de argumento, Zenão mostrava a insustentabilidade das teses dos defensores do mobilismo e defendia a posição do seu mestre de que pensamento, ser e linguagem guardam uma relação íntima de tal modo que o nosso conhecimento só pode ser concebido se seguidas as leis lógicas da razão. A importância desse modo de pensar a realidade prevaleceu durante milênios e só foi resolvida com a física newtoniana, que descreve o movimento em relação a um referencial. Devemos lembrar que para os antigos, os números (naturais) representavam as coisas materiais e pensar o ser como um já era um alto poder de abstração.
Portanto, o legado desse magnífico pensador, colaborou para a compreensão de que existem leis lógicas e universais na Natureza, que essas leis só podem ser concebidas pelo raciocínio e que os sentidos, embora não negada sua experiência, conduzem-nos pela via da errância e não a da verdade.
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